Nas tradições orais do povo Akan, da região de Gana e Costa do Marfim, Ananse é uma aranha que tece teias e se tornou a dona de todas as histórias existentes, após cumprir uma difícil missão dada por Nyame, a divindade Akan responsável pela criação. O Sesc Vila Mariana recebe entre 5 a 8 de dezembro a 3ª edição do Ananse – Encontro de Contação de Histórias e Ilustração de Autoria Negra, evento que exalta a riqueza da cultura afro-brasileira, a partir da oralidade, da ludicidade e da criação de imaginários afrodiaspóricos. Com cocuradoria da escritora e contadora de histórias Kiusam de Oliveira, o festival é gratuito, livre para todas as idades, e reúne uma programação variada, composta por ciclos de contação de histórias, mesas de debates, intervenções artísticas. No fim de semana, também acontece uma feira literária e de produtos negrorreferenciados, como livros infantojuvenis, ilustrações, literatura afrofuturista, trançaria, bonecas, roupas, bijuterias, entre outros itens.

O Ananse explora o universo da literatura infantojuvenil a partir da cultura afro-brasileira, e se destaca por reunir grandes nomes da contação de histórias, da literatura e das artes no Brasil, abordando temas essenciais relacionados à autoria negra, à oralidade e às produções artísticas afro-brasileiras. O Ananse Notan, que traz ciclos de contação de histórias, é o ponto alto da programação e apresenta narrativas como “A Menina da máscara de madeira”, apresentada pelo pedagogo e contador de histórias, Carlos Barbosa, texto que aborda a importância de não julgar pelas aparências e valorizar a espiritualidade e o autoconhecimento. Em “A menina Akili e seu tambor falante”, a atriz e escritora Verônica Bonfim narra a amizade entre Akili e seu tambor Alafiá, uma história que ressalta a luta pela preservação da identidade. Já a multiartista Lilia Reis, em “Raízes”, traz reflexões sobre a autoestima negra. “Como os elefantes adquiriram suas trombas” é uma encantadora fábula narrada pela pedagoga Marina Costa, que combina a sonoridade dos batuques do sudeste brasileiro com a tradição oral trazida ao Brasil pelo contador de histórias François Moise Bamba. Na trama, o público acompanha a jornada de um pequeno e curioso elefante pela floresta, desvendando como os elefantes ganharam suas trombas. Saiba mais sobre a programação completa do festival a seguir.

PROGRAMAÇÃO
5/12 – Quinta-feira
18h30 às 19h – Intervenção poético-musical “Afagos e afins”, com Jairo Pereira
19h15 às 20h45 – Rotas Trançadas: Estratégias para enfraquecer a violência racista na literatura
Participantes: Kiusam de Oliveira, Otávio Junior e Adriana Oliveira
O encontro contará com a presença da cocuradora do festival, Kiusam de Oliveira, e do escritor Otavio Junior, vencedor do Prêmio Jabuti 2020, com a obra Da minha janela. Simultaneamente, a trancista Adriana Nunes Silva criará estilos únicos nos cabelos dos convidados, celebrando a beleza negra e resgatando histórias através das tranças.

6/12 – Sexta-feira
Pempamsie (mesa reflexiva)
19h às 20h30 – Olhar em perspectiva de artistas da ilustração e do grafite: Mulheres Negras em ação
Participantes: Nenesurreal e Paulica Santos
Mediador: Alcimar Frazão – Gerente Adjunto do Sesc 14 Bis

7/12 – Sábado
10h às 15h30: Nenesurreal – Produção do mural (grafite)

10h30 às 13h30: Cia Alcina da Palavra – Tapetes de histórias: Vozes negras na literatura

10h30 às 21h – Mercado Nyansapo – Empreendedorismo de Protagonismo Negro
Feira de vendas de livros infantojuvenis, ilustrações, Literatura Afrofuturista, trançaria e
bonecas.

11h às 15h – Ananse Ntontan (contações de histórias)
1ª História: Dona Jacira – “As portas que ancestralidade abre: atrás do medo tem um pote de ouro, sonhado”
2ª História: Carlos Barbosa – “A menina da máscara de madeira ou a praga das aparências”
3ª História: Marina Costa – “Como os elefantes adquiriram suas trombas”
4ª História – Verônica Bonfim – “A menina Akili e seu tambor falante”

14h às 17h: Jogos Africanos com Erika Angelo
O público poderá explorar dinâmicas de diversos jogos tradicionais de países africanos, acompanhadas por histórias e curiosidades que
conectam cultura, conhecimento e entretenimento.

15h às 15h30 – Dança: Ominla (Água que vem do céu)

16h às 17h30 – Pempamsie (mesa reflexiva) – Letramento racial no jornalismo
Participantes: Rosane Borges e Claudinha Alexandre
Mediadora: Kiusam de Oliveira

8/12 – Domingo
10h30 às 15h30 – Nenesurreal – Produção do mural (Grafite)

10h30 às 13h30: Cia Alcina da Palavra – Tapetes de histórias: Vozes negras na literatura

10h30 às 18h – Mercado Nyansapo – Empreendedorismo de Protagonismo Negro
Feira de vendas de livros infantojuvenis e ilustrações, Literatura Afrofuturista, trançaria e
bonecas.

11h às 13h – Ananse Ntontan (contações de histórias)
– 1ª História: Renata Gonçalves e Ronaldo Silva Bernardes – “Ayele” (conto africano)
– 2ª História: Paula Salles – “A mulher que via o vento”
– 3ª História: Lilia Reis – “Raízes”

14h às 17h: Jogos Africanos com Erika Angelo
O público poderá explorar dinâmicas de diversos jogos tradicionais de países africanos, acompanhadas por histórias e curiosidades que
conectam cultura, conhecimento e entretenimento.

14h às 15h30: “Pempamsie (Mesa reflexiva) – Produções negras de combate ao racismo
Participantes: Adriana Lessa e Iléa Ferraz
Mediadora: Rosa Andrade

16h às 17h – Poesia afro-diaspórica eletropercurssiva
Participantes: DJ Evelyn Cristina e Mafalda Pequenino
Performance que combina beats, timbres e improvisos em experimentação eletrônica conduzida pela DJ Evelyn Cristina. A apresentação mergulha nas poesias afro-diaspóricas da atriz e performer Mafalda Pequenino, intercaladas com fragmentos de obras de grandes autoras como Maria Tereza, Cristiane Sobral, Beatriz Nascimento, Assata Shakur e Carolina Maria de Jesus.