O muro externo do Sesc Campinas está de cara nova. Quatro artistas locais desenvolveram interpretações próprias de obras de duas figuras importantes para o movimento negro no Brasil; Carolina Maria de Jesus e Abdias do Nascimento, ambos nascidos no dia 14 de março de 1914.
Os artistas que trabalharam na intervenção do muro foram Luiz Lira, Sabrina Savani, Brenda Nicole e Everaldo Luiz. Deixamos o convite para virem conferir a nova intervenção localizado no final da rua, próximo ao Galpão Multiuso.
Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, cronista e poeta brasileira. De origem humilde, enfrentou muitas dificuldades ao longo da vida, incluindo a pobreza extrema. Mudou-se para São Paulo, onde viveu na favela do Canindé e sustentava-se como catadora de papel.
Carolina registrava seu cotidiano e suas experiências em diários, descrevendo com sensibilidade e realismo a vida na favela. Sua escrita chamou a atenção do jornalista Audálio Dantas, que reconheceu seu talento e ajudou a publicar seu diário. Em 1960, seu livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” foi lançado e rapidamente se tornou um sucesso de vendas, sendo traduzido em 13 idiomas, trazendo reconhecimento internacional para a autora.
Carolina também publicou outras obras, como “Casa de Alvenaria: Diário de uma Ex-Favelada” e “Pedaços da Fome”.
Na biblioteca do Sesc Campinas é possível encontrar a obra “Quarto de Despejo”.
Abdias do Nascimento foi um influente ativista, político, escritor, dramaturgo e artista plástico brasileiro, reconhecido por sua luta contra o racismo e pela promoção da cultura afro-brasileira. Nascido em 14 de março de 1914, em Franca, São Paulo, Abdias dedicou sua vida à defesa dos direitos dos negros no Brasil. Suas obras, como “O Genocídio do Negro Brasileiro” e “Sortilégio”, são críticas contundentes ao racismo e defendem a valorização da identidade negra.
Abdias também atuou como professor universitário nos Estados Unidos, ensinando sobre cultura e política afro-brasileira. Na arte, sua obra Okê Oxóssi é uma releitura da bandeira nacional. Abdias substitui a frase “ordem e progresso” por “okê okê okê okê” – que significa “salve o grande caçador”.
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