Populações de todas as partes do mundo contam e recontam suas histórias, de geração em geração, através de um variado leque de linguagens. Entre estas, figuram as expressões artísticas – entendidas pelo Sesc como cruciais para o desenvolvimento da sensibilidade e, por conseguinte, da percepção afetiva da realidade.
Gravar as emoções e visões num dado suporte possibilita o registro das presenças, encontros e descobertas vitais daqueles que se dispõem ao exercício imagético e/ou escritural; do mesmo modo que os seus medos, anseios e indignações.
Em um passado longínquo, a madeira foi identificada como matéria propícia à constituição de imagens e textos, reproduzidos mediante impressões em outras superfícies. Sulcada, ela se revelou uma matriz adequada ao recebimento de incisões e pigmentos que, combinados, descortinavam possibilidades gráficas ilimitadas.
Eis a técnica da xilogravura. Experimentada e incrementada por mãos hábeis, a “xilo” serve de meio para registros documentais, criações artísticas e elementos decorativos, propiciando amalgamas entre vocabulários populares e eruditos. Hoje, como atesta a presente Ocupação Xilográfica, há uma geração emergente de artistas dedicados a conferir novos contornos a esse fazer ancestral repleto de potências artesanais, formais e conceituais.
Entre as superfícies da madeira e do papel – no contato entintado entre elas – surgem digitais do tempo, enquanto marcas produzidas por gestos fugazes que, no entanto, permanecem gravados em figuras e composições expostas à contemplação. É nessa intersecção da produção com a recepção da arte que o Sesc inscreve sua ação cultural, fomentando experiências de formação para uma apreensão sensível e crítica das imagens que povoam a vida.
Danilo Santos de Miranda
Diretor-regional do Sesc São Paulo
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