O inclassificável grupo britânico dos anos 90 deixou três shows para o Na Plateia durante a passagem da banda pelo Nublu Festival 2018
Esta entrevista foi gravada no dia 21 de março de 2018 durante o festival Nublu Jazz Festival no Sesc Pompeia
“Eu começo!”
Desde 2013, quando Paul Godfrey se desligou do grupo britânico, os integrantes remanescentes seguiram com o projeto, sob o nome “Skye & Ross”. Quando foi anunciado que Morcheeba seria novamente o nome da banda, os fãs demonstraram certa confusão, ainda durante o retorno aos palcos, no Nublu Jazz Festival de 2018, questionando a mudança pela página do Facebook da banda. “Afinal, vocês são Morcheeba de novo?”, disse um fã, ao que eles responderam: “sempre fomos Morcheeba”.
O Morcheeba atravessou diversas fases da indústria musical, e também sobreviveu às revoluções do consumo de música no mundo. Formada em 1995, na Inglaterra, a banda já lançou 9 discos e vendeu mais de 10 milhões de cópias. Na edição de 2018 do Nublu, a Zumbido enquadrou a dupla Skye Edwards e Ross Godfrey para perguntar três shows memoráveis que ocupam suas cabeças e ter uma noção digna do que os britânicos avôs do trip-hop tem escutado. Assista ao vídeo e, na sequência, a transcrição da entrevista.
Skye — Um dos meus shows favoritos foi assistir um cantor chamado John Martyn, um cantor de folk. Ele tocou… Estou tentando lembrar o ano, mas provavelmente foi em 1992 no The Clapham Grandem South London. É um teatro adorável, eu acredito que ele não exista mais. Quer dizer, eu amo John Martyn e um dos seus discos que são meus favoritos são Solid Air e One World. E o que eu amo neste show é que parecia que eles estava tocando para um grupo de amigos. Nós nos sentimos como se fôssemos seus amigos. Ele estava cantando e tocando seu violão. Ele também tinha vários pequenos instrumentos, como uma bicicleta e uma corneta que ele ficava
tocando a cada nota. É… esse é o número 1.
Ross — O primeiro festival de música que eu fui na minha vida foi o Reading Festival, que é como um festival de rock no Reino Unido. Eu acho que tinha 13 anos de idade e fui com alguns amigos mais velhos do que eu. No primeiro dia, tinha… Eu queria muito assistir essa banda Dinossaur Jr, é uma das minhas bandas favoritas. Eu amo J. Mascis que é o guitarrista. E também no mesmo dia teve Babes in Toylands, Sonic Youth, Iggy Pop, Nirvana… E foi simplesmente maravilhoso. Cada banda era incrível e estar lá, como um molequinho, explodiu minha cabeça. Foi muito bom. Então, esse foi o melhor festival em que eu estive na minha vida e também o primeiro em que fui na vida.
S — O segundo show favorito foi em Londres também, no Royal Albert Hall. E foi pra assistir a Orquestra Filarmônica de Londres tocando a trilha sonora de filmes famosos. Então, eles estavam tocando a trilha sonora do Star Wars, do E.T., do Tubarão, do Rocky e foi incrível estar num teatro bacana, com uma orquestra completa tocando trilhas sonoras que eu cresci ouvindo. Isso meio que me deixou arrepiada.
R— Um outro show que eu amei foi de uma banda chamada Love. Eles tocaram no Queen Elizabeth Hall em Londres o álbum Forever Changes inteiro, que é um disco bem clássico. Eles tocaram com uma orquestra e eles tinham a parte dos “mariacchis” e tudo mais. Foi inacreditável. É um dos meus discos favoritos e vê-lo sendo tocado ao vivo tão bem foi uma experiência incrível.
S — Recentemente, alguns meses atrás eu fui assistir um cantor chamado Sampha junto com a minha filha. Minha filha tem 20 anos. E ela estava afim de ver esse cara chamado Sampha e foi numa mesma noite em que teria o show do The XX. Então, nós fomos ver o Sampha sem saber que o The XX iriam estar tocando também na mesma noite. Então, o Sampha apareceu e tocou, foi bem curtinho na verdade, uns 30 minutos e eu ficava pensando “É, não parece muito longo.” Aí, assim que terminou, ninguém estava indo embora e aí o The XX apareceu, e foi uma baita surpresa. E eu não estava muito familiarizada com o The XX, eu estava ali por causa da minha filha, porque ela ama eles.
Aí eu olhei pra ela e disse: “Aquele cara ali atrás! Ele é incrível.”
E ela virou pra mim e disse: “Mãe, aquele é o Jamie XX.”
Eu aprendi algo novo naquela noite. Eu realmente fiquei me sentido “a mãe”. Quadradona. Eu adorei muito e com certeza vou assistí-los novamente e de fato eu estava compartilhando uma experiência com minha filha. Eu me senti “cool” aquela noite.
R— E então, eu diria, mais recentemente eu fui assistir ao show de uma banda chamada The Barr Brothers, eles tocaram no Alexandra Palace em Londres. Eles são do Canadá. Tem dois álbuns, então são meio novos, mas sua musicalidade é absurda. As músicas são ótimas. E eu acho que eles provavelmente são uma das maiores bandas do mundo atualmente. Vai levar um pouco de tempo, mas torço que eles se tornem muito famosos.
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