Preservar para transformar

21/06/2019

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Vista do Rio Ribeira | Foto: Stephany Tiveron

O Vale do Ribeira contrasta uma das maiores áreas restantes da Mata Atlântica no país com um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos do Estado de São Paulo. Para mudar essa realidade, algumas associações estão conciliando a preservação da natureza a estratégias para melhorar a economia e a qualidade de vida das comunidades na região. Esse é o caso da ABRISA – Associação dos Moradores e Produtores do Bairro Ribeirão, que nasceu em 2013 na cidade de Iporanga (SP) e atualmente promove ações para além do município.

Mapeada pelo projeto Ideias e Ações para um Novo Tempo, do Sesc São Paulo, ela participa pela primeira vez da feira Mosaico de Saberes, que acontece na unidade de Registro. O evento reúne artesãos, pequenos produtores, associações e ativistas em prol de uma vida mais sustentável e agroecológica.

No vídeo, Edna Florindo da Silva, uma das integrantes da ABRISA, conta um pouco sobre como essa transformação está sendo feita na prática e a importância da iniciativa para os moradores ribeirinhos.

Embora o nome da associação se refira ao bairro no qual surgiu, a sigla do grupo ressalta a valorização do patrimônio histórico-cultural da região: ABRISA faz referência ao antigo Arraial de Santo Antônio, um dos primeiros ciclos de garimpo de ouro no país. É a partir daí que começa o resgate da origem das comunidades locais, que nos tempos da colonização concentravam vários dos quilombos do Estado de São Paulo. Resquícios desse período ainda estão à beira do rio Ribeira em pequenas muralhas de pedra, construídas por escravos, por exemplo.

Em abril, a turma da ABRISA deu início ao turismo na região e, já nesse primeiro grupo, seis famílias locais foram beneficiadas – seja cozinhando, vendendo produtos artesanais ou limpando a trilha. De acordo com Edna, “[a ideia] é fazer com que todos ganhem, não só um. A gente quer que a comunidade ganhe e precise o mínimo possível do poder público“.

O papel do meio ambiente

Pouco disso seria possível sem a preservação da natureza local, que ajuda a manter vivos tais vestígios do passado e permite que os moradores produzam alimentos para consumo próprio e para venda. Por isso, foi com a implementação da agrofloresta e o trabalho de conscientização que a ABRISA começou sua atuação.

Utilizando recursos naturais (esterco, folhas secas e outras matérias orgânicas), os voluntários tornaram áreas degradadas em um espaço produtivo. E a população precisou ver para crer, como o próprio pai de Edna, que é agricultor e duvidava da transformação. “Hoje todos estão encantados com esse novo sistema em que a gente produz sem agredir o meio ambiente“, ela relata.

Hoje em dia, além das iniciativas no bairro de Ribeirão, a ABRISA faz parcerias e participa de eventos para a troca de conhecimentos e a comercialização de produtos no Vale do Ribeira. Para conhecer outros projetos inspiradores, acompanhe o Ideias e Ações para um Novo Tempo!

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