Foto: Paulo Neves
A realidade pouco conhecida da maior biodiversidade do planeta é tema da exposição Amazônia Mundi, de 30/nov/2013 a 10/mai/2015
“Na Amazônia, os animais são mais livres e tem muitos índios”, arrisca o menino de olhos atentos. “Lá a mata é bem grande, e fechada”, opina o outro. O grupo forma uma roda e contam ao monitor o que sabem sobre aquela região. Todos sentados, frente a um barracão comunitário de uma vila amazônica, instalado em meio ao Sesc Itaquera. E a viagem pela exposição Amazônia Mundi, começa assim.
Na ausência da luz, os animais aparecem. Tem pássaros, cujos sons tomam conta do ambiente. Olha os peixes no chão, e o macaquinho lá em cima! Tem também as serpentes e os insetos. E as cores preenchem, de vez, a escuridão daquele túnel. No céu, as constelações formam os desenhos que existem na imaginação de quem vê – para o menino da cidade, um escorpião; para o índio, a anta. Voando sobre as árvores, nos sentimos pequenos, ante a imensidão da Amazônia.
“Tem uma oca de verdade ali!”, e foi construída pelo povo Wayana. O Livro das Árvores, de Jussara Gruber, é pintura na parede. Tem a Árvore Ticuna, a Árvores dos Pássaros e outras formas de explicar os fenômenos da natureza. A pintura do banco tukano é como o couro da cobra-canoa, que carregou a humanidade em seu bojo, na origem do mundo. Com um toque dos dedos, o visitante interfere no ciclo das águas. Faz enchente, faz seca, faz rio voador. Assim como as variações climáticas da região.
“Mas e aquela casa ali? Tem casa na Amazônia?”, impressiona-se a menina. Sim, tem. É a casa dos caboclos (caá-boc = aquele que vem do mato). Tem antena parabólica, bicicleta, panelas, utensílios de cozinha, fotografias. Uma vela na mesa, uma imagem de Jesus e Maria pregada acima da porta. É a fé de um povo que resiste aos sucessivos processos de ocupação daquelas terras. Pela janela, um igarapé. A vegetação, as águas, os cheiros e os sons dão o tom realista à cenografia. As cores do mercado Ver-o-Peso também estão aqui, nas garrafadas para todos os gostos – do agarradinho à dor-de-corno, assim como nas inúmeras formas e texturas de sementes da região. Os pés descalços são bem-vindos na piscina de tento-vermelho.
A destruição da região amazônica em decorrência do modelo atual de consumo, também é lembrada. Caminhões andando pra lá e pra cá, enquanto equipamentos comuns ao nosso dia-a-dia são produzidos. No vídeo, a faca que corta a seringueira, parece cortar a carne dos índios acorrentados. Será esse o preço do desenvolvimento?.
A seguir, você pode fazer um passeio por imagens da exposição e entender o que emocionou tanto o menino de olhos atentos.
Abaixo, você pode ver a versão digital do livreto da exposição:
o que: | Amazônia Mundi |
quando: | de 30 de novembro de 2013 a 10 de maio de 2015 |
onde: | Sesc Itaquera | Av Fernando do E. Santo Alves de Mattos, 1000 | 11 2523-9200 |
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