As Edições Sesc disponibilizam trechos de seis títulos do catálogo para que você fique em casa e aproveite o tempo livre para ler e refletir
O que fazer com o tempo livre? Para o Sesc, essa pergunta é o que movimenta boa parte da programação oferecida nas unidades espalhadas pela capital, interior e litoral do estado de São Paulo. Devido ao Covid-19, entretanto, atravessamos um período que pede recolhimento, mas isso não significa que tal questão deva ficar sem resposta.
Exercícios físicos, brincadeiras e mais uma série de atividades que podem ser feitas em casa têm sido propostas pelas unidades em suas páginas e redes sociais. E, já que a ideia é usar a internet para acessar conteúdos interessantes, que seja também para ler e refletir sobre história, cultura e possibilidades de futuro no Brasil.
Para tanto, as Edições Sesc selecionaram textos de alguns livros do nosso catálogo para compartilhar com seus leitores. Por exemplo, da coletânea 1968: reflexos e reflexões, cujos artigos analisam os diversos acontecimentos daquele ano emblemático, em que o mundo conformado após as duas grandes guerras reivindicou nas ruas a garantia das liberdades e dos direitos humanos fundamentais.
Os desdobramentos no Brasil são revistos em capítulos como “1968: a literatura brasileira no olho do furacão”, “Cultura e política no Brasil 68”, “Teimando em não sair de cena” e “1968 e a frente única do cinema brasileiro com as vanguardas da MPB, do teatro e das artes visuais”.
Por falar em sétima arte no Brasil, os dois volumes organizados por Fernão Pessoa Ramos e Sheila Schvarzman, intitulados Nova história do cinema brasileiro, revisitam a história do gênero, partindo do cinema mudo para chegar aos filmes de grande bilheteria da atualidade. Nesse caminho, passam também pelos documentários, linguagem que neste século XXI tem cada vez mais a nobre e desafiadora pretensão de “compreender o mundo”.
Esses aspectos são analisados em capítulos como “Documentário contemporâneo (2000-2016)” e “Cinema brasileiro contemporâneo de grande bilheteria (2000-2016)”.
Mais que atuais são as análises sobre política que compõem os dois últimos lançamentos da série Mutações. Organizados por Adauto Novais, os livros apresentam ensaios de intelectuais do Brasil e do exterior sobre temas caros à sociedade.
Em Dissonâncias do progresso, capítulos como “A força da revolução e os limites da democracia”, “Caminhos da razão e do progresso” e “Pós-fatos, pós-imprensa, pós-política: a democracia e a corrosão da verdade” discutem os impasses entre o progresso material e a regressão dos valores sociais.
Já em A outra margem da política, os capítulos “Utopia, revolução, distopia e democracia”, “O autoritarismo e o sentido da história”, “Política e paixão”, e “Em busca da História Perdida” expõem os dilemas da democracia e permitem vislumbrar caminhos para enfrentar as diferentes formas de desigualdade.
Para melhor conhecer a cultura brasileira, é indiscutível a importância e representatividade da nossa música. No livro Vozes do Brasil: entrevistas reunidas, a jornalista Patrícia Palumbo entrevista 33 personalidades da MPB. Descontraídas e riquíssimas, as conversas revelam a trajetória de formação de cada personalidade artística, além das relações existentes entre a composição e os contextos social, político e cultural das últimas décadas. Momentos únicos da história da música brasileira são revelados por nomes como Criolo, Elza Soares, Arnaldo Antunes e Zizi Possi.
Graças ao trabalho da crítica especializada, é possível perceber como a cultura teve papel fundamental na resistência à censura e ao autoritarismo. Uma das fases mais férteis do teatro brasileiro foi em resposta ao arbítrio da ditadura militar, caracterizado pela censura e pela repressão recrudescidas a partir do AI-5.
No livro Teatro, literatura, pessoas, críticas, artigos, resenhas, entrevistas e perfis escritos por Jefferson Del Rios refletem essa parte importante da história da arte levada aos palcos do país. Entre os textos reunidos, escritos entre 1968 a 2015, encontram-se as críticas das peças Macunaíma e Os sertões, uma entrevista com Fernanda Montenegro e um perfil dedicado a atriz Marília Pêra.
Debruçar-se sobre o papel da cultura na história brasileira é essencial para compreendermos nosso tempo e valorizarmos ainda mais as lutas pela preservação dos valores democráticos, dos direitos humanos fundamentais e da liberdade de expressão. O pensamento crítico e as artes têm o potencial de tornar compreensíveis e superáveis as incertezas que o isolamento social, provocado pela pandemia, impõem a todos os povos. Com esta seleção de capítulos, as Edições Sesc procuram contribuir para que você fique em casa e aproveite seu tempo para ler, fruir e refletir sobre o momento atual e, sobretudo, sobre o mundo que queremos construir depois dele.
É tempo de reflexão. Boa leitura!
Zé Celso na remontagem, em 2017, de O rei da vela, clássico do teatro brasileiro dos anos 1960 | Foto: Alexandre Nunis / Sesc
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