De 3 de maio a 7 de junho, o Sesc Santo Amaro inclui em sua programação roda de conversa, sarau, performance e clube de leitura com temáticas relacionadas à maternidade na contemporaneidade
Quais as implicações da escolha de ser mãe hoje em dia? As ideias e visões sobre maternidade mudaram ao longo dos anos. Começando pelos métodos anticoncepcionais, que propiciaram às mulheres uma relação com seus corpos e sexualidade diferente das gerações anteriores. As novas formas de concepção assistida, a fertilização in vitro e os bancos de embriões, entre outros procedimentos, contribuíram para controlar ou adiar a gravidez.
Além disso, há uma diversidade de características entre as mulheres – sejam elas culturais, religiosas, sociais, regionais ou econômicas – que influenciam suas condições de vida, opções e escolhas. E, hoje em dia, há outras maneiras de realização pessoal para a mulher, para além da maternidade, que permitem a decisão de não ter filhas/os.
A chegada de uma criança impacta a rotina da família. No caso da mulher, além das alterações do corpo, quando há a escolha de gestar, existe o acúmulo de funções dentro e fora de casa. A dupla jornada de trabalho, que sempre foi uma realidade para as mulheres das classes pobres, também é um aspecto que pode pesar na decisão.
Com a participação cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho desde a década de 1960, surgiram também novas noções em relação aos cuidados com as crianças. Entre estas, a compreensão de que a educação não é exclusivamente dever dos pais, e sobretudo das mães, mas uma responsabilidade de toda a sociedade.
Ou seja, a qualidade de vida e a garantia do bem-estar das pessoas recém-chegadas ao mundo não depende apenas do empenho de seus genitores. Levam-se em conta, por exemplo, as condições ambientais do planeta e os problemas da sociedade, que têm tornado o contexto menos acolhedor aos novos habitantes.
Diante disso, ser mãe não é mais um caminho natural e inevitável posto às mulheres, que passaram a questionar a sociedade e as instituições. Quais as condições oferecidas atualmente para que elas sejam mães? Quem, de fato, tem poder de escolha sobre o corpo e o modo de vida das mulheres?
As questões que emergem sobre a maternidade são muitas e complexas, envolvem decisões pessoais, assim como a reconfiguração dos papeis sociais e das representações construídas até aqui, sobre ser ou não ser mãe. Refletir e conversar sobre as diferentes abordagens e interpretações sobre o tema, é o objetivo da programação “Maternidades em debate”.
Confira as atividades:
Bate-papo sobre as questões ligadas à maternidade, a partir de diferentes pontos de vista e experiências, para discutir e refletir sobre as dificuldades, os desejos, a mentalidade e comportamento na atualidade, a respeito do tema. Com Alexandra Jacob, Alexya Salvador, Gabriela Mayer e Katia Gavranich Camargo.
Roda de conversa e sarau com as escritoras Priscila Obaci e Oluwa Seyi sobre seus livros de poemas: “Poesias Pós-parto” e “O que há de autêntico em uma mãe inventada”, respectivamente. Com Oluwa Seyi e Priscila Obaci.
Uma intervenção que tem como objetivo escutar, compartilhar, trocar e conversar com as mães que transitam no espaço. Duas cadeiras colocadas no local, uma placa com o escrito “Converso com Mães”, convida para a conversa. Mães que se encontram, conversam e criam histórias que se entrelaçam. Memórias, invenções, criações de si. Com Letícia Bassit.
Reflexões e trocas a partir da leitura coletiva de trechos de diferentes autoras/res e obras literárias, que colocam as identidades maternas no centro de seus escritos. Pretende-se apresentar escritas, gerar conversas e fazer pensar sobre o que significa ser mãe hoje, as formas possíveis de construir a maternagem, o que pode o corpo e o desejo da mãe, quais são os mitos e os tabus em torno dessa construção, e o que deixamos de legado aos filhos, às filhas e ao mundo. Com Martha Lopes.
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Compartilhe com quem pode se interessar e aproveite também! Todas as ações acontecem no Sesc Santo Amaro (SP), são abertas ao público e têm entrada gratuita.
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