Últimas semanas da exposição “Araetá: A Literatura Dos Povos Originários”: confira a programação integrada no Sesc Ipiranga

28/02/2024

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A exposição “Araetá: A Literatura Dos Povos Originários” chega ao fim no dia 17 de março no Sesc Ipiranga e, para marcar a importância das temáticas abordadas, a programação integrada irá destacar diferentes atividades nas próximas semanas.

Com um espetáculo, vivências, feira literária, pocket show e bate-papos, receberemos diferentes personalidades indígenas, como Daniel Munduruku, Zahy Tentehar, Carina Oliveira, Edson Kayapó, Auritha Tabajara e Jason Tupã.

O que é a exposição Araetá: A Literatura Dos Povos Originários?

A mostra apresenta ao público um expressivo recorte da produção literária de autoria indígena por meio de publicações de escritores e escritoras que representam mais de 50 povos originários.

Com visitação até 17 de março de 2024, a mostra também reúne ilustrações, fotografias, artesanias e objetos artísticos, e cataloga mais de 334 títulos publicados por 105 diferentes editoras do país.

Espetáculo de teatro

Azirai' - Araetá
Foto: Leo Aversa

Em temporada no Teatro a partir de 8 de março, o espetáculo “Azira’i”, com Zahy Tentehar, traz um solo autobiográfico que resgata a vivência da atriz com sua mãe, Azira’i Guajajara, a primeira mulher pajé da reserva indígena de Cana Brava, no Maranhão, onde ambas nasceram.

A relação entre mãe e filha se dá num contexto conflituoso: um interior nordestino patriarcal e uma cultura tensionada entre a preservação de seus valores ancestrais e a absorção de dinâmicas de um sistema de civilização globalizado.

Feira literária e bate-papos

Feira Literária - Areatá
Foto: Mayara Maluceli

No dia 13 de março, acontece o bate-papo “Literatura Indígena na Contemporaneidade”, com Daniel Munduruku, Lívia Penedo Jacob e mediação de Carina Oliveira. A mesa propõe debater os marcos e os rumos da literatura indígena na atualidade, destacando sua importância e relevância artística, social, cultural e editorial.

Accordion Example
Daniel Munduruku
Foto de Daniel Munduruku

Daniel Munduruku é um escritor e professor paraense, pertencente ao povo indígena Munduruku. Autor de 56 livros publicados por diversas editoras no Brasil e no exterior, a maioria classificados como literatura infanto-juvenil e paradidáticos. É Graduado em Filosofia e tem licenciatura em História e Psicologia. Tem Mestrado e Doutorado em Educação pela USP – Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Recebeu prêmios nacionais e internacionais por suas obras literárias: Prêmio Jabuti CBL – Câmara Brasileira Do Livro (2004 e 2017); Prêmio da Academia Brasileira de Letras (2010) – ABL; Prêmio Érico Vanucci Mendes – CNPq; Prêmio para a Promoção da Tolerância e da Não Violência – UNESCO, Prêmio da Fundação Bunge pelo conjunto de sua obra e atuação cultural, em 2018.

Carina Oliveira
Foto de Carina Oliveira

Carina Oliveira é pataxó, pedagoga (UFRJ), mestre em educação (UFRJ) e doutoranda em educação (UFRJ). É pesquisadora da literatura indígena há 6 anos, tema central das discussões de sua monografia de final de curso de pedagogia, de sua dissertação de mestrado e, atualmente, de sua tese de doutorado. Atua também como professora de biblioteca em escola privada do Rio de Janeiro.

Edson Kayapó
Foto de Edson Kayapó

Edson Kayapó pertence ao povo Mebengokré, nascido no estado do Amapá, é historiador (UFMG) e doutor em Educação (PUC-SP), pesquisador das questões amazônicas e indígena, escritor premiado pela cátedra de Leitura da Unesco e vencedor do Prêmio Tamoios pela FNLIJ, professor em cursos de graduação e pós-graduação, escritor premiado pela UNESCO. É consultor do Projeto Àwúre, vinculado ao MPT e à OIT/ONU, Curador de arte no MASP.

Auritha Tabajara Francisca Aurilene Gomes
Foto de Auritha Tabajara Francisca Aurilene Gomes

Auritha Tabajara Francisca Aurilene Gomes, nasceu em Ipueiras interior do Ceará, chorou na barriga de sua mãe antes de nascer. Nasceu em casa pelas mãos de sua avó parteira Francisca Gomes e, por essa razão, o nome ancestral Auritha Tabajara o qual assina suas obras literárias. É escritora, cordelista e contadora de histórias indígena. Tem três livros publicados, oito folhetos e vários textos em antologia no Brasil e fora do Brasil, alguns textos traduzidos em inglês e Alemão, tem levado a literatura em varias participações em feiras literárias.

Já no dia 14 de março, é a vez de recebermos Edson Kayapó e Auritha Tabajara para o bate-papo “Antirracismo e a Educação: como pensar a Lei 11.645/2008. Mediada também por Carina Oliveira, a debate proporá reflexões e leituras críticas em torno da lei — que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas brasileiras — e como a literatura indígena dialoga com ela.

Entre 16 e 17 de março, a “Feira Literária Araetá” reúne editoras de literatura indígena e propõe debates sobre o tema, promovendo um diálogo intercultural. Com curadoria de Carina Oliveira, participam as editoras: Banca Tatuí, Companhia das Letras, Editora Biruta e Editora Gaivota, Hedra, Jandaíra, Jekupe Editora, Livraria Maracá, N-1, Pachamama Editora, Panda Books, Paulinas, Peirópolis, Riacho e Uk’a Editorial.

Pocket show gratuito

Jason Tupã - Araetá
Foto: @_gi.gio

Para o encerramento da exposição, no dia 17 de março, contamos com um pocket show de Jason Tupã na Área de Convivência. O artista entrega letras falando sobre o indígena que vive entre a aldeia e a favela, uma mistura de ancestralidade com a convivência do caos urbano da grande São Paulo.

Para o encerramento da exposição Araetá, o artista também tem como referências as literaturas dos povos originários em suas canções.

Vivências para todas as idades

Além dos bate-papos, show e espetáculo, a programação conta com uma série de atividades e vivências desenvolvidas pela equipe de educadores da exposição. Assim como nos meses anteriores, serão apresentadas oficinas, leituras mediadas e contações, como “Você tem uma história pra contar? Relatos do Ipiranga”, “Saberes da Vó” e “Ima’enukwaw: um registro para o não esquecimento“.


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