No próximo dia 27 de julho, inicia-se a segunda edição da Mostra de Cinema Israelense, organizada numa parceria entre Sesc e Instituto Brasil-Israel (IBI), com apoio do Consulado Geral de Israel em São Paulo.
Neste ano, a seleção de 10 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentários, traz um recorte curatorial específico: todos eles são dirigidos por mulheres, apresentando um olhar feminino e subjetivo sobre uma temática contemporânea, a partir da perspectiva israelense, abarcando questões políticas, críticas sociais, utopias, vivências LGBTQIAP+, memória, tempo e família.
A exibição dos filmes acontece até o dia 2 de agosto, na plataforma Sesc Digital, de forma gratuita para todo o país.
“Durante muitos anos, as mulheres desempenharam um papel secundário no cinema israelense, com pouca voz própria e limitadas principalmente a um olhar masculino, tendencioso e sexista. Somente recentemente o cinema israelense começou a criar novas formas de representação feminina, centradas em narrativas subjetivas complexas que se concentram na vida das mulheres israelenses e no que as torna tão distintas”, diz Morris Kachani, diretor-executivo do IBI.
“Com o surgimento de cineastas mulheres, surgem também novas maneiras de usar o cinema como uma ferramenta de empoderamento”, acrescenta.
A abertura presencial acontece no dia 27, às 20h30, no CineSesc, com a exibição do filme de Shirel Peleg “Kiss Me Kosher” (foto), inédito no Brasil, baseado na história real de amor vivida pela diretora, que é israelense, e sua parceira alemã. O longa tem sido elogiado pela crítica em razão da forma com a qual aborda temas sensíveis, de maneira cômica e sutil. A sessão é gratuita e os ingressos podem ser retirados a partir das 19h, na bilheteria do cinema. Sujeito à lotação.
A programação da Mostra de Cinema Israelense de 2023 , que tem curadoria de Bruno Szlak, também traz um espaço especial de retrospectiva que homenageia a atriz e diretora Ronit Elkabetz, falecida precocemente em 2016.
Durante duas décadas e meia, Ronit Elkabetz foi a primeira-dama do cinema israelense. O sucesso internacional de Elkabetz a incentivou a buscar sua verdadeira vocação, desenvolvida durante sua carreira como atriz: dirigir sua própria história. Ela e seu irmão Shlomi criaram uma trilogia semiautobiográfica, baseada nas experiências matrimoniais de sua mãe.
A trilogia, que estará disponível durante a Mostra de Cinema Israelense, discute a opressão social vivida por mulheres em comunidades judaicas de origem marroquina e culmina com a vontade de Viviane (Ronit) de se separar e o tribunal rabínico não concedendo o divórcio.
A morte repentina de Elkabetz chocou a indústria cinematográfica israelense, que a considerava sua próxima estrela internacional. Uma série de atores e atrizes israelenses prestaram suas homenagens em uma cerimônia pública, demonstrando o impacto que a jovem imigrante de segunda geração marroquina havia causado no mundo do cinema.
MOSTRA DE CINEMA ISRAELENSE
De 27 de julho a 2 de agosto
sescsp.org.br/cinemaisraelense
A OUTRA VIÚVA
Dir.: Maayan Rypp | Israel, França | 2022 | 83 min | Ficção | 14 anos
Ella é uma figurinista que mantém um relacionamento de longa data com Assaf, um dramaturgo respeitado, mas casado. Quando Assaf morre inesperadamente, ela é a última a saber disso. Todos sabem que ela era amante de Assaf, mas ninguém imaginava que ela teria coragem de aparecer em sua casa ao lado dos outros enlutados. Durante o Shiva (sete dias de luto de acordo com a tradição judaica), Ella continua vindo todos os dias. Ela se aproxima cada vez mais de Natasha, a viúva de Assaf, e se aproxima intimamente de Dan, seu irmão, que a lembra de seu amante morto. Tudo termina abruptamente quando Natasha percebe quem é Ella.
A VACA VERMELHA
Dir.: Tsivia Barkai Yacov | Israel | 2018 | 91 min | Ficção | 14 anos
Benni é uma jovem de 17 anos que mora com seu pai, Yehoshua, em Silwan, um assentamento ilegal em Jerusalém Oriental. Quando nasce uma novilha vermelha, Yehoshua vê isso como um sinal da vinda do Terceiro Templo. Benni é encarregado de cuidar da novilha. Quando ela se apaixona por Yael , uma professora, a já delicada relação entre Benni e Yehoshua começa a ruir. À medida que as tensões aumentam, Benni está determinada a garantir um futuro para ela e Yael.
HOLY HOLOCAUST
Dir.: Noa Berman-Herzberg e Osi Wald | Israel | 2021 | 17 min | Ficção | 14 anos
Um obscuro segredo familiar do passado é revelado inesperadamente e abre um abismo entre duas amigas íntimas: Jennifer, uma alemã, descobre que é neta preta de um notório comandante nazista, e sua vida vira de cabeça para baixo, enquanto Noa, uma israelense, branca, está fazendo o que pode para evitar que sua vida mude. Dirigido por Noa Berman-Herzberg e Osi Wald, a animação trafega por interseccionalidades identitárias na paisagem de constantes conflitos da sociedade israelense.
ANSEIO
Dir.: Malka Shabtay | Israel | 2022 | 70 min | Documentário | Livre
Repleto de imagens deslumbrantes, “Nafkot – Anseio” é um olhar fascinante sobre uma comunidade judaica da Etiópia, que vive isolada, através da perspectiva de uma antropóloga e ativista israelense Ela espera que seu trabalho ajude a preservar a identidade e as tradições dessa comunidade e assim auxiliar em sua sobrevivência em meio às muitas mudanças que ocorrem no mundo ao seu redor. Durante sua viagem pela comunidade, a diretora faz diversas visitas a locais históricos, incluindo a primeira sinagoga oculta, e participa de algumas cerimônias tradicionais.
QUATRO HORAS POR DIA
Dir.: Ayelet Dekel | Israel | 2022 | 56 min | Ficção | Livre
Quatro Horas por Dia é a extraordinária e ainda não contada história de jovens mães no movimento kibbutziano em Israel. Baseado no livro bestseller de Orian Chaplin, segue um fenômeno que afeta milhares de mães e os seus filhos até aos dias de hoje. Os bebés e crianças que, de acordo a ideologia dos kibutzim, viviam em casas especialmente montadas para eles. Diariamente, a mãe recebia seus filhos por 4 horas, uma vez que trabalhava como todos. O documentário expõe, pela primeira vez, marcas deixadas nos corações das mães e dos seus filhos. Mães que falam com grande dor e franqueza sobre anos de angústia, ofuscando o que deveriam ter sido relações e emoções naturais, mas que muitas vezes causaram desconexão e angústia. Como é que estas mães se sentem hoje em relação ao que passaram há anos? Foram capazes de ultrapassar a intensidade do sofrimento emocional?
E VOCÊ TOMOU UMA MULHER
Dir.: Ronit e Shlomi Elkabetz | Israel, França | 2005 | 17 min | Ficção | 14 anos
Na Israel de 1979, uma jovem mulher tenta criar três filhos observando as tradições marroquinas da sua família mesmo estando em constante conflito com o que acha correto e querendo se divorciar de seu marido. A tradição familiar fortalecida pelos seus irmãos tenta lhe convencer a não fazer isso, deixando para trás qualquer noção de amor e liberdade. As tensões crescem ao longo do filme ao ponto de Viviane quebrar todas as tradições.
OS SETE DIAS
Dir.: Ronit e Shlomi Elkabetz | Israel, França | 2008 | 103 min | Ficção | 14 anos
Fiel à tradição, toda a família Ohaion está de luto pela morte de um membro da família, juntando-se na casa da pessoa falecida e permanecendo lá durante sete dias para recordar o seu ente querido. As tensões não tardam a surgir nesta grande família com muitos problemas.
O JULGAMENTO DE VIVIANE AMSALEM
Dir.: Ronit e Shlomi Elkabetz | Israel, França, Alemanha | 2014 | 115 min | Ficção | 14 anos
Na sequência dos dois filmes anteriores desta trilogia, Viviane Amsalem está casada com o marido, há mais de vinte anos. Ela vai a um tribunal rabínico para obter um gett (divórcio), pois eles estão morando separados e ela não quer mais viver com ele. Ele ainda espera se reunir e pede que ela volte a morar com ele. A corte dos rabinos ordena um reencontro experimental do casal, o que Viviane tenta acatar. Depois de várias tentativas de cumprir a ordem, a discórdia conjugal é tão grave que ela insiste na separação e começa o processo de divórcio.
CADERNOS NEGROS – RONIT
Dir.: Shlomi Elkabetz | Israel | 2021 | 100 min | Documentário | 14 anos
Em um táxi parisiense, um homem descobre com uma vidente marroquina que sua irmã está prestes a morrer. Na tentativa de alterar a previsão, o irmão embarca em uma jornada fictícia entre Marrocos, Israel e Paris. Baseado em arquivos familiares e trechos da trilogia criada por Ronit e Shlomi Elkabetz – o filme, dividido em duas partes (Viviane e Ronit), nos convida para a intimidade de uma família judaico-árabe, uma família de exilados desenraizados, em uma história imaginária onde um irmão e uma irmã revisitam o passado e o presente para desafiar um futuro implacável. Mas a profecia ainda os assombra, assim como na vida, também no cinema.
CADERNOS NEGROS – VIVIANE
Dir.: Shlomi Elkabetz | Israel | 2021 | 109 min | Documentário | 14 anos
Em um táxi parisiense, um homem descobre com uma vidente marroquina que sua irmã está prestes a morrer. Na tentativa de alterar a previsão, o irmão embarca em uma jornada fictícia entre Marrocos, Israel e Paris. Baseado em arquivos familiares e trechos da trilogia criada por Ronit e Shlomi Elkabetz – o filme, dividido em duas partes (Viviane e Ronit), nos convida para a intimidade de uma família judaico-árabe, uma família de exilados desenraizados, em uma história imaginária onde um irmão e uma irmã revisitam o passado e o presente para desafiar um futuro implacável. Mas a profecia ainda os assombra, assim como na vida, também no cinema.
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