De quinta-feira (14/12) a domingo (17/12), o Sesc Vila Mariana recebe a segunda edição de “Ananse – Encontro de Contação de Histórias de Autoria Negra”, evento com curadoria da escritora e contadora de histórias Kiusam de Oliveira. A proposta do festival é trabalhar o universo da literatura infantojuvenil, a partir da cultura afro-brasileira, para dar visibilidade a autores e ilustradores negros.

A programação é composta por rodas de contação de histórias, bate-papos e outras atividades que articulam o imaginário das crianças com temas da contemporaneidade, como questões identitárias, empoderamento e marcadores sociais. Todas as atrações são livres e gratuitas. Somente as atividades realizadas no auditório necessitam de retirada de ingresso online, com o app Credencial Sesc SP, ou presencialmente na bilheteria da unidade.

A abertura do evento acontece na quinta-feira, a partir das 13h30, na praça, com o bate-papo “Rotas Trançadas: Fractais da Oralidade Estratégica”, com Salete Perroni (Mestre em Ciências pelo Programa de Mudança Social e Participação Política da Escola de Artes, Ciência e Humanidades da Universidade de São Paulo), Luciana Barreto (Âncora da CNN Brasil, ganhadora do Prêmio Nacional de Jornalismo Abdias Nascimento, em 2012, pelo programa “Caminhos da Reportagem – Negros no Brasil: brilho e invisibilidade”), Lídia Lisboa (artista responsável pela exposição “Fio: Mulher Esqueleto”, “Um oceano para lavar as mãos”, em 2023), e mediação de Kiusam de Oliveira (Pedagoga, Doutora em Educação e Mestre em Psicologia pela USP, Escritora e Contadora de histórias). 

O bate-papo fala sobre a possibilidade de conexões entre pessoas, por meio do diálogo, e a proximidade entre aquelas de trajetórias e histórias diferentes. Enquanto a conversa acontece, trancistas preparam os cabelos das pessoas convidadas, refazendo rotas e histórias, criando estilos únicos de tranças e valorizando a beleza negra.

E como não poderia faltar, a programação está repleta de contação de histórias – entre elas, “Inine”, com o contador Sunny, que fala sobre a melhor dançarina da África e o que ela faz para preservar a sua saúde. Em “Ubuntu – A essência primeira”, a contadora Inaiá Araújo traz uma narrativa inspirada na nação Nagô, matriz africana do candomblé, contando sobre o nascimento do homem sob uma ótica afro-brasileira. Já a contação “Manzandaba ou Onde Vivem as Histórias”, com Simone Grande, apresenta a história de Manzandaba, do povo Zulu, que vive em territórios da África do Sul entre o litoral e as montanhas. Além delas, outras contações da atividade “Ananse Ntontan” acontecem todos os dias do evento, em horários diversos, na praça de eventos.

Para quem é das manualidades ou para quem gostaria de experimentar a vivência de bordado, a atividade “Cartografia do Afeto”, com a artista têxtil Rochele Beatriz, propõe aos participantes que eternizem um pequeno recorte da sua vida para compartilharem com o mundo. A vivência acontece quinta, no Hall dos Elevadores, e no sábado e domingo à tarde, na praça de eventos.

Em apoio ao empreendedorismo negro, esta edição do festival realiza o Mercado Nyansapo, com bancas expondo artigos diversos, como roupas, livros, bonecos, papelaria e bijuterias. Entre as iniciativas criativas que você precisa conhecer estão Projeto Caixoteca Literária Negro-Brasileira, Renata Ferré Jóias, Confecção Identidade, Coletivo Meninas Mahin, Mônica Anjos, entre outras.

Um festival dessa magnitude merece registros à altura e para isso isso, ninguém melhor do que os próprios ilustradores e ilustradoras para cumprir essa missão. Em “Akoma Ntoso: pela Unidade no Pensamento e na Ação da Ilustração Negra”, os artistas Caio Zero e Negana realizam ações a partir de desenhos de observação e de live painting, durante mesas de bate-papo.

A programação encerra no domingo, com “Cortejo Tereza de Benguela”, um grupo composto de mulheres vindas de diversos locais e por grupos parceiros, que saem nas ruas do Jardim Roubrú (zona Leste de São Paulo) em celebração do Dia da Mulher Negra. A estrutura do Cordão costuma ser composta e organizada em sete naipes, como xequerê, djembê, berimbau, alfaia, agogô, canto e dança. A apresentação inicia às 17h40, na praça de eventos.

A programação conta com muitas outras atividades ao longo do festival, como o Clubinho do Livro, apresentação musical e bate-papos. Para ver a agenda completa, acesse sescsp.org.br/ananse e baixe gratuitamente o guia Ananse 2023.

ANANSE – ENCONTRO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS DE AUTORIA NEGRA
De 14 a 17 de dezembro de 2023

Quinta-feira, das 13h30 às 21h30 

Sexta-feira, das 14h às 21h30 

Sábado, das 10h às 18h30 

Domingo, das 10h às 18h10

Autoclassificação: Livre 

Grátis
 
Sesc Vila Mariana 

Endereço: Rua Pelotas, 141, Vila Mariana – São Paulo