As águas do rio Tietê são um convite e tanto à natureza, ao esporte, ao desafio. E desafio é o que move Mário César Irikura, 40 anos, a se aventurar na imensidão azul do interior paulista. Há um ano e meio ele se encontrou no stand up paddle, modalidade que pratica em Pereira Barreto, a 652 quilômetros da capital São Paulo.
Para experimentar a modalidade é preciso: uma prancha, um remo, muita água, e claro, o espírito aventureiro.
“Quando estou na prancha, estou comigo mesmo, estou à vontade, não penso em muita coisa, ou melhor, penso no que quero, no que almejo, sem medo. Sensação de liberdade, de não fazer nada. Deitar e olhar para o céu, sem pressa, sem preocupação, enfim, todos deveriam experimentar. ”
Mário faz isso praticamente “no quintal de casa”, pois mora em Pereira Barreto e trabalha como diretor de Cultura na Secretaria de Cultura e Turismo da cidade. A sede do departamento fica dentro da Prainha municipal, então, imagina?! A prancha já fica no carro e todo fim de expediente ele corre para a água.
A pracha já fica no carro
Quem quiser encontrá-lo depois das cinco da tarde só precisa olhar para as águas do Tietê, lá pras bandas de Pereira Barreto. E talvez até encontre o Mário acompanhado, pois o filho dele é o mais novo apaixonado pela prancha.
Mário e o filho Nicolas
O contato com a natureza encantou o garoto de 10 anos. E dá para entender o porquê, dá uma olhada no pôr de sol desse lugar:
“Eu gosto de remar com meu pai, porque dá pra passar um tempo a mais com ele. E também eu gosto muito de ficar em contato com a natureza, porque ela me leva para outro mundo, eu relaxo quando eu remo, é muito bom pra mim… É um esporte, eu consigo me exercitar, é muito bom.” Nicolas Irikura, 10 anos.
O Mário faz parte do “Sup Pereira Barreto”, um grupo que reúne remadores da região do noroeste paulista. É uma galera que adora desafio! O último foi atravessar todo o Canal de Pereira Barreto, em cima da prancha – 9600 metros de canal, com 12 metros de profundidade, simplesmente o maior canal artificial de água doce da América Latina!
O Fernando Flauzino, 35 anos, foi um dos participantes dessa aventura, “uma experiência desafiadora”, segundo ele.
“É uma sensação de romper limites! Deu adrelina, você fica preocupado se vai mudar a corrente, se vai ter muito vento. E não tem onde parar, não tem ponto estratégico, ou você rema ou você fica ali parado, é um desafio! Não tem como voltar, tem que seguir até o final! É satisfatório… porque me senti pioneiro nisso! Apesar de barcos e lanchas já terem passado por lá, numa prancha, fui um dos primeiros, me senti um desbravador. Foi uma sensação de liberdade, romper as próprias limitações, medo, insegurança e coragem, de encarar a natureza como ela é, com apenas o recurso de flutuabilidade da prancha e um remo.”
Ele está na modalidade há menos de um ano, mas diz que é tempo suficiente para dominar a prancha. Segundo o praticante, basta algumas horas na água pra pegar o jeito e ganhar equilíbrio. E isso, para ele, se tornou viciante.
“Comecei com o desejo de desfrutar das águas em abundância e a beleza que Pereira Barreto proporciona. Cada remada é sempre um desafio, levando em conta que estamos submissos a condição climáticas. Isso torna cada remada uma experiência maravilhosa e desafiadora. ”
E você, já pensou em ter esse contato com a natureza, como o Mário? Ou quem sabe se aventurar com adrenalina, como o Fernando? Então, está convidado a conhecer a atividade. Em Pereira Barreto o remo vai ser uma das atrações no Dia do Desafio, com competições saudáveis que estimulam o esporte e a prática de atividade física. Essa será a 25ª Edição do Dia do Desafio, que reúne mais de 3.000 cidades do Brasil e de outros países Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guatemala, México, Honduras, Nicarágua, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. A ideia é colocar todo mundo para se mexer de alguma forma. Topa o desafio de remar de pé numa prancha?
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