POR Sheila Travain
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Quando recebi o convite de uma das instituições sociais atendidas pelo Sesc Mesa Brasil para participar de uma ação educativa que eles iriam desenvolver, não imaginei que viveria uma experiência tão rica em sabores e ensinamentos. Ao chegar lá, o ambiente estava cheio de energia, e o entusiasmo de crianças e adolescentes era contagiante. Eles estavam em duplas, com aventais coloridos e sorrisos largos, prontos para se aventurar em suas criações culinárias. Meu papel? Ser uma das juradas em uma competição de sanduíches.
Logo percebi que aquela tarde seria muito mais do que uma simples degustação. À medida que as duplas iam apresentando suas receitas recheadas de criatividade, percebi o quanto cada detalhe importava para eles. Cada ingrediente era escolhido com cuidado, a quantidade dos molhos era discutida com seriedade, e a apresentação do prato era tratada quase como uma obra de arte. Alguns estavam mais tranquilos, confiantes em suas escolhas, enquanto outros tremiam de nervosismo, ajustando e reorganizando os elementos no prato até o último segundo.
O que mais me marcou naquele dia foi a dedicação minuciosa das crianças: eles me explicavam suas escolhas com alegria, compartilhando algo que haviam elaborado com cuidado. Não era apenas uma competição; era uma oportunidade de aprendizado, troca e construção coletiva do saber.
Enquanto eu observava o comprometimento deles na tarefa proposta, pensei no quanto as doações de alimentos para a instituição contribuem para esses momentos. Graças a essas doações, o cardápio das crianças é complementado, permitindo que elas experimentem novos sabores e tenham contato com alimentos que, muitas vezes, não fazem parte do seu dia a dia. A atividade proposta pela atividade representava uma oportunidade de vivenciar a alimentação de uma forma diferente, aprendendo sobre combinações, nutrição e até sobre criatividade na cozinha.
Lembro-me de um momento específico, em que uma das duplas, visivelmente ansiosa, me observava atentamente enquanto eu dava a primeira mordida. Eles tinham feito questão de ajustar a quantidade exata de molho, preocupados que não fosse nem demais nem de menos. Naquele instante, mais do que a comida, eu via o esforço deles, o trabalho em equipe e o prazer de realizar algo que importava. Aquilo me fez refletir sobre o poder da educação alimentar e de como essas experiências práticas podem despertar habilidades, senso de responsabilidade e até novas formas de ver o mundo.
Ao final da atividade, fiquei pensando em como uma vivência simples pode impactar não só as crianças, mas também a mim. A cada sorriso e a cada sabor cuidadosamente equilibrado, percebi a importância de estar ali, vivenciando o trabalho de perto, sentindo a motivação e a disposição deles.
É esse tipo de experiência que me inspira a continuar ressaltando o valor do que fazemos no cotidiano. Aquele dia me ensinou que, muitas vezes, são as pequenas ações que deixam as maiores marcas. Sempre que retorno à instituição, lembro dessa atividade e da lição valiosa que aprendi: mais do que ensinar, estamos ali para aprender juntos. Essa troca é o que me motiva a seguir em frente, alimentando cada dia com novos sabores.
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