Espaços de plantio e cultivo promovem alimentação saudável, geração de empregos e educação ambiental
Leia a edição de JANEIRO/25 da Revista E na íntegra
Por Luna D’Alama
A cidade de São Paulo reúne uma variedade de viveiros, hortas e outros espaços para cultivo orgânico de alimentos, manejo agroflorestal, promoção da biodiversidade e da segurança nutricional, além de geração de trabalho e renda e incentivo à educação ambiental. Segundo dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, só em número de hortas comunitárias, são mais de 440, das quais quase 300 ocupam espaços públicos cedidos pelo município, e muitas delas concentram sua produção em PANCs (Plantas Alimentícias não Convencionais), ervas medicinais, temperos, frutas e hortaliças. Neste Almanaque, conheça, seis projetos inspiradores de hortas e viveiros urbanos que ajudam a tornar a cidade mais verde e nutritiva.
zona leste | COMIDA ACESSÍVEL
Ao longo de duas décadas, a ONG Cidades sem Fome já contabiliza 40 hortas urbanas e 55 hortas escolares em periferias de diversas capitais, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Maceió (AL) e outras cidades brasileiras, gerando centenas de empregos e incentivando a agricultura orgânica e sustentável. No bairro de São Mateus, zona Leste paulistana, o projeto mantém uma horta de 10 mil metros quadrados, recebendo visitas da comunidade e de escolas da região, que podem conhecer diversas espécies cultivadas, como alface, repolho, espinafre, almeirão, couve, couve-flor, brócolis, beterraba, rabanete etc. O projeto promove, ainda, mutirões de plantio e colheita, com a participação de colaboradores e voluntários. Por meio de suas atividades, a instituição busca estimular e disseminar uma cultura sustentável e atuar no combate à fome por meio da inclusão social.
Rua Professor José Décio Machado Gaia, 20-A, São Mateus, São Paulo (SP). Segunda a sexta, das 8h às 15h. Sábados, das 8h às 12h. @cidadessemfome
zona sul | NO CORAÇÃO DO IPIRANGA
Criada em 2018 por Cesar Bisconti, a Urban Farm Ipiranga utiliza o sistema agroecológico para cultivar alimentos orgânicos numa área de seis mil metros quadrados. O projeto também faz a compostagem de resíduos orgânicos – só em 2024, foram cerca de 145 toneladas – para transformação em adubo, e vende cestas de frutas, legumes, raízes, hortaliças e temperos. Além de apostar na biodiversidade, na produção de alimentos sem agrotóxicos e na entrega de itens frescos, o projeto ainda amplia seu impacto social ao revitalizar áreas degradadas, empregar pessoas em situação de vulnerabilidade e promover visitas guiadas sobre educação ambiental e práticas sustentáveis. Neste mês, aos sábados, o projeto promove um café da manhã orgânico, ao ar livre, além de uma feira com produtos colhidos diretamente da horta.
Rua Cipriano Barata, 2441, Ipiranga, São Paulo (SP). Segunda a sexta, das 9h30 às 17h. Sábados, das 8h às 14h. @urbanfarmipiranga
centro | CURA PELAS PLANTAS
A Horta Comunitária do Bixiga, na região central da capital paulista, é uma iniciativa idealizada por Denúzia Pedreira Bastos, neta de indígenas que sonhava com um viveiro de ervas medicinais. A área de cultivo já existia, mas estava abandonada. Em 2019, Denúzia – que faleceu em 2022 – se juntou a outras pessoas da comunidade para limpar o terreno, onde são cultivadas espécies de ervas, temperos, PANCs e raízes. Voluntários do projeto colaboram no plantio e na colheita dos alimentos, e moradores também contribuem com a doação de mudas. Segundo Romilda Almeida Correia, presidente da Associação Mulheres Unidas Venceremos e cocriadora da horta, as atividades desenvolvidas ajudam a transformar modos de ver o mundo e permitem olhar para uma etnografia de multiespécies.
Rua Maria José, 223, Bela Vista, São Paulo (SP). Segunda a sexta, das 10h às 16h. Sábados, das 10h às 12h. Aos domingos, só abre mediante agendamento. @hortacomunitariadobixiga
zona sul | FAZENDA COLETIVA
Em 2007, o casal Valéria Maria Macoratti e Vania Maria Ferreira Santos se mudou para Parelheiros, no extremo sul paulistano, para cuidar de cães resgatados nas ruas. Hoje, elas abrigam animais (como cachorros, gatos, coelhos, jumentos, galinhas e gansos), mas sua atividade principal, realizada desde 2010 em uma propriedade de quase 5 mil metros quadrados, é produzir frutas nativas, PANCs e ervas medicinais e aromáticas. O nome inicial, Minha Fazenda, deu lugar a Nossa Fazenda, para incluir o sentido de compartilhamento e aprendizagem coletiva. As companheiras trabalham como agricultoras familiares, educadoras e consultoras. No local, as duas (que ajudaram a fundar a Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais e de Água Limpa da Região Sul de São Paulo – Cooperapas) cultivam frutas e vegetais nativos, além de incentivarem o Turismo de Base Comunitária (TBC), recebendo grupos de estudantes para vivenciar um dia no campo.
Rua sem nome, 10 (travessa da Avenida Kayo Okamoto, 701), Chácara Santo Amaro, Parelheiros, São Paulo (SP). Referência: Bar dos Corintianos. @nossafazenda.parelheiros
zona sul | EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Horta Agroecológica do Sesc Interlagos foi criada inicialmente para abastecer os funcionários da unidade. Com o passar dos anos, passou a oferecer alimentos para o programa Sesc Mesa Brasil e, desde 2010, recebe visitantes e promove cursos e oficinas. Com uma diversidade de espécies alimentares, aromáticas e medicinais, a horta prioriza os cuidados com o solo e o controle natural de pragas, sem o uso de pesticidas ou fertilizantes sintéticos. Em 2021, a plataforma Sampa+Rural reconheceu o espaço como uma iniciativa da sociedade civil que trabalha pelo desenvolvimento rural sustentável e solidário, pela agroecologia, pela segurança alimentar e nutricional da população, e pela educação ambiental. Durante a semana, a horta recebe visitas de grupos agendados pelo Projeto Viva o Verde (PVV) e, aos finais de semana, de frequentadores da unidade.
Av. Manuel Alves Soares, 1100, Parque Colonial, São Paulo (SP). Quarta a domingo e feriados, das 9h às 17h. @sescinterlagos
zona leste | UNIÃO FEMININA
O coletivo Mulheres do GAU (Grupo de Agricultura Urbana) foi fundado em 2014, por imigrantes nordestinas que se tornaram responsáveis pelo plantio, cultivo, colheita e manejo agroflorestal no Viveiro Escola União de Vila Nova, em São Miguel Paulista, zona Leste da cidade. A iniciativa apoia a geração de renda, o resgate da alimentação saudável e a educação ambiental em escolas, além de promover cafés, almoços e oficinas de aproveitamento total de alimentos orgânicos. Em uma área de 2 mil metros quadrados, que inclui horta, estufa, cozinha e salas de trabalho, as líderes do GAU plantam PANCs, frutas e temperos. Neste mês, o projeto fez parte da programação do projeto Oba! Bora passear!, com o passeio Cores & sabores: Da horta à mesa.
Rua Papiro-do-Egito, 100-B, Vila Jacuí, São Paulo (SP). Segunda a sexta, das 9h às 16h. Sábados, das 9h às 14h. @mulheresdogau
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