O jornalista Marcio Gaspar conversou com produtores e artistas que formaram a grande comunidade dos Novos Baianos para contar a história do disco que misturou rock, samba e bossa nova
Histórias sobre a música brasileira já foram e continuam sendo contadas a partir de diferentes perspectivas. Jogando luz sobre seus compositores, intérpretes, músicos, estilos e épocas, a música do Brasil é tema frequente de produções nos mais diversos formatos, seja no cinema, na televisão, no rádio ou nos livros, sejam eles impressos ou digitais. Este é o caso de Acabou chorare: o rock’n’roll encontra a batida de João Gilberto, mais um título da coleção Discos da Música Brasileira (concebida inicialmente apenas em e-book) a ganhar a versão impressa.
Para escrever o livro, o jornalista Marcio Gaspar conversou com produtores e artistas que formaram a grande comunidade dos Novos Baianos para contar a história do disco que misturou rock, samba, bossa, poesia e experimentalismo – e que segue, 50 anos depois, inevitável em todas as listas de melhores álbuns da música brasileira.
Não é para menos. Em 1972, Moraes Moreira, Luiz Galvão, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor (mais a banda A Cor do Som) entraram no estúdio para gravar o segundo disco do grupo sob grande influência de João Gilberto, dos tropicalistas Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e Mutantes, e de seus contemporâneos: Secos & Molhados, Rita Lee & Tutti Frutti, Tim Maia, Raul Seixas, Alceu Valença, Luiz Melodia, Sá, Rodrix & Guarabyra, Jards Macalé, Jorge Mautner e Clube da Esquina. Saíram de lá para entrar na história.
Ouça:
Álbum Acabou Chorare | Novos Baianos | 1972
A intensa experiência de compartilhar ideias está refletida na música daquela turma que vivia em uma espécie de comunidade hippie e que acabou por produzir uma sonoridade única. “Assim como Caetano, Gil e Gal Costa foram influenciados pela bossa de João Gilberto e introduziram a guitarra – então rejeitada pelos tradicionalistas – junto com os Mutantes e os Beat Boys na MPB, os Novos Baianos não só absorveram essas experiências como as expandiram, inovaram na estética sonora de conjunto, na forma da letra de canção e no comportamento”, observa o crítico Lauro Lisboa Garcia no prefácio da obra. Lauro também é responsável por organizar a coleção.
Acabou chorare: o rock’n’roll encontra a batida de João Gilberto é o terceiro livro da coleção Discos da Música Brasileira a sair no formato impresso. O primeiro foi Da Lama ao caos: que som é esse que vem de Pernambuco? (2019), título que revela os bastidores do disco antológico de Chico Science & Nação Zumbi, escrito pelo jornalista José Teles; e o segundo foi África Brasil: um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver (2020), eleito o melhor do ano na lista da Scream & Yell e escrito pela jornalista Kamille Viola. Os próximos a saírem da tela para o papel são O canto da cidade: da matriz afro-baiana à axé music de Daniela Mercury (2021), escrito pelo jornalista Luciano Matos e Refazenda: o interior dá frutos na abertura da trilogia ‘Ré’ de Gilberto Gil (2023), escrito por Cris Fuscaldo. É só aguardar.
Conheça os outros títulos da coleção Discos da Música Brasileira na versão impressa:
Da Lama ao caos: que som é esse que vem de Pernambuco? | Escrito pelo jornalista José Teles, título que revela os bastidores do disco antológico de Chico Science & Nação Zumbi.
África Brasil: um dia Jorge voou para toda a gente ver | África Brasil, disco de 1976, de Jorge Ben, é o tema do livro da jornalista Kamille Viola.
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