Sons do Refúgio é um álbum com uma mensagem de encontro e esperança que chega ao Sesc Digital e às plataformas de áudio neste dia 20 de junho, data em que é celebrado o Dia Mundial do Refugiado. O Selo Sesc reuniu 10 faixas de músicos em situação de refúgio, migrantes internacionais e apátridas no Brasil nesse trabalho que teve origem na série documental de mesmo nome lançada pelo SescTV. Em cada um dos episódios, são apresentadas as histórias de personagens que encontraram no Brasil um espaço para divulgação da sua arte.
Assim como na série, o álbum Sons do Refúgio reforça a música como uma expressão cultural que ultrapassa fronteiras e aproxima as pessoas, rompendo barreiras, seja de língua, de raça, de classe, de religião ou de nacionalidade. Em dez faixas, é possível conhecer a arte de músicos de diferentes regiões do planeta que carregam em suas histórias, traumas, deslocamentos, preconceitos, acolhimentos e recomeços, tudo o que compõe as suas vivências em solo brasileiro.
O trabalho abre com “Beleza Pura”, composição do congolês radicado no Brasil desde 1993, Zola Star. O artista canta em português e traz influências de ritmos da Angola, já tendo conquistado o seu espaço no meio musical do Brasil. O álbum apresenta também a angolana, Ruth Mariana, cantora e atriz com uma trajetória marcada por difíceis deslocamentos em busca de uma vida longe das guerras e crises que atingem seu país. Em “Mulheres”, a artista destaca as lutas femininas.
Já a francesa Anaïs Sylla, com ascendência senegalesa, escolheu o Brasil por seu interesse pela música nacional, buscando espaço para se desenvolver como cantora e compositora. No álbum Sons do Refúgio a artista destaca-se com a canção “Mai” cantada em francês. O cubano Pedro Bandeira, líder da banda Batanga e Cia, também chegou ao Brasil encantado pela música brasileira. Em “Ijé”, o grupo traz o ritmo batanga, tocado com instrumentos percussivos de Cuba.
Seguindo com a volta ao mundo que o novo lançamento do Selo Sesc propõe, a iraniana Mah Mooni apresenta “Pulso do Nascente / Yo M’enamori D’un aire / Simin Bar / Uskudar”. No anseio de liberdade, que era oprimida em seu país de origem, a cantora encontrou no Brasil um lugar para expressar sua arte, ser modelo e velejar. A cantora, compositora e bailarina, Fanta Konatê, demonstra a percussão africana na música “Matadi”. Fanta é influenciada pelo seu pai, o mestre percussionista Famoudú Konatê, primeiro solista do balé nacional da Guiné Conacri e conhecido internacionalmente como o rei do djembê, o tradicional instrumento africano de percussão.
A canção “Mejor que Nadie” é interpretada pelo grupo boliviano Santa Mala formado por três irmãs rappers: Abigail Llanque, Jenny Llanque e Pamela Llanque. Cantando sobre o orgulho por sua ancestralidade inca, as irmãs incluem em suas músicas falas de protesto e de empoderamento feminino. Já o grupo Maobe apresenta música, dança e percussão de seu país de origem, o Togo, para os brasileiros na música “Eu Vim de Lá”, em que se repercutem elementos fundamentais através de ritmos ancestrais.
Em “Hal Asmar Ellon”, a cantora Oula Al-Saghir mostra a música tradicional árabe e palestina. Refugiada no Brasil com a família, Oula encontrou na música uma maneira de retornar e compartilhar costumes da sua terra natal. Encerrando o álbum, Guipson Pierre traz o ritmo regueiro do Haiti na canção “Há Sempre Luz”. Após o terremoto que acometeu o seu país em 2010, Pierre chegou ao Brasil buscando melhores condições de vida.
Todas as canções do álbum Sons do Refúgio estão disponíveis para audição no Sesc Digital e nas principais plataformas de streaming.
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