Feira de produtores agroecológicos em São Paulo reúne agricultores com foco na economia local, alimentos saudáveis e produtos sustentáveis, aproximando o público e fortalecendo a economia local e o intercâmbio de saberes. 

O Sesc Pinheiros recebe, nos dias 4, 5 e 6 de abril, Territórios da Cultura: feira de produtores agroecológicos em São Paulo. O evento reúne diversas iniciativas e grupos de agricultores e agricultoras que adotam práticas sustentáveis e de respeito à natureza.

Entre os expositores confirmados estão a Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras (RAMA), a Cooperativa Terra e Liberdade (MST), a Feira Agroecológica e Cultural de Mulheres do Butantã e a Rede de Agricultoras Periféricas Paulistanas Agroecológicas (RAPPA). Eles trarão uma variedade de alimentos livres de agrotóxicos, desde hortaliças e ervas medicinais até molhos, conservas e cogumelos.

Essa é a primeira edição do projeto Territórios da Cultura no Sesc Pinheiros, que se estenderá ao longo de 2025 com quatro feiras temáticas, acompanhadas de programação formativa e cultural. O foco será o trabalho de artesãos e artesãs de diferentes áreas e de produtores agroecológicos. O projeto visa fortalecer a organização e a criatividade dessas iniciativas, reconhecendo suas técnicas, produtos e serviços. Mais do que uma oportunidade de geração de renda, as feiras promovem a troca de saberes e a difusão de tecnologias comunitárias.

Participam desta feiras como expositores:

Casa Forrageira – A Casa Forrageira promove sustentabilidade e preservação do meio ambiente através da alimentação, utilizando recursos disponíveis na natureza, buscando conhecimento, soberania alimentar e sabor. Bruno Forrageiro é agricultor, coletor de cogumelos, alimentos silvestres e guia local. Lari Bellezi é cozinheira, tec. em nutrição e agricultora. Plant based, comida afetiva, saborosa e saudável.

Cooperativa Terra e Liberdade (MST) – A Cooperativa é um instrumento de organização, comercialização, logística e formação do MST de SP, construindo a ponte campo-cidade através de feiras, entregas de cestas, vivências, rodas de conversa, apoiando mutirões e outras atividades do movimento. Buscamos construir um sistema alimentar agroecológico, que coloque a vida no centro, através da organização d@s trabalhador@s do campo e da cidade.


Feira Agroecológica e Cultural de Mulheres do Butantã – A Feira Agroecológica é um coletivo de produtoras que nasceu em 2017, a partir da luta pela revitalização do Viveiro II do Butantã. Organizamos um espaço de comercialização mensal e buscamos trazer programação cultural, debates e formações gratuitas para o bairro. Nosso grupo é composto por agricultoras familiares, artesãs, costureiras, cozinheiras, arte-educadoras e muito mais.

Sítio Yoneyama – Uma família de agricultores orgânicos com raízes em duas gerações passadas. Desde 2010, adotam práticas agroecológicas e, em 2020, conquistaram a certificação orgânica, com mais de 50 variedades de alimentos, como hortaliças, frutas e ervas. Produzem para a CSA Martinelli desde 2018 e recebemos visitas para atividades de educação ambiental, alimentação saudável e oficinas no campo.

Recanto Magini – O Recanto Magini é um sítio de agricultura familiar dedicado ao resgate da biodiversidade da Mata Atlântica. Cultivamos frutas nativas, criamos produtos sustentáveis e mostramos que é possível gerar renda sem destruir a floresta. Nossa missão é formar guardiões da Mata Atlântica, promovendo a conservação e a valorização dos saberes tradicionais em todo o território.

Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras (RAMA) – A RAMA reúne 11 grupos de mulheres agricultoras familiares e quilombolas da Barra do Turvo, Vale do Ribeira. “Somos como a rama da batata doce que, cada qual a sua forma, se espalha e produz raízes que garantem o alimento.” Nos organizamos em mutirão, produzimos diversidade de alimentos, defendemos nossos territórios, modos de vida e comercializamos em aliança com coletivos urbanos da rede Esparrama.

Rede de Agricultoras Paulistanas Periféricas Agroecológicas (RAPPA) – A RAPPA é uma organização informal, horizontal e auto-organizada, sem fins lucrativos. Agrega e conecta mulheres agricultoras da cidade de São Paulo e seus coletivos, para estimular a autonomia econômica, a geração de renda e promover maior protagonismo feminino na construção de políticas públicas voltadas à agroecologia, economia solidária, auto-organização e combate a qualquer tipo de violência de gênero.

Viva Regenera – A Viva Regenera produz alimentos e ativos livres de transgênicos, cultivados sem agrotóxicos e minimamente processados para preservar a sua integridade e energia vital. Parte importante do nosso portfólio utiliza ingredientes que nascem e crescem no Sitião Agroflorestal, referência nacional nessa forma de cultivar a terra e produzir alimentos, capaz de curar o solo e restaurar ecossistemas.

Viveiro Sabor de Fazenda – Desde 1993, o viveiro escola Sabor de Fazenda produz e vende mudas de Ervas, Temperos e PANCs além de divulgar através de cursos, palestras e visitas monitoradas o cultivo e uso das ervas e temperos para trazer qualidade de vida, sabor e saúde para o dia a dia nas grandes cidades. Além das atividades para adultos, o Projeto Dedinho Verde já recebeu mais de 50.000 crianças ao longo dos anos.


Além da feira, a programação inclui dois bate-papos sobre Agroecologia, abordando seu impacto e possíveis caminhos para enfrentar a crise ambiental e climática:

Agroecologia na Prática | 4 de abril, sexta-feira, às 19h, Área de convivência – Térreo 

Encontro que reúne diferentes realidades da prática agroecológica em São Paulo, a partir de contextos rurais e urbanos, com a proposta de reflexão e diálogo sobre formas mais ecológicas e socialmente justas de produzir alimentos. Mediação: Andrea Barreto, geógrafa e gestora de projetos, atualmente responsável pela gestão do projeto Sampa+Rural: Acelerando Hortas. Convidados: Jade Percassi, cientista social e educadora popular do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Bruna Massis, engenheira florestal, integra a equipe da SOF (Sempreviva Organização Feminista), Vera Lúcia, agricultora integrante da RAMA (Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras),  Tamikuā Txihi da Toka  Onça Oka (TI Jaraguá, Aldeia Itakupe)Mulher indígena do povo Pataxó, (Pau Brasil – BA) e André Biazoti, do Instituto Pólis, Mestre em Agricultura Urbana, conselheiro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Solidário e Sustentável de São Paulo (CDRSS). 

Como podemos fortalecer a Agroecologia? Experiências de consumo e comercialização | 6 de abril, domingo, às 14h, Sala de Múltiplo Uso – 3º andar

A partir de diferentes experiências, o encontro trata da relevância de sistemas de distribuição que conectam produtores e consumidores de forma transparente, direta e sustentável, fortalecendo a agroecologia, a soberania alimentar e a conscientização sobre o consumo responsável. Mediação: Ana Luzia Laporte, é doutora em Educação pela USP e integrante do Núcleo de Economia Solidária (NESOL-USP, atua na área de economia feminista e solidária, autogestão e desenvolvimento territorial). Convidados:  Carmen Caballeria, assistente social, integra a Rede Pontinhos de Economia Solidária da zona oeste, Juliana Braz associada do Instituto Chão, Merilin Soares, educadora popular e coordenadora da Feira Agroecológica e Cultural de Mulheres no Butantã e Lucca Perez, engenheiro ambiental, da cooperativa Terra e Liberdade, cooperativa de comercialização da regional grande São Paulo do MST. 

TERRITÓRIOS DA CULTURA: Feira de Produtores agroecológicos em São Paulo 
De 4 a 6 de abril – sex, sáb e dom | das 11h às 18h   
Locais: Térreo | Sala de Múltiplo Uso – 3º andar | Praça  
Livre | Grátis