A segunda edição do projeto Massembas de Ialodes traz rodas de samba-conversações com a participação de nomes como: Helena Teodoro, Jurema Werneck, Lucia Xavier, Erica Malunguinho, entre outras artistas que dão a dimensão da trajetória artística e política de Leci e celebram os 79 anos da cantora, compositora, sambista e deputada estadual.
Nos dias 15, 16, 21, 22 e 29 de setembro, às 20h30, a Comedoria do Sesc Pompeia volta a receber o projeto Massembas de Ialodês. Com curadoria da cantora Luana Bayô, da jornalista Maitê Freitas e da produtora executiva Rita Teles, o coletivo dessa vez se debruça na obra de Leci Brandão e convida mulheres negras para celebrar o legado da sambista e deputada estadual. Nas palavras de Leci, “essa celebração mostra que a organização coletiva de mulheres negras produz com ética e respeito ao legado”.
Leci despontou na cena musical brasileira como uma artista-ativista que sempre compreendeu o samba como um espaço de criação e proposição política, letras como “Zé do Caroço”, “Dono do Povo” e “Negro Zumbi” evocam a leitura e a crônica de como a população negra sempre esteve à frente das lutas e na criação de uma narrativa contra-colonial.
Ao longo dos cinco encontros, o público poderá ouvir as composições que trazem o discurso político, afetivo e o respeito à ancestralidade presentes na obra de Leci. Para acompanhar a roda de samba-conversação, as curadoras convidaram artistas que dão dimensão ao tamanho dos caminhos trilhados por Leci e sua obra como fonte de inspiração atravessando as gerações e as fronteiras.
A direção de arte é assinada por Débora Marçal, com assistência de Kátia Patriota, e traz como evocação imagética Ogun, orixá de Leci. Durante os cinco dias, o público poderá mergulhar na obra e vida e proposição política de Leci, ao ouvir as samba-conversadoras. A direção artística é de Luana Bayô e a direção musical é de Helô Ferreira, que juntas fizeram a curadoria dos repertórios que serão apresentados ao longo dos encontros.
Nina Rosa (RJ), Grazy Brasil (SP), Patrícia Bastos (AP), Renata Jambeiro (DF), Dessa Brandão (SP), Sharylaine (SP), Marizelia (RJ), Cassiana Pérola Negra (RJ), Elizabeth Mennezes (SP), Ainá Margot (SP), Jéssica Américo (SP) Beth Beli (SP), Girlei Miranda (SP) e Ilu Obá de Min (SP) interpretam sambas que dialogam com os temas dos encontros, acompanhadas das instrumentistas Ana Lu (percussão), Dada (percussão), Didi Carvalho (percussão), Do Re Mi (trombone), Helô Ferreira (violão), Kamilla Alcântara (percussão), Kelly Adolpho (cavaquinho), Tahyná Oliveira (flauta).
Em sua obra, é a devoção à sua ancestralidade que nos dá a dimensão da busca incessante da população negra pela liberdade: de seus corpos dos afetos e dos sonhos. Os sambas de Leci além de compor crônicas sócio-históricas, também escrevem a participação e visão de mundo dos movimentos das mulheres negras na sociedade.
A celebração abre com a performance do Bando Macuas, coletivo de dança composto por Débora Marçal (que também assina a direção de arte do evento), Dina Maia, Rafa Araújo, Beatriz Oliveira, Débora Medeiros, Rita Teles, Francine Moura.
Em seguida, a roda de abertura Coisas do meu pessoal: nosso samba-afeto atemporal sela o encontro de duas amigas: Helena Theodoro (RJ) e Leci, que provocadas pela biografa Fernanda Martins, conversam sobre a vida e a caminhada de mulheres negras no samba e na sociedade brasileira.
No dia seguinte, Isso é fundo de quintal: o que a obra de Leci fala sobre nós, Jurema Werneck, Cris Pereira, Verônica Bonfim, conversam com a cineasta Mariana Campos. Mulheres que pesquisaram e mergulharam no repertório de Leci Brandão, se encontram para falar sobre a obra e a trajetória de Leci, em suas dimensões históricas e políticas no entendimento do protagonismo das mulheres negras na cultura brasileira.
Na segunda semana, em Quilombos da diversidade: mandatas de mulheres negras é a vez de ouvir a ex-deputada estadual Érica Malunguinho e a assessora parlamentar Carla Carneiro do Nascimento conversam com a jornalista Fernanda de Paula sobre a experiência dos mandatos legislativos na busca e fundamentação da radical imaginação política das mulheres negras.
No dia seguinte, a cantora e pesquisadora Fabiana Cozza conversa com as ativistas Nilza Iraci, Lucia Xavier e Iyalorixá Adriana Bessen, sobre as dimensões da matrilinearidade, do afeto e do sagrado, no encontro intitulado A filha da dona Lecy: imaginário político, sagrado, matrilinearidade.
Leci esteve ao lado de importantes organizações políticas das mulheres negras, uma “Cidadã Brasileira” que sempre esteve atrelada ao coletivo, sendo a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, seu lugar de aquilombamento.
Para encerrar, Das coisas que mamãe ensinou: mulheres negras plurais e coletivas, no dia 29, a roda Massembas de Ialodês convida integrantes e fundadoras do Ilu Obá de Min, a percussionista Beth Beli e Girlei Miranda para relembrar o carnaval no qual o bloco celebrou Leci.
“Em nossa celebração, reafirmamos que o samba é espaço de construção política e que no protagonismo dessas mulheres negras, se constroi uma nova ética pautada no afeto, no cuidado, no bem-viver e na ancestralidade”, reforçam as curadoras.
O encerramento da segunda edição do Massembas de Ialodês recebe duas noites de shows. Leci Brandão se apresenta nos dias 30 de setembro e 1 de outubro, interpretando os sucessos de sua carreira.
“Coisas do meu pessoal”: nosso samba-afeto atemporal
Com Leci Brandão, Helena Theodoro e mediação de Fernanda K. Martins
Cantoras convidadas: Nina Rosa e Grazy Brasil.
Encontro entre mulheres que fizeram do samba e dos movimentos coletivos de mulheres negras, um espaço de luta e de encontro para sonhar um futuro possível para as gerações futuras.
Intervenção: Bando Macuas Cia Cênica
Dia 15/9. Sexta, 20h30.
Comedoria. Livre
R$30 / R$15 / R$10
Isso é fundo de quintal: o que a obra de Leci fala sobre nós
Com Jurema Werneck,Cris Pereira,Verônica Bonfim e mediação de Mariana
Campos. Cantoras convidadas: Patrícia Bastos e Renata Jambeiro
Mulheres que pesquisaram e mergulharam no repertório de Leci Brandão, se encontram para falar sobre a obra e a trajetória de Leci, em suas dimensões históricas e políticas no entendimento do protagonismo das mulheres negras na cultura brasileira.
Dia 16/9. Sexta, 20h30.
Comedoria. Livre
R$30 / R$15 / R$10
Quilombos da diversidade: mandatas de mulheres negras
Com Carla Carneiro do Nascimento, Erica Malunguinho e mediação de Fernanda de Paula (SP)
Leci foi a segunda deputada estadual negra de São Paulo. Neste penúltimo encontro, falamos sobre a experiência dos mandatos legislativos na busca e fundamentação da radical imaginação política das mulheres negras. Cantoras convidadas: Dessa Brandão e Sharylaine.
Dia 21/9. Quinta, 20h30.
Comedoria. Livre
R$30 / R$15 / R$10
A filha da dona Lecy: imaginário político, sagrado, matrilinearidade
Com Lucia Xavier, Nilza Iraci, Ìyá Adriana de Bessen e mediação de Fabiana Cozza
Cantoras convidadas: Marizelia e Cassiana Pérola Negra
As dimensões da matrilinearidade, do afeto e do sagrado. Neste encontro, mulheres de axé e do samba conversam sobre as dimensões sutis, femininas e de luta na obra e vida de Leci.
Dia 22/9. Sexta, 20h30.
Comedoria. Livre
R$30 / R$15 / R$10
Das coisas que mamãe ensinou: mulheres negras plurais e coletivas
Com Beth Beli, Girlei Miranda. Mediação: Luana Bayô
Cantoras convidadas: Massembas de Ialodês e Ilú Obá de Min
Neste último encontro, o Ilu Obá de Min ao lado das Massembas de Ialodês relembra o carnaval de 2006, cantando e contando as histórias que o bloco construiu ao lado da madrinha Leci Brandão.
Dia 29/9. Sexta, 20h30.
Comedoria. Livre
R$30 / R$15 / R$10
Shows de encerramento com Leci Brandão
Cantando sucessos de sua carreira
30/09 e 01/10. Sábado, às 21h30. Domingo, às 18h30
Comedoria: Livre
R$40 / R$20 / R$12
Ficha Técnica
Curadoria e concepção: Maitê Freitas, Rita Teles e Luana Bayô
Direção artística: Luana Bayô
Direção musical: Helô Ferreira
Direção de Arte: Débora Marçal
Assistente de cenografia: Katia Patriota
Direção de Produção: Rita Teles e Maitê Freitas
Produção Executiva: Núcleo Coletivo de Artes Produções
Assistente de Produção: Jaque Rosa e Rafaela Araújo
Iluminação: Dedê Ferreira
Operador de iluminação: Dedê Ferreira
Operação de som: Jess, Jax On The One, Carol Andrade e João Souza
Rodie: Vivi Fujii
Idealização: Núcleo Coletivo das Artes e Samba Sampa
Banda
Instrumentistas: Ana Lu (percussão), Dada (percussão), Didi Carvalho (percussão), Do Re Mi (trombone), Helô Ferreira (violão), Kamilla Alcântara (percussão), Kelly Adolpho (cavaquinho), Tahyná Oliveira (flauta).
Vozes: Luana Bayô, Elizabeth Mennezes, Jéssica Américo e Ainá Margot,
Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.