Nascido no Rio de Janeiro, Octávio da Silva é a figura mágica por trás do auge dos cordões carnavalescos da cidade de São Paulo. Foi com um apelido que reconhece sua posição de encantamento que se consagrou: hoje, é lembrado como Talismã, violonista, cantor, compositor, artista plástico e carnavalesco. Talismã ajudou o Camisa Verde e Branco a se tornar uma das grandes agremiações do Carnaval paulistano, passou por diversas escolas e veio a se tornar um ícone nos carnavais do estado de São Paulo. É para homenagear esse legado que o Selo Sesc lança, às vésperas do festejo mais popular do país, o álbum Talismã: Negro Maravilhoso! nas principais plataformas de áudio e gratuitamente no Sesc Digital. Em abril, o show de lançamento acontece nas unidades do Sesc Vila Mariana (1º e 2 de abril), Sesc Jundiaí (5 de abril) e Sesc Sorocaba (6 de abril).
A honra de entoar os sambas de Talismã coube a três grandes nomes das Velhas Guardas das escolas de samba de São Paulo: Ideval Anselmo, Zé Maria e Marco Antonio são os intérpretes por trás do Encontro das Velhas Guardas. Ideval deu seus primeiros passos no Camisa Verde e Branco, passou por diversas escolas e se tornou o maior vencedor de concursos e de títulos de sambas-enredo dos carnavais de São Paulo. Zé Maria é figura ilustre da Unidos do Peruche, da Barroca Zona Sul e de outras escolas. E Marco Antonio iniciou sua caminhada na Mocidade Alegre, como um distinto mestre-sala, e é fundador da Velha Guarda da Nenê de Vila Matilde.
Talismã criou sambas históricos que levaram o cordão carnavalesco Camisa Verde e Branco ao posto de campeã do Carnaval. Há um nome gravado na História (1968), Biografia do samba (1969), e Sonho colorido de um pintor (1971) são três das 13 faixas do álbum. Ele também traz uma canção inédita, Talismã, o baluarte do samba, composta por Marco Antonio, que destaca a trajetória do sambista radicado na Barra Funda.
A obra de Talismã chegou a grandes nomes da música brasileira que entre as décadas de 1970 e 1980 fizeram suas próprias versões de sambas do compositor. É o caso de Sonho colorido de um pintor, gravado por Tom Zé em 1972; de Mania lírica gravado por Germano Matias (“o catedrático do samba”) em 1979; e da canção Meu sexto sentido (Madrigais), lançada por Beth Carvalho também em 1979.
Em Talismã: Negro Maravilhoso!, acompanham os três intérpretes das Velhas Guardas de São Paulo os músicos Wesley Vasconcelos no violão de sete cordas, Ildo Silva no cavaquinho, Pratinha Saraiva na flauta e no bandolim, Vagner Oliveira no pandeiro e Raphael Moreira na percussão. O coro é formado por Raquel Tobias, Roberta Oliveira, Jéssica Areias, Arthur Doca e Lucas Faria (que também é produtor do projeto). O álbum conta ainda com as participações especiais de Silvério Pontes, Fabiano Segalote, Vítor Alcântara, Daniel D’Alcântara, Luiz Neto, Popô, Pepe Cisneros, Chicão Carapina, Willian GP, Xeina Barros e Rafael Toledo.
Em novembro de 2022, o projeto já havia colocado seu bloco na rua com o lançamento do single Há um nome gravado na História. Nessa versão, a música ganhou um elemento extra, sendo encerrada com uma contundente fala de Zé Maria: A escravidão não terminou!. Segundo Lucas Faria, produtor musical e diretor artístico do projeto, a frase “ressignifica o enredo, sob a clara consciência de que a lei sancionada pela Princesa Isabel entregou os negros à própria sorte. Com isso, abrem-se as portas para que Talismã e sua obra ocupem o lugar que merecem na atualidade!”. Talismã: Negro Maravilhoso! se propõe, portanto, a ser uma homenagem ao sambista, sem abrir mão do diálogo com o nosso tempo.
Talismã: Negro Maravilhoso! está disponível para audição nas principais plataformas de áudio e gratuitamente no Sesc Digital. O show de lançamento acontece nas unidades do Sesc Vila Mariana (1º e 2 de abril), Sesc Jundiaí (5 de abril) e Sesc Sorocaba (6 de abril).
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