TePI - Teatro e os Povos Indígenas - 3ª edição. Arte: Miguela Moura
Em parceria com o Sesc SP e o Museu das Culturas Indígenas vem aí a 3ª edição do TePI – Teatro e os Povos Indígenas.
Com curadoria de Ailton Krenak e Andreia Duarte, o festival TePI – Teatro e os Povos Indígenas chega à terceira edição trazendo a importância do protagonismo artístico indígena em sua expressão e representatividade.
A primeira edição do evento ocorreu em 2018, no Sesc Pompeia, denominada “TePI – Encontros de resistência”. Entre 2021 e 2022, foi criada uma plataforma digital com produções em diversos formatos, como espetáculos, conversas, palestras, textos, vídeo-pílulas, e-books e dramaturgias inéditas.
A mostra já reuniu mais de 100 pessoas convidadas que colaboraram de formas diversas e mais de 30 etnias, entre elas: Baniwa, Terena, Mapuche, Shipibo, Guajajara, Krenak, Tariano, Tukano, Potiguara, Pataxó, Pankararu, Guarani, Maxacali, Desana, Kamayurá, Tupinambá, Kadiwéu, Kubeo, Corezomaé e Wapichana. Os encontros se deram a partir dos cinco grandes eixos do TePI: Mostra Artística, Encontros, Circula TePI, Paisagem Crítica e Publicações, conduzidos entre presencial na cidade de São Paulo e a plataforma TePI.Digital, que alcançou público de mais de 26 mil visitantes.
Para esta edição, o TePI propõe “Pensar acima das nuvens e outro céu cheio de estrelas” enquanto uma chamada para ampliar nossos horizontes, enriquecendo nossas subjetividades para vivermos com a liberdade que formos capazes de inventar. Por isso que a mostra artística pensa em alianças: cruzamento de cosmologias de diferentes regiões do Brasil e do mundo, potencializando a pluralidade para as nossas visões poéticas.
O TePI surge como um movimento que estima as biografias plurais presentes no nosso planeta. Por isso a ideia da plataforma como um espaço de troca, unindo artistas e intelectuais indígenas e não indígenas que trazem em seu pensamento e obra a reinvenção da vida para o bem comum.
Em 2023, além da residência artística em formato híbrido (online e presencial), em julho haverá uma mostra artística em duas unidades do Sesc SP: Avenida Paulista e Santo Amaro. A programação completa será divulgada em breve e abarca espetáculos, seminário, apresentação do experimento cênico resultado da residência criativa, leituras dramáticas e lançamento de livros.
Com o tema O(s) movimento(s) indígena(s) no Brasil como teatro documental, conduzida pela artista e diretora Mapuche Paula Gonzalez (Chile), a convocatória é para artistas de todo o Brasil. A residência resultará na criação de um experimento cênico sobre histórias do(s) movimento(s) indígena(s) no Brasil, a ser apresentado na programação da mostra artística do TePI.
A residência será realizada em formato híbrido, com atividades virtuais e presenciais no Sesc Santo Amaro divididas em 3 etapas. Serão selecionados 10 artistas. Ao menos 5 das vagas existentes serão destinadas a pessoas indígenas.
As inscrições vão até 19 de maio de 2023, por meio do formulário abaixo:
O intuito da residência é criar narrativas cênicas a partir de um levantamento sensível da trajetória e ativismo de lideranças indígenas no contexto político brasileiro, perpassando pelos pontos-chave como a luta pela demarcação e retomada de territórios, a inclusão de direitos na Constituição de 1988, as organizações jurídicas com representatividade indígena, o ativismo pela questão ambiental, momentos históricos que deflagram o genocídio dos povos no país, a evolução das candidaturas indígenas até a criação do Ministério dos Povos Indígenas, entre outros. Neste processo, o grupo irá priorizar pelo estudo de materiais e referencial bibliográfico contemporâneos e decoloniais cuja autoria seja de pensadores indígenas, possibilitando desta forma a prática de uma revisão histórica.
O resultado da residência será apresentado na programação do TePI que se dará em julho de 2023.
Paula González Seguel (1983, Santiago de Chile) é artista e diretora artística da compañía Multidisciplinaria KIMVN Teatro – Música y Audiovisual (2008 – 2023). É mestra em Cine Documental, U. de Chile (2022). Realiza estudos de direção teatral na Teatro la Memoria (2010). É atriz licenciada em Artes Cênicas pela Universidad Mayor (2009). Desde o ano de 2016, conta com a colaboração entre as Artes e as Ciências Sociais do Centro de Estudios Interculturales e Indígena CIIR, pertencente à Universidad Católica de Chile. É Gestora Cultural do espaço cultural itinerante RUKA KIMVN (2016 – 2023).
Ailton Krenak é um dos maiores líderes políticos e intelectuais surgidos durante o grande despertar dos povos indígenas no Brasil, ocorrido a partir do final dos anos 1970. Também é pesquisador e escritor de textos publicados em coletâneas no Brasil e no exterior – entre eles, Ideias para adiar o fim do mundo, livro brasileiro mais vendido da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2019.
Andreia Duarte artista, curadora e diretora artística, morou cinco anos no Parque Indígena do Xingu com o povo Kamayura (MT) e desde então trabalha como apoiadora à causa indígena, completando 22 anos de realizações artísticas, culturais, educativas e de pesquisa acadêmica. É Doutora em Teatro pela Universidade de São Paulo (USP/ECA), com uma pesquisa sobre arte, teatro, corpo, anti-colonialidade e povos indígenas. Fundadora da Outra Margem, onde realiza um programa anual com ações artísticas, formativas e publicações ao lado de uma equipe de artistas, gestores e estudiosos no campo da arte. Saiba mais: https://www.outramargem.art/about-2
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