Uso de substâncias psicoativas – profissionais falam sobre o assunto

04/06/2021

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O uso de drogas é assunto que costuma ser tratado com políticas higienistas de recolhimento e exclusão social, nas quais adotar medidas repressivas é bem mais comum do que o uso de medidas preventivas. Associado a problemas de saúde pública, o uso de substâncias psicoativas está diretamente relacionado com o sofrimento psíquico.

Num mundo permeado por desigualdades e diferenças sociais, a busca pelo respeito e direitos humanos ainda é constante, principalmente daqueles que são empurrados às “margens da sociedade”, reduzidos a problemas, nunca a soluções.

Uma temática que, muitas vezes, pode trazer dúvidas e questionamentos: Como as mídias influenciam este debate público? O processo de medicalização pode realmente naturalizar e homogeneizar uma sociedade? Qual a relação entre as drogas e o número de pessoas negras encarceradas no Brasil? O aumento de presídios construídos no país está diretamente ligado às drogas? Como funciona a política de redução de danos e as redes socioassistenciais de apoio às pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas.

Sesc São Paulo, por meio da ação Questão Social das Drogas, convidou profissionais de diferentes áreas para falarem sobre o assunto. Uma série de seis episódios aborda temas como a patologização da vida de crianças e adolescentes, drogas e mídia, sofrimento psíquico, racismo e encarceramento em massa, redução de danos e redes de apoio socioassistencial. Criando um espaço de escuta, diálogo e construção acerca das muitas dimensões em torno do tema, busca maneiras de refletir sobre a redução de sofrimentos e a garantia de direitos.

Assista a seguir:

Patologização da vida de crianças e adolescentes

Por Maria Aparecida Affonso Moysés – graduada e doutorada em Medicina pela FMUSP. Possui Livre-Docência em Pediatria Social na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Atualmente é professora titular em Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Sua atuação em ensino e pesquisa é na área de Atenção à Saúde do Escolar, em especial nos campos de medicalização do comportamento e da aprendizagem, avaliação cognitiva; aprendizagem e desenvolvimento. Coordena o Laboratório de Estudos sobre Aprendizagem, Desenvolvimento e Direitos, no CIPED (Centro de Investigações em Pediatria) da UNICAMP. É autora do livro A institucionalização invisível: crianças que não aprendem na escola. Militante do “DESPATOLOGIZA – Movimento pela Despatologização da Vida”, que tem articulado discussões, eventos e ações sobre a medicalização da vida e da educação.

Redes de Apoio Socioassistencial 

Por Fernanda Almeida – assistente social, coordenadora do curso de Pós-Graduação em Serviço Social e Saúde da FAPSS-SP. Atua na Rede Pública de Saúde (SUS) em Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). Psicanalista em Formação, do Curso de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. 

Racismo e encarceramento em massa 

Por Juliana Borges – escritora e estuda Política Criminal. É consultora do Núcleo de Enfrentamento, monitoramento e memória de combate à violência da OAB-SP e conselheira da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. Colunista da Revista Claudia. Autora dos livros “Encarceramento em massa” (Jandaíra) e “Prisões: espelhos de nós” (Todavia).  

Redução de danos 

Por Thiago Calil – doutorando e mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – FSP/USP. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2006). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase na Psicologia Social, atua com pessoas em situação de rua e pessoas que usam drogas. Atua desde 2004 na perspectiva da Redução de riscos e danos socias e a saúde em diversos contextos de uso de drogas, inclusive na região da Luz, conhecida como ‘Cracolândia’, no centro da cidade de São Paulo, Brasil. Desenvolve pesquisas com aproximações entre a questão das drogas e as diversas forças que incidem neste campo como as políticas públicas, o estigma, a criminalização da pobreza, a violência estatal, o urbanismo e as possíveis estratégias de garantia de direitos em contextos Latino americanos. 

Drogas e mídia

Por Fernanda Mena – mestre em Sociologia e Direitos Humanos e doutora em Relações Internacionais. Tem experiência na área de Sociologia e Ciência Política, com ênfase em direitos humanos, política internacional e política de drogas. Foi editora da Ilustrada, integrou equipes da revista “Piauí”, do Fantástico/TV Globo e do UOL. 

Sofrimento Psíquico 

Por Christian Dunker – psicanalista, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Colunista e articulista, nas revistas Mente & Cérebro, Cult e Brasileiros, e também no blog da Boitempo Editorial.

Saiba mais sobre a ação Questão Social das Drogas.

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