Mural do projeto À minha mãe e ao meu pai com orgulho, no Sesc Santo André. Foto: Guilherme Carvalho
No Sesc, toda gente é bem-vinda o ano todo. A diversidade de corpos, narrativas e realidades é sempre uma prioridade na programação, em todos os meses. Mas isso não nos impede de dedicar um olhar especial para o mês de junho, quando se celebra o orgulho LGBTQIA+.
No país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo*, o mês do orgulho é muito mais do que uma festa, é um momento de reafirmar os direitos e garantir que as histórias dessas pessoas não se percam em um mar de violência e preconceito. Por isso, nossa programação foge dos estereótipos e engloba desde atividades esportivas até um plantão de retificação de documentos, passando por mostra de cinema e bate-papo sobre empregabilidade de pessoas trans e travestis.
Confira:
VII Festival de Cinema LGBTQIA+
Já está disponível na plataforma Sesc Digital a programação completa composta por 27 produções de diversas nacionalidades, entre curtas e longas-metragens, do VII Festival Internacional de Cinema LGBTQIA+. Realizado entre os dias 9 e 15 de junho, o festival tem a correalização do Sesc São Paulo e da Delegação da União Europeia, pelo terceiro ano consecutivo. Os filmes podem ser assistidos gratuitamente e sem necessidade de cadastro em sescsp.org.br/cinemalgbtqia
Quer ajuda pra trocar o nome e gênero nos documentos? Orientação para fazer o seu currículo? O PoupaTrans é um guichê de serviços de apoio à população LGBT+, voltado especialmente à população trans. O coletivo oferece ajuda para retificação de nome e gênero nos documentos, para fazer e imprimir currículo e dá apoio a vítimas de violência. O serviço fica disponível no Sesc Santana, de quarta a sábado, das 13h às 17h, até dia 3 de julho.
No país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, como resistir e lutar pela diversidade? Na quinta-feira, 9, Fabi Alvim, bicampeã olímpica de vôlei, e Rita Von Hunty, drag queen e ativista, estarão em um bate-papo no Sesc Guarulhos para responder a essa e outras perguntas, além de compartilharem suas trajetórias pessoais no esporte e nas artes. A conversa vai ser transmitida ao vivo canal do Sesc Guarulhos no Youtube, a partir das 19h.
Pessoas trans e o mercado de trabalho
O jornalista Câe Vasconcelos apresenta sua pesquisa sobre a situação das pessoas transvestigêneres brasileiras no mercado de trabalho, trazendo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais e relatos presentes em seu livro “Transresistência: Pessoas trans no mercado de trabalho”. Durante o encontro, ele entrevistará Flora Matheusa, travesti negra e periférica, da cidade de Guarulhos. O encontro, mediado por Jack Magalhães, acontece presencialmente no Sesc Guarulhos no dia 14, às 19h30. A entrada é gratuita.
Nerd e maloqueira, Badsista representa de forma consciente e incisiva a comunidade LGBTQ+ e periférica da cidade de São Paulo, disseminando o fortalecimento e a possibilidade de permanência de pessoas periféricas e dissidentes na música. No repertório do show que acontece no Sesc Avenida Paulista no fim de semana dos dias 10 e 11, músicas como Chora Na Minha Frente, Bandida e Farse.
Em junho o Sesc Avenida Paulista convida o público e pessoas que participam de sua programação, para celebrar o amor em suas diferentes formas. De 12 de junho até o fim do mês você pode acompanhar nas redes sociais da unidade, a série de depoimentos #AmoréAmor. Siga pelo Instagram, Facebook ou Twitter.
Narrativas Encontradas Numa Garrafa PET na Beira da Maré
O espetáculo de teatro do Grupo São Gens de Teatro (PE) tem como espaço cênico e conceitual o universo do mangue, das palafitas, da maré e a diversidade dos sujeitos e suas narrativas. Uma dramaturgia criada a partir da vivência do dramaturgo Anderson Leite na comunidade ribeirinha da Ponte do Pina, no Recife (PE), onde o autor e sua família encontram a subsistência de sua rede familiar através da pesca artesanal de marisco e sururu. Embebido das narrativas que atravessam o autor, os seus e os que partilham daquele espaço para morada e/ou sustento, o dramaturgo e encenador dá vida a uma montagem que visa discutir temas de suma importância para a sociedade contemporânea, tais como: homofobia, estupro, assédio, machismo, violência policial, racismo e vulnerabilidade social. Deste modo, o espetáculo coloca em evidência o espaço urbano da cidade do Recife e sua relação com as margens, e visa discutir os problemas inerentes ao fluxo contínuo de uma favela, revelando suas poeticidades e mazelas cotidianas. As apresentações acontecem em temporada no Sesc Avenida Paulista de 17 de junho a 17 de julho.
Futebol, transexualidades e seus desafios
O nascimento do futebol no Brasil é marcado como uma história de novidade, mas também de exclusão a partir de marcadores sociais da diferença. Proibido às mulheres, pessoas negras e pessoas pobres durante décadas, até hoje vivemos os efeitos de um futsal masculino que surge nos anos 30, mas que para as mulheres se oficializa como prática apenas nos anos 80. São 50 anos entre uma permissão e outra que produz no final das contas a diferença que assistimos hoje nas categorias femininas e masculinas em todas as práticas de futebóis.
É nesse sentido que o bate-papo com Bernardo Gonzales, homem trans, professor e jogador de futebol amador, caminhará. A retomada do direito a prática esportiva, ainda que na categoria amadora, demonstra a importância do estabelecimento de comunidades que reivindicam não só as quatro linhas, mas o direito de se empoderar e empoderar outras pessoas a desenvolverem habilidades desconhecidas e criar narrativas de pertencimento a um outro futebol. A atividade é presencial e gratuita, e acontece no teatro do Sesc São Carlos no dia 16, quinta-feira, às 14h.
Demonstração de Futsal com Sport Clube Trans Mosqueteiros
Fundado em 2019 na cidade de São Paulo pelo sonho de Gabriel Cardoso e Tatto Oliveira,o time Sport Clube Trans Mosqueteiros teve suas atividades interrompidas em função da pandemia, o que levou, inclusive, ao desmonte do coletivo. Em 2021 se reestruturou com uma comissão composta pelas trans masculinidades de Tatto Oliveira, Bernardo Gonzales e Matheus Oliveira. Do esforço dessa comissão o Sport Clube Trans Mosqueteiros tornou-se o único time de pessoas trans masculinas a ser campeão de um campeonato amador no Brasil, os Jogos LGBTQIAP+ realizado pela prefeitura da cidade de São Paulo. Na quinta, 16, eles demonstram seus talentos com a bola no ginásio do Sesc São Carlos, às 15h.
Camarote Solidário
O Camarote Solidário da Agência de Notícias da Aids está de volta para incentivar a solidariedade e o orgulho LGBTQIA+ na Parada de São Paulo, e mais uma vez o Sesc São Paulo estará presente, com transmissão ao vivo de toda a programação virtual no canal do Youtube do SescTV. A 19º edição do Camarote vai acontecer no dia 19 de junho às 13h, com apresentação da jornalista Patrícia Palumbo e da Drag Queen Dindry Buck, e traz como atração principal o engajamento e a musicalidade de Zélia Duncan, além de bate-papos com ativistas do movimento LGBTQIA+ sobre diversidade, políticas públicas e direitos humanos, e flashs ao vivo da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Idealizado pela jornalista Roseli Tardelli, o Camarote tem por objetivo arrecadar alimentos para as ONGs que acolhem pessoas vivendo com HIV/aids e pessoas em situação de vulnerabilidade. Saiba como contribuir com esta causa aqui.
Festival de Vôlei da Diversidade
O Sesc Pinheiros abre a quadra pra realizar o Festival de Vôlei da Diversidade! Participam o coletivo Ângels Vôlei, fundado em 2008 e tendo como destaque o maior time feminino trans, e a atleta Tiffany Abreu, primeira mulher trans a participar de competições oficiais no Brasil. O Festival acontece no sábado, 26, das 13h às 18h, e tem o objetivo de promover o esporte e a resistência sem qualquer discriminação ou desrespeito. Não é necessário realizar inscrição antecipada.
Diversidades e a Paulista de Histórias Não Contadas
Quais são as vozes representadas através da História? A partir do recorte da criação da Avenida Paulista, este passeio guiado que acontece no domingo, 26, abordará perspectivas de histórias relacionadas a diferentes atores como: a comunidade surda, lgbtqia+, negras e indígenas. Deste modo, o público será convidado a refletir sobre os acontecimentos passados e futuros relacionados a algumas narrativas do passado e do presente, para que juntes propormos um futuro que contemple uma cidade diversa e democrática. A atividade inclui uma visita ao Mirante do Sesc Avenida Paulista.
Okó Maskulinidades Transatlânticas
“Ocó” é um termo usado por mulheres trans e travestis para se referir ao “Homem” no “Pajubá”, linguagem inspirada no idioma “Iorubá” e utilizada por pessoas da comunidade LGBTQIA+ para se comunicarem sem ser percebida em espaços públicos.
Refletindo sobre a construção da figura masculina em diáspora e suas relações com a urbanidade, a performance apresenta um corpo que desfila uma masculinidade e se transforma em diálogo com as coreografias sociais presentes nos territórios por onde caminha.
Com direção de Malu Avelar e fotografia de Afrop, o trabalho se realiza em itinerância – entre o Terminal Princesa Isabel e o Sesc Bom Retiro – e, inspirado no pensamento de Beatriz Nascimento, mapeia corpos que se fundem com os espaços públicos revelando subjetividades esquecidas nos trânsitos transatlânticos, expandindo a ideia da performance de gênero através de um olhar plural e sensível. Grátis, na terça, 28/6, às 17h.
Lambidas Periféricas: Arte política nas ruas
No Canal do Youtube do Sesc Catanduva, o Coletivo Lambidas Periféricas apresenta uma intervenção visual de lambe lambe e stencil art com objetivo de promover a visibilidade, a valorização dos coletivos artísticos LGBTQIA+ das periferias e o acesso da população à arte e cultura desses coletivos, que também são negros e periféricos. E pra embalar essa mistura criativa, ainda rola um podcast com o Conselho Municipal dos Direitos LGBTs de Catanduva.Tudo isso no dia 28,terça, às 20h.
À minha mãe e ao meu pai, com orgulho
O projeto, iniciado em outubro de 2020, convidou o público do Sesc Santo André a enviar um texto contando como foi a experiência de assumir-se LGBTQIA+ para seus pais, mães ou qualquer outro familiar que assumisse esse laço dentro de suas famílias. Dos relatos iniciais recebidos, a equipe de curadoria extraiu palavras e frases que viraram um grande mosaico e, estampadas, se transformaram em um universo de microcrônicas. O mural pode ser visto hoje no Espaço de Tecnologias e Artes do Sesc Santo André. Depois de ouvir os filhos, o projeto seguiu com os depoimentos, mas agora na versão das mães. Em “A Voz das Mães”, foram lançados vídeos de mulheres que integram a ONG Mães pela Diversidade, respondendo aos relatos que estão expostos no mural do projeto “À minha mãe e ao meu pai, com Orgulho”. Os vídeos, disponíveis no canal do Youtube do Sesc Santo André, trazem mensagens de apoio, empatia e acolhimento.
Toda a trajetória do projeto, com as crônicas produzidas pelos participantes e seus vídeos depoimentos, os vídeos das mães e fotos dos bordados pode ser acessada pelo site www.medium.com/comorgulho.
A residência é um espaço laboratorial em que 10 artistas drags mergulham em uma experiência de autoconhecimento e elevação de suas potencialidades a partir de suas Drags. Durante um processo de residência, a mentora Sheyla Müller – persona de Zecarlos Gomes, que também é ator, diretor, palhaço e graduando em Licenciatura em Teatro pela Universidade de Brasília – guia a seleção de artistas drags em um processo criativo para além da maquiagem e do lipsync. Como resultado desta experiência de investigação artística, para além do fortalecimento das redes LGBTQIA+ da região, o processo resultará em um espetáculo performático com as artistas, a ser apresentando ao público no dia 03 de julho no Sesc Interlagos.
Transbordando o mês do orgulho, a Bienal do Livro recebe no Salão de Ideias este bate-papo promovido pelo Sesc São Paulo, sobre a representatividade LGBTQIAP+ na política, na mídia, no mercado de trabalho e em instituições importantes da sociedade. Participam da conversa Renan Quinalha, professor de direito da Unifesp, escritor, advogado e ativista dos direitos humanos, Samuel Gomes, criador de conteúdo, escritor, consultor de diversidade, militante das causas negra e LGBT+, e Letícia Lanz, psicanalista, especialista em gênero e sexualidade pela Uerj e mestra em sociologia pela UFPR. A atividade acontece no sábado, dia 9 de julho, e a entrada é gratuita para quem tem a credencial plena. Saiba mais sobre o Sesc Na Bienal do Livro em sescsp.org.br/bienaldolivro.
* Segundo o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, o Brasil segue, pelo quarto ano consecutivo, sendo líder do ranking de assassinatos com motivação lgbtfóbica.
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