TRAGO: uma história de encontros e experimentações

02/07/2024

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Tulipa Ruiz, Rica Amabis, Alexandre Orion e Gustavo Ruiz são TRAGO. O projeto criado por esse grupo de artistas multimidiáticos da cidade de São Paulo começou na década passada, mais especificamente em 2015. Agora, em 2024, o álbum com oito faixas está disponível nas principais plataformas de música e no Sesc Digital

Alexandre Orion, Tulipa Ruiz, Gustavo Ruiz e Rica Amabis. Foto: Ivan Shupikov

A história do disco e de suas oito canções é uma história de encontros e experimentações. Tulipa encontrou potencial nos sons dos vídeos que gravava pela cidade e compartilhava em suas redes sociais, quando tocados em loop. Rica Amabis converteu esses loops em programações e samples, enquanto Alexandre Orion adicionou beats da sua MPC e Gustavo gravou baixos e guitarras. Com as bases prontas, Tulipa criou as melodias e letras utilizando desenhos do seu acervo pessoal como inspiração para cada música dando vida a personagens que antes estavam guardados, transformando-os em “desenhos musicados”. 

O álbum foi se descortinando ao público aos poucos. Primeiro, a faixa “Porvir” chegou às plataformas como single em fevereiro desse ano, acompanhada de um videoclipe. Inspirada em “Bonde de São Januário”, de Wilson Baptista, consagrada na voz de Ataulfo Alves, a canção “Sou eu que vou trabalhar” foi o segundo single do projeto, apresentando a dura poesia do cotidiano urbano através dos olhos atentos de uma trabalhadora. Já “Dolores Prestes A Levitar” conta sobre uma pessoa que, de tão livre, começa a voar, sem amarras. O título da canção surgiu de um desenho de Tulipa e a letra é livremente inspirada na manchete de jornal do padre que voou com balões presos ao corpo no estado do Paraná.   

Canções como “Sisudo, Parrudo e Elegante”, “Chorume” e “Espiritualizaderrima” foram originalmente produzidas para o projeto Palavras Cruzadas, iniciativa idealizada por Marcio Debellian entre 2012 e 2016, que uniu músicos, poetas e artistas visuais para performances inéditas. “TRAGO é um encontro entre artistas multimídia que se admiram”, diz Gustavo Ruiz. Para Tulipa Ruiz, “TRAGO é um processo de tecelagem que faço com meus amigos artesãos da imagem e do som”.  

Outro destaque do repertório é “Fumante padrão”, que ganhou a participação luxuosa de João Donato no piano elétrico. A faixa foi gravada no estúdio do ícone da MPB, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, em 2017. Brian Jackson, flautista e produtor estadunidense, foi convidado para gravar os teclados da música que dá nome e batiza o álbum. Nessa mesma faixa, encontramos a prosa e a voz de Rodrigo Brandão que entrega um rap caudaloso em que cada verso: “Vamos avaliar o estrago que extrapola até tragédia grega. Aí agrega, vamo junto, e no final eu não naufrago. É isso que propago, é isso que desejo. Até o último beijo, até o último trago.”  

Capa do álbum

Ouça TRAGO nas principais plataformas de música e no Sesc Digital

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