O Centro de Pesquisa e Formação se constitui como espaço de articulação de saberes entre produção de conhecimento, formação e difusão, tendo como proposta principal a promoção de estudos, pesquisas, metodologias de trabalho e informação, assim como discussão de temas – permanentes, transversais e comportamentais, com ênfase na gestão e mediação cultural.

Como parte das atividades inseridas no plano de ação desta unidade, em 2024, realizaremos o projeto de Pesquisa e Mapeamento – Memórias Esportivas Brasileiras.

Mesmo sendo o esporte uma marca importante da identidade brasileira, especialmente o futebol, os arquivos esportivos ainda não são prioridades nas estruturas esportivas brasileiras. Em geral, elas sofrem com a falta de preservação, divulgação, organização e apoio financeiro por parte dos órgãos representativos das mais diversas modalidades no Brasil. Cabendo, nesse caso, ao trabalho privado e muitas vezes voluntário de homens e mulheres apaixonados pelos esportes e por seus clubes que passam a se dedicar na manutenção e comunicação dos seus acervos históricos.

Nesse sentido, visto a importância e, sobretudo, as potencialidades que podem gerar a partir de um mapeamento amplo e diverso sobre os lugares de memória e acervos vinculados aos esportes, entendemos ser fundamental a construção de uma rede que possa conectar todos esses núcleos com o intuito de promover um diagnóstico sobre esta estrutura.

Afinal, quais são os lugares de memória que preservam as trajetórias esportivas, a quem “pertencem”? Quais a as características inerentes aos acervos dessas coleções?

Se “pertencem”, estão contidas em quais lugares, em quais pessoas? E quem escolhe preservar ou esquecer e manter invisibilizadas tais trajetórias esportivas?

Partindo destes questionamentos e muitas outras observações, no que diz respeito aos lugares de memória, propomos reunir representantes de diversos locais do país para num primeiro momento, entender “o estado da arte”, o cenário dos lugares de memória esportiva. Quem são, onde e como atuam e principalmente, o que estão guardando.

A ideia inicial, que parte deste acolhimento, tem a intenção de diagnosticar e mapear os “possíveis” lugares de memória esportiva que estão espalhados pelo país. Os acervos institucionalizados; não institucionalizados, bem como aqueles não ligados diretamente aos esportes, são potenciais para o mapeamento.

Uma pesquisa, construída coletivamente entre os entusiastas desse setor e tema, tendo como referência um questionário básico será aplicado por meio dos representantes acolhidos, ganhando um alcance nacional e possibilitando, como desfecho, um ciclo ou seminário para apresentar os processos, o mapeamento e diagnósticos obtidos ao longo do período de acolhimento.

A proposta visa:
1) formar os participantes inscritos como pesquisadores através da iniciação ao tema da salvaguarda da memória esportiva no Brasil;
2) a criação de survey e aprofundamento da metodologia de pesquisa de levantamento;
3) exercício da aplicação de questionário à distância;
4) criação de um mapeamento inicial (digital e impresso) do espalhamento da memória esportiva do Brasil;
5) produzir uma pesquisa e reflexões autoria coletiva.

A autoria coletiva será desenvolvida por: Aira Bonfim – especialista em mapeamento e história do esporte FGV e Ricardo Santos UFRJ- especialista em história do esporte; Philippe Guedon é doutor em História, Política e Bens Culturais pelo CPDOC/FGV, mestre pelo mesmo programa, cientista político e historiador; Enrico Spaggiari é mestre e doutor em Antropologia Social pela USP. Fundador e editor do Ludopédio; e Alberto Luiz – especialista em mapas e pesquisa esportiva UNICAMP. Em conjunto com os pesquisadores da Gerência de Desenvolvimento (GEDES), Centro de Memórias do Sesc SP: Jane Eire Piego, Felipe Sabino da Silva, Felipe Andrade Batista e Camila Vitale. E ainda, Ana Carolina de Toledo, Andresa Caravage, Patrícia Dini e Rosana Catelli, equipe de programação do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP.

Com inscrições previstas para iniciarem na segunda quinzena de março, a proposta terá a seguinte dinâmica: a) condução de encontros remotos, semanais e quinzenais com 2h/cada, realizados entre os pesquisadores proponentes, convidados e inscritos; tabulação e análise; c) mapas: produção de mapas georreferenciáveis a partir dos locais mapeados pela pesquisa; d) diagramação do mapa online e impresso, bem como a cartografia dos locais de memória; e devolutiva final: Encontro presencial final (ciclo ou seminário) no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo para divulgação dos resultados da pesquisa.

Como forma de antecipar o que pretende esta pesquisa, o Centro de Pesquisa e Formação promoverá no mês de março o Simpósio memórias, acervos e histórias do esporte no Brasil, com objetivo de abordar: os acervos esportivos, com ênfase ao Centro de Memórias do Sesc SP; Métodos de pesquisa em campo; Narrativas etnográficas e algumas referências das Memórias do futebol de várzea paulistano.

Com o time de pesquisadores – Aira Bonfim, Ricardo Santos, Philippe Guedon, Enrico Spaggiari, Alberto Luiz, Jane Eyre Piego, Felipe Sabino da Silva, Felipe Andrade Batista e Camila Vitale – as inscrições estão previstas para acontecerem no mês de fevereiro.

Acompanhem a nossa programação e atentem para os períodos de abertura das inscrições.