A mostra “Olhares Inspirados: Raquel Trindade, Rainha Kambinda“, em cartaz até dezembro de 2021 no Sesc 24 de Maio, nos convida a desvendar a complexidade de Raquel Trindade, a partir de uma ocupação temporária em sua homenagem.
Fruto de um exercício coletivo, a curadoria articulada pelo núcleo de Artes Visuais do Sesc 24 de Maio reúne onze artistas que apresentam um conjunto diverso de técnicas e linguagens, subjetividades e poéticas. Aline Bispo, Aretha Sadick, Bianca Foratori, Charlene Bicalho, Daisy Serena, Eve Queiróz, Ione Maria, Patrícia Gonzalez, Maria Trindade, Nenesurreal e Soberana Ziza erguem trabalhos inéditos ou revisitados, amparados por encontros de formação ministrados pela curadora, pesquisadora e artista Renata Felinto, que assina a curadoria do núcleo dedicado à Raquel, e por Vitor da Trindade, filho da artista.
Uma composição de desenhos, esboços, figurinos, pinturas, fotografias e vídeos apresentam a multiplicidade da artista e trazem ao público a potência da vida e da obra da figura tomada como inspiração. A Rainha Kambinda torna-se desejo de afetar amplamente o público por ideias de educação, cultura popular e respeito às diversidades, e de inspirar com sua fortuna gerações artísticas posteriores, transgressora em seu legado de vida e de esperança.
VISITAÇÃO
De 16/10 a 12/12.
Terça a sexta – 10h às 20h
Sábado – 10h às 19h
Domingo e feriado – 10h às 17h
As atividades presenciais seguem protocolos de saúde pública para evitar o contágio da covid-19. É necessário apresentar o comprovante de vacinação constando as duas doses ou dose única para autorização de entrada.
PROGRAMAÇÕES INTEGRADAS
Em paralelo à mostra, uma diversidade de programações integradas acontecem em ambiente virtual e presencial. Confira a grade completa abaixo.
Com três episódios de 30 minutos, a web série apresenta o trabalho realizado em Embu das Artes, no Teatro Popular Solano Trindade, fundado por Raquel Trindade e que se mantém após sua morte em 2018. Os episódios conduzidos por integrantes e familiares, apresenta dança, música e poesia no contexto da cultura popular brasileira.
Episódio 1_Maracatu Nação Cambinda
Episódio 2_O Caminho de Alabê
Episódio 3_Periferias do Sul – Arte e Resistência
Em iorubá a palavra “xirê” corresponde a “roda”. Assim, emprestamos o termo para essa série de bate-papos virtuais, apresentados e mediados por Vitor da Trindade e Elis Trindade.
Xirê 1_Vida e obra de Raquel Trindade: histórias. Com Sinhá Rosália
Rosália Antônia (SINHÁ) é vice-presidente do Grupo de cultura popular Urucungos, Puitas e Quigengues, fundado por Raquel Trindade em 1988 na cidade de Campinas, no período em que Raquel lecionou na UNICAMP. Sinhá é também contadora de histórias, cantora e compositora. O grupo Urucungos, Puitas e Quigengues mantém as manifestações culturais e artísticas populares de substancial relevância para a preservação e continuidade do patrimônio imaterial brasileiro, como Bumba Meu Boi, Baião, Ciranda, Samba de Roda, Samba Lenço Rural Paulista, Jongo (Mineiro e Fluminense) e Maracatu.
Xirê 2_Presença de mulheres negras nos espaços de arte. Com Ana Paula Lopes
Ana Paula Lopes de Assis é Graduada em Arte: História, Crítica e Curadoria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP (2014). Desenvolve pesquisa dentro do tema da história das exposições no Brasil. Disserta de modo a problematizar a curadoria da JAC (Jovem Arte Contemporânea) de 1972, curada pelo professor Walter Zanini. Trabalhou como arte educadora na Trigésima Bienal de Arte de São Paulo (2012), no Museu de Arte Brasileira, da Fundação Armando Álvares Penteado (2015), White Cube (2015) e atualmente trabalha na Mendes Wood DM.
Xirê 3_Educação e igualdade racial. Com Matilde Ribeiro
Matilde Ribeiro é assistente social e ativista política brasileira e atua no movimento negro, das mulheres negras e feminista. Foi ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e, como ministra, além da política voltada aos quilombolas e do início da tramitação do Estatuto da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro atuou para aprovar a implementação das cotas raciais nas universidades. Atualmente, é professora adjunta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
Xirê 4_Espaços independentes de arte e cultura na periferia. Com Tia Nice e Suzi Soares
Tia Nice conduz a cozinha criativa e a casa Agência Solano Trindade, fornecendo comida de verdade com base em alimentos orgânicos. Suzi Soares é produtora cultural, professora e cocriadora do Sarau do Binho, e de ações culturais relacionadas com o Sarau, como a caminhada cultural pela América Latina chamada Donde Miras; o sebo Brechoteca; a Bicicloteca, uma biblioteca itinerante que distribui livros nos bairros periféricos; e o projeto Postesía, entre outros.
Xirê 5_Economia criativa e protagonismo das mulheres negras. Com Adriana Barbosa e Jaqueline Fernandes
Adriana Barbosa é formada em Gestão de Eventos e pós-graduada em Gestão de Projetos Culturais. Atua como CEO do Instituto Feira Preta, maior feira de cultura negra da América Latina, projeto pelo qual foi inúmera vezes premiada em nível nacional e internacional. Jaqueline Fernandes (Jaqueline Fernandes de Souza Silva) é jornalista, educadora popular, gestora e produtora cultural. Estilista, especialista em Comunicação Estratégica e em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça e em Estudos Afrolatino Americanos e Caribenhos. Idealizadora, curadora e coordenadora geral do Festival Latinidades – maior festival de mulheres negras da América Latina.
Xirê 6_Movimento negro na arte: um olhar sobre o legado dos pioneiros Abdias do Nascimento e Solano Trindade. Com Elisa Larkin Nascimento e Suely Bispo
Elisa Larkin Nascimento é cientista social, pesquisadora, educadora e presidente do IPEAFRO, instituto que organiza e cuida do acervo documental e museológico de Abdias Nascimento, além de desenvolver a promoção do ensino das relações étnico-raciais e da história e cultura de matriz africana. Suely Bispo é atriz, poeta, escritora. Formada em História com ênfase em História da cultura afro-brasileira e Mestre em Estudos Literários, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, pesquisou a obra de Solano Trindade e aspectos sobre os apagamentos e silenciamentos de sua obra.
Encontros de mediação cultural com artistas participantes da exposição e com artistas integrantes do Teatro Popular Solano Trindade, que acolhem o público em um diálogo que mistura suas próprias experiências de vida e de criação com as relações particulares de cada um com a homenageada, Raquel Trindade.
Para participar da atividade é necessário reservar o horário, por meio do agendamento, conforme o campo “visitação” acima.
Com Ione Maria
A artista convida o público para uma visita na qual apresenta o processo de elaboração da obra Honraria Kambinda, realizada especialmente para a mostra, unindo colagens de elementos bi e tridimensional, a partir de imagens do acervo da família Trindade.
30/10, sábado, das 15h às 16h
Com Cícera França
Neste encontro, a educadora, figurinista, pesquisadora e integrante do grupo de dança do Teatro Popular Solano Trindade, irá compartilhar histórias vividas junto à Raquel Trindade e acompanhar os visitantes na mostra.
6/11, sábado, das 15h às 16h
Com Nenesurreal
Encontro com a multiartista Nenesurreal que conduzirá uma visita mediada por afetos e memórias relacionadas às trajetórias de vida da artista e de Raquel Trindade.
13/11, sábado, das 15h às 16h
Com Carlos Caçapava
Vindo do Vale do Paraíba (Lorena) aos 18 anos, era professor de Capoeira quando conheceu Raquel Trindade. Influenciado por ela, passou a tocar em suas aulas de dança, formando-se como pesquisador, compositor, coreógrafo, músico percursionista, luthier, professor (técnicas, teorias e história da música), e arte educador na área de música e danças.
20/11, sábado, das 15h às 16h
Com Soberana Ziza
A artista convida o público para uma visita na qual apresenta o processo de elaboração da obra Mestra Kambinda – Início, Meio e Conexão…
4/12, sábado, das 15h às 16h
Com Karla Magalhães
Encontro conduzido pela dançarina e educadora Karla Magalhães, que integra há mais de 20 anos o Teatro Popular Solano Trindade assim como o grupo Sanza, com o músico Carlos Caçapava e coordena o grupo de dança Arco íris.
11/12, sábado, das 15h às 16h
Lambe-lambe. Com Eve Queiróz
O lambe-lambe é uma vertente artística dentro da street art que usa papel e cola. Foi popularizado a partir da década de 60, pois era fácil e rápido de produzir e fixar cartazes de protestos e outras mensagens. A partir daí, criou-se um olhar mais artístico para o lambe-lambe, que hoje está na rua de muitas cidades do mundo e com produções cada vez maiores. Neste vídeo tutorial, serão apresentados os primeiros passos para criar o próprio lambe-lambe e sua aplicação em um ambiente externo, a partir da criação da artista Eve Queiróz, integrante da mostra. Eve Queiróz é artista visual de Embu das Artes (SP). Em 2009, iniciou seu trabalho artístico no grafite, com o projeto intitulado Negahamburguer. Ao longo dos anos, tem experimentado diversas técnicas e formatos, em ilustração digital, desenho, pintura, tatuagem, grafite e cartazes lambe-lambe. Sua pesquisa aborda temas como a liberdade do corpo, negritude e direito das mulheres na sociedade.
Formato: vídeo tutorial
Disponível em 7/11, domingo, no YouTube e Instagram do Sesc 24 de Maio
Videopoesia como possibilidade de ação narrativa para mulheres negras. Com Daisy Serena
Roda de conversa em que a artista trará texto de autoras para debater a videopoesia como possibilidade de ação para mulheres negras construírem narrativas de si. Uma proposta que visa ampliar repertórios de como quebrar os olhares coloniais sobre corpos e subjetividades pretas a partir do olhar e da palavra. Daisy Serena é artista e ativista visual, poeta e fotógrafa paulistana. Em suas obras, explora diferentes linguagens artísticas, como vídeo performances, colagem digital, fotografia e poesia, nos quais investiga temáticas como cultura afro-brasileira, decolonialidades, retratos afetivos e memória. Escritora, com estudos em Sociologia e Política, possui textos publicados em diversas revistas digitais.
Público alvo: mulheres negras interessadas em desenvolver trabalhos na linguagem do audiovisual.
Formato: encontro on-line em plataforma fechada
Dia 12/11, sexta, das 15h às 17h. Inscrições a partir de 2/11 – clique aqui
Processos e Poéticas. Com Bianca Foratori
Vídeo sobre as fases do processo criativo da artista Bianca Foratori, especialmente no que diz respeito às suas motivações, temas e fontes de referência. Serão compartilhados estudos, esboços, rascunhos, que envolvem a concepção de suas obras e pesquisas em andamento, reunindo os processos dessas investigações na construção de sua poética. Bianca Foratori é artista visual, natural de Jundiaí (SP) e atualmente vive em São Paulo. Trabalha a memória como dispositivo de reconstrução de narrativas silenciadas, investigando questões como gênero, raça, identidade, miscigenação e territorialidade, tendo a mulher racializada como protagonista. Em sua pesquisa, busca unir teoria, acervos familiares, memórias afetivas e o imaginário popular como fontes.
Formato: vídeo tutorial
Disponível em 14/11, domingo, no YouTube e Instagram do Sesc 24 de Maio
Poética e técnica em pirogravura. Com Patrícia Gonzalez
Atividade que apresenta o processo de criação em pirogravura, que é a técnica de escrever ou desenhar com fogo. Nesta publicação, a artista Patrícia Gonzalez compartilha sua técnica com a ferramenta, com orientações simples para iniciantes.
Formato: publicação no Instagram em formato de cards
Disponível em 21/11, domingo, no Instagram do Sesc 24 de Maio
Processo Aberto – Cuidado! Água evapora, mas sustenta. Com Charlene Bicalho
Conversa com a artista na qual ela apresenta o processo de elaboração da obra “Cuidado! Água evapora, mas sustenta”, realizada de forma colaborativa e processual, com os profissionais terceirizados responsáveis pela limpeza do Sesc 24 de Maio. A criação parte da escuta dos territórios submersos, articulando por um lado relações de poder, ocupação do espaço urbano, arquitetura, paisagem colonial e, por outro lado, saberes contracoloniais, tecnologias ancestrais das águas, pulsão de vida e radicalidades femininas negras. Charlene Bicalho é natural de João Monlevade (MG) e vive na cidade de São Paulo. É artista visual, curadora de articulações criativas e idealizadora do Projeto Raiz Forte. Em suas performances, textos, instalações, vídeos e fotografias, Charlene opera um trabalho processual na intersecção entre crítica institucional, reflexões sobre o legado de comunidades tradicionais, processos em redes e aprendizagem contra-hegemônicos.
Formato: encontro on-line em plataforma fechada
Dia 26/11, sexta, das 15h às 16h30. Inscrições a partir de 16/11 – clique aqui
Bloqueio criativo. Com Aline Bispo
Integrante da mostra “Olhares Inspirados: Raquel Trindade, Rainha Kambinda”, a multiartista Aline Bispo compartilhará seu processo de criação e estratégias para buscar inspiração e construir uma rotina para manter os fluxos de criatividade.
Formato: publicação no Instagram em formato de cards
Disponível em 28/11, domingo, no Instagram do Sesc 24 de Maio
Além dessas atividades, outros conteúdos sobre a ocupação “Olhares Inspirados: Raquel Trindade, Rainha Kambinda” estão sendo compartilhados nas redes sociais do Sesc 24 de Maio. Acompanhe em Instagram, Facebook, Twitter e YouTube.
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