Território Dança: uma conexão entre as pessoas e as culturas do Brasil e do Mundo

18/07/2023

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As Danças Circulares propõem um exercício de empatia e autorreflexão ao promover um encontro de pessoas que, em roda, se movimentam no mesmo ritmo, olho no olho, ao som de músicas tradicionais do Brasil e do mundo. A dança de roda tem um papel simbólico e social, já que historicamente esteve presente em celebrações coletivas integrando rituais de diferentes povos e comunidades. A dança circular é, portanto, o resgate de uma prática ancestral.

A partir dessa perspectiva milenar, entre os dias 3 e 6 de agosto o Sesc Consolação realiza o “Território Dança“. Ao longo de uma imersão de quatro dias, focalizadores(as) de várias regiões do país vão oferecer cursos, palestras, bailes e ensinarão Danças Circulares respeitando suas variações e singularidades.

A atividade é aberta ao público em geral e as inscrições começam na próxima quinta-feira (20), às 14h, pelo aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo site centralrelacionamento.sescsp.org.br. As vagas são limitadas.

Dança Circular com Mariana Paunova – Sesc Verão | Foto: Taís Ribeiro

Na abertura do “Território Dança”, 3 de agosto, vão acontecer dois bailes: “Dançando as regiões” e “Dançando de Norte a Sul“, às 18h e as 19h30 respectivamente. O primeiro reune focalizadores de seis estados brasileiros que vão ensinar gestos contemporâneas ao som de músicas típicas de suas regiões. No segundo, Guataçara Monteiro e João Paulo Pessoa vão relacionar as danças com as histórias de tradição oral.

Na sexta-feira, 4, o evento acontece de maneira integral. Começando com uma palestra, em que Luís Henrique e Zecca Júnior vão compartilhar suas experiências e duas oficinas focadas na Região Norte e Centro Oeste. O dia fecha com o baile “Dançando as Cirandas“, às 19h, aberto a todas as pessoas. Para essa atividade, é só retirar um convite no Ginásio Vermelho (2º andar), 1 hora antes de começar.

No sábado, 5, às 10h da manhã, haverá um bate-papo focado nas origens e no funcionamento das Danças Circulares ao redor do território brasileiro. À tarde, terão oficinas sobre a Região Nordeste e o Sul, às 13h30 e às 16h respectivamente.

O último dia, 6 de agosto, será aberto com uma palestra em torno do conceito de “corpografia”. Logo após o almoço, terá uma oficina sobre as danças na Região Sudeste. O encerramento, às 16h, será com o baile “ContemporÁfrica“. Também é preciso retirar convites no Ginásio Vermelho (2º andar) com 1 hora de antecedência.

A experiência dos círculos forma um elo em constante movimento e faz com que os/as dançantes despertem um campo de aprendizagem multissensorial. Para participar, não é preciso ter conhecimento prévio sobre dança. A ideia é que aos poucos as pessoas internalizem os gestos, liberando o corpo e a mente a fim de alcançar um equilíbrio.

Também há um aspecto social envolvido, já que o simples fato de dar as mãos a fim de se movimentar em sincronia serve como estímulo para a valorização e o respeito às diversidades do grande grupo que será acolhido. Cada participante serve de apoio ao mesmo tempo em que é apoiado pela roda, pelos gestos característicos das Danças Circulares, e também pela música. O “Dançando de Norte a Sul”, por exemplo, que acontece na noite de quinta-feira (3), terá acompanhamento da cantora e compositora paraibana Rejane Ribeiro.

Dançando em infinito | Foto: Danilo Cava

Confira a programação completa

Quinta-feira, 3 de agosto

17h30 às 21h – Credenciamento 

18h às 19h15 – Baile | Dançando as regiões com Alcides Martins (Recife/PE), Ataíde Júnior (Belém/PA), Luis Henrique (Porto Alegre/RS), Samuel Zaratin (Goiânia/GO), Tati Tiziano (São Paulo/SP) e Zecca Júnior (Rio de Janeiro/RJ) 

No baile de abertura a educadora Tati Tiziano junto com Alcides, Ataíde, Luis, Samuel e Zecca, que serão os focalizadores responsáveis pelas oficinas do evento, apresentarão danças e músicas típicas de cada uma das regiões do Brasil com coreografias contemporâneas.   

19h30 às 21h30 – Baile | Dançando de Norte a Sul com Guataçara Monteiro e João Paulo Pessoa e acompanhamento musical de Rejane Ribeiro.

Baile com danças que buscam conectar o dançante com a ludicidade e o imaginário, contos, causos e lendas que estão presentes na cultura brasileira, trazendo a magia e o encanto na dança. 

Sexta-feira, 4 de agosto 

9h às 10h – Credenciamento 

10h00 às 10h30 – Abertura  

10h30 às 12h – Palestra | Quem Fui, Quem Sou, Quem Ainda Serei com Luís Henrique e Zecca Júnior  

Os palestrantes apresentarão suas experiências e a participação em movimentos que promovem encontros e vivências para a busca da inteireza do ser principalmente por meio da dança e falarão sobre a participação dos homens no movimento das danças.

12h às 13h30 – Almoço;  

13h30 às 15h30 – Oficina 1 | Região Norte – Tema: Água e folha da Amazônia com Ataíde Júnior  

A oficina traz como mote principal a sabedoria dos povos da floresta. Danças e folguedos de origem ameríndia e afro-brasileira fazem parte do repertório, articulando as práticas corporais de variados territórios amazônicos com os ensinamentos éticos, estéticos e filosóficos das populações ribeirinhas, urbanas, quilombolas e campesinas do Norte do País. Assim, o conteúdo da oficina objetiva oportunizar aos participantes uma experiência de conexão com as expressões corporais das africanidades e as amazônicas e seus desdobramentos socioculturais no modo de ser dos povos da floresta. 

16h às 18h – Oficina 2 | Região Centro Oeste – Tema:  Diversidade Cultural e Danças Circulares com Samuel Zaratim   

A oficina busca explorar a rica diversidade de estilos e tradições encontradas nas danças circulares sagradas observadas em diferentes culturas, assim como em contextos culturais diversos. Desse modo é importante ressaltar que cada cultura ou contexto cultural dançado traz seus próprios sentidos e significados por meio de coreografias tradicionais e contemporâneas. 

19h às 21h30 – Baile | Dançando as Cirandas com Alcides Martins e Estela Gomes  

A Ciranda é uma dança tipicamente brasileira, tendo recebido influências das danças da Europa que chegaram no Brasil com os portugueses e espanhóis. Com origem em Pernambuco, enraizou em nosso solo e se espalhou por todo o Brasil.  

Nesse baile serão apresentados passos da ciranda, dança que representa o vai e vem das ondas do mar. 

Sábado, 5 de agosto

10h15 às 12h – Bate-papo | As Danças Circulares pelo Brasil com Alcides Martins, Ataíde Júnior, Luis Henrique Garcia, Samuel Zaratim, Zecca Júnior e mediação de Patrícia Piquera (Sesc SP)   

Cada focalizador compartilhará como as danças circulares estão acontecendo na sua região e apresentarão informações da origem, quem foram as pessoas pioneiras e como tem se dado a expansão dessa prática em diversas áreas: educação, empresa, saúde e espaços públicos.  

12h às 13h30 – Almoço 

13h30 às 15h30 – Oficina 3 | Região Nordeste – Tema: Girando com Gil – Resistir para Existir com Alcides Martins   

A oficina “Girando com Gil – resistir para existir” parte de um ícone da cultura brasileira, mas particularmente da cultura nordestina, que sempre se colocou como defensor do estado democrático de direito; como artista, como Ministro da Cultura e como pessoa sempre se manteve coerente com suas ideias e ideais, apesar da ditadura que o prendeu e o exilou. Suas músicas sempre trazem mensagens que fortalecem nosso resistir e agregam valores ao nosso existir. 

16h às 18h – Oficina 4 | Região Sul – Tema: Entre Tudo, Nada, Agora e Nunca com Luis Henrique  

Através das danças circulares serão trabalhados os aspectos necessários na busca de equilíbrio entre razão e sentimento, intuição e sensação. 

Domingo, 6 de agosto

10h15 às 12h – Palestra | Corpografias em Danças Circular com Samuel Zaratim 

A Palestra tem como finalidade refletir sobre a inscrição cultural que o corpo realiza nas espacialidades por meio das danças circulares sagradas. Para esta reflexão utiliza-se o conceito de corpografia cunhado por Jacques e Britto (2012), operado como ferramenta que evidencia a leitura e a escrita do corpo nas experiências das danças circulares sagradas. Nessa perspectiva a corpografia diz respeito a emissão de significados pelo corpo, que desperta o interesse para a experiência do sagrado na dança. As danças circulares são reconhecidamente elementos das narrativas culturais de diferentes povos, e se manifestam na atualidade como forma de rememorar ancestralidades. São danças guardiãs da tradição dançada, de característica coletiva que celebram a vida. 

12h às 13h30 – Almoço 

13h30 às 15h30 – Oficina 6 | Região Sudeste – Tema: Qual é a sua Dança? com Zecca Júnior  

Uma provocação aos participantes para que reflitam sobre os medos com os quais precisam lidar, para que estes sejam superados. Muitas vezes, o medo nos paralisa, impedindo-nos de evoluir nessa linda jornada que é a vida. Precisamos identificar esses medos e encará-los; dançar com eles e eleger a dança que nos conduzirá nos passos para a libertação. 
A dança tem sido um desafio para muitos quando o assunto é superação.  Através de um repertório variado e alinhado com as questões do medo e superação, a oficina – “Qual é a sua dança?” -  nos coloca em contato com a possibilidade de superação. 

16h às 18h – Baile | ContemporÁfrica com Ataíde Júnior e Ana Maria de Jesus 

Danças que proporcionam experiências corporais e rítmicas, inspirada nas raízes africanas e expressas numa linguagem contemporânea. 

Durante a atividade é necessário guardar seus pertences no armário, utilizando sempre cadeado. Caso não possua cadeado, é possível adquiri-lo na Loja Sesc.

Focalizadores do “Território Dança” 2023 | Foto: Danilo Cava e Amanda Mello (montagem/divulgação)

Sobre os focalizadores

Ana de Jesus é licenciada em Dança pela UniverCidade/RJ e Pós-Graduada em Cultura Indígena e Africana pela UCP-Petrópolis. Membro do Conselho Internacional de Dança-UNESCO. Educadora, coreógrafa, shiatsu terapeuta, produtora e organizadora de eventos. 

Alcides Martins teve contato pela primeira vez com as Danças Circulares em meados de 2010, fez a primeira formação em 2011 e a segunda formação em 2018, com Renata Ramos. Participou de eventos com focalizadores nacionais e internacionais como o retiro “Dançando a mandala de Tara” com Prema Dasara e Anahata Iradah (EUA) e oficinas com Bobbi Bailin (EUA), Pablo Skornic e Sérgio Malqui (ARG), Paulo Murakata e Bruno Perel (SP), Cristina Bonetti (GO), Fido Wagler (Alemanha), Judy King (Inglaterra), NanniKloke (Holanda)  

Ataíde é Bacharel e Licenciado em História (UFPA), Especialista em Educação, Cultura e Organização Social (PPGED/UFPA), Mestre em Educação (PPGED/UEPA) e Doutor em Educação (PROPED/UERJ). Contribui como Focalizador de Danças Circulares na Roda de Hera desde 2013, em Belém PA, e na Fazer Girar desde 2020, em Castanhal – PA. Trabalha com ritmos brasileiros (ênfase afro-amazônicos). Como professor e pesquisador das manifestações culturais brasileiras, alia as Danças Circulares Sagradas com a Educação e leva a linguagem da dança para escolas, universidades e outras instituições de ensino, oferecendo formações para educadores, alunos e agentes culturais de variados espaços. 

Estela Gomes é focalizadora de Dança Circular, Fonoaudióloga, Coordenadora do Programa Metodologias Integrativas da Universidade Aberta de Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ Formação). Formada no Treinamento Internacional da Academy for Movement & Awareness – Método Harmony de Nanni Kloke, integra a Rede Harmony Brasil. Atua na UMAPAZ há 18 anos utilizando a Dança Circular como Metodologia Integrativa em Educação Ambiental e Cultura de Paz. Facilitadora de cursos, vivências, eventos e formações presenciais e on-line no tema da Dança Circular. Criadora do Projeto Dançando a Natureza desde 2008 que busca reconectar cada dançante com sua natureza interna e externa. Membro certificada do CID – Conselho Internacional de Dança 

Guataçara Monteiro é focalizador de Danças Circulares, empresário no setor cultural, formado em Licenciatura em Artes Visuais e Pós-graduado em Cultura Popular Brasileira pela Universidade do Vale do Paraíba/SP e Técnico em agricultura pela Escola Agrotécnica Federal de Castanhal/PA. 

João Paulo Pessoa é focalizador de Danças Circulares, empresário do setor cultural, Técnico em agroindústria pela UFBP/CAVN . Co-idealizador do Festival de Danças Circulares do Vale do Paraíba, atuou em projetos sócio econômicos em Jacareí/SP e em Bananeiras/PB.

Luis Henrique iniciou a prática das Danças Circulares em 2006, tornando-se focalizador em 2009. Participante do World Europe Camp 2017 na cidade de Ohrid – Macedônia. Participante da viagem à Grécia para os cursos de Danças tradicionais da Ilha de Creta e região da Macedônia Grega com os professores Dimitris Delis e Yannis Konstantinou (2018). Organizador do Festival de Danças Circulares Rodas do Sul (2018 e 2022).

Patrícia Piquera é Gerente – Implantação futura sede da Administração Regional do Sesc São Paulo, graduada em Dança pela Unicamp, jornalista com mestrado em Comunicação Midiática pela Unesp/Bauru e focalizadora de danças circulares. 

Rejane Ribeiro é cantora e compositora Paraibana, aos 17 anos de idade iniciou sua carreira profissional na música. Em 2021, ganhou em 3ºlugar o prêmio de música autoral pelo Instituto Federal da Paraíba, com a música Areia, Capital Paraibana da cachaça. 
Já participou de eventos culturais e festivais de música com destaque para Rota Cultural Caminhos do Frio, Ruraltur e Festival Sons e Sabores.   

Samuel Zaratim é graduado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de Goiás. Mestre e Doutor em Performances Culturais pela Universidade Federal de Goiás – UFG. Focalizador de Danças Circulares Sagradas. Realiza pesquisas e estudos relacionados com as Performances Culturais, Festas e Quadrilhas Juninas, Cultura popular, natureza sociocultural do corpo. Atualmente integrante do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI), da Secretaria Municipal de Educação.

Tati Tiziano é educadora em atividades físico esportivas do Sesc São Paulo, formada em Educação Física, pós-graduada em Aprendizagem, Desenvolvimento e Controle Motor e em Fisiologia do Exercício. Realizou o curso de Formação e também o Aprofundamento em Danças Circulares com Renata Ramos (TRIOM). Participante, desde 2002, em diversos cursos de Danças Circulares com renomados focalizadores nacionais e internacionais. 

Zecca Júnior iniciou suas atividades no movimento das Danças Circulares em 2009, no Rio de Janeiro, onde concluiu sua formação como focalizador (TREINAFOCA). Participa desde 2016 de grupos de homens comprometidos com o resgate da essência masculina. Atualmente concluindo o curso “Danças Brasileiras Passo a Passo: da Teoria à Prática – oferecido pelo Instituto Brincante. 

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