Projeto Trocas e Olhares instiga reflexões e diálogos entre educadores e estudantes sobre 30 obras selecionadas do Acervo Sesc de Arte
POR LUNA D’ALAMA
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Unir artes visuais, educação e formação de professores, a fim de estimular a experiência estética como disparadora de processos de transformação individual e social. Essa é a proposta do projeto Trocas e Olhares, idealizado pelo Sesc São Paulo, e lançado em 2018, a partir de uma seleção de obras do Acervo Sesc de Arte. A ação inclui a distribuição de uma publicação, com imagens e informações sobre obras artísticas, a partir de uma curadoria temática, e a formação de profissionais da educação que replicam os conhecimentos com estudantes e outros profissionais da área. Em abril deste ano, o Sesc lança, em Piracicaba (SP), a segunda edição do projeto. Assim como na primeira vez, tanto o conteúdo quanto a dinâmica dos encontros baseiam-se na abordagem triangular – fundamentada nos eixos: apreciação artística, fazer artístico e contextualização histórica – da arte-educadora e pesquisadora Ana Mae Barbosa, professora titular aposentada da Universidade de São Paulo (USP) e ex-diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP.
A coordenação editorial do novo projeto ficou a cargo do coletivo mineiro JA.CA. Para compor a publicação – que nesta edição celebra os trabalhos da Bienal Naïfs do Brasil, promovida pelo Sesc desde 1986 – foram analisadas mais de 240 obras do Acervo Sesc de Arte e, ao final, feito um recorte de 30 trabalhos criados entre 1986 e 2019, por 29 artistas de todas as regiões do Brasil, a exemplo de J. Borges (PE), João Pereira de Oliveira (AM), Shila Joaquim (SP) e Carlos Alberto de Oliveira (RS).
A curadoria estabeleceu seis grandes eixos temáticos – Natureza, Corpos, Ritos, Cotidianos, Trabalhos e Lutas. “Concebemos esse material dentro de um ambiente macro da cultura popular, com muitos artistas ainda vivos e produzindo. Também nos debruçamos em criar camadas de ferramentas para os professores, com foco na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, destaca Francisca Caporalli, integrante do coletivo JA.CA. Para ela, essas propostas podem ser levadas à sala de aula, como reflexões e subsídios em atividades práticas de diferentes disciplinas. “As obras e os temas apresentados podem servir para tratar de muitos assuntos, como: ancestralidade, diversidade de corpos, festas, rituais, lugares que ocupamos e profissões que desapareceram”, avalia.
Samantha Moreira, também curadora, complementa: “Convidamos seis nomes de fora do meio acadêmico (Ailton Krenak, Lua Cavalcante, Dione Carlos, Iguatemy da Silva Carvalho, Antônio Bispo dos Santos [1959-2023] e Naine Terena de Jesus) para escrever sobre cada um dos eixos e dialogar com os leitores-participantes”, explica. Moreira acrescenta que o coletivo buscou levantar uma discussão atual, política, social e humana, para se pensar o Brasil e suas questões a partir de pautas atuais e urgentes, como as mudanças climáticas.
A pedagoga Daniela Farto, da rede municipal de Piracicaba, participou do processo de construção do primeiro Trocas e Olhares e confirma a importância do projeto. “Há uma lacuna enorme em lidar com as artes visuais na educação, pois os professores passam muito tempo na prática e carecem de formações como essa para trabalhar com as crianças e adolescentes. Arte não é reprodução, é criação, fruição. Quanto mais os professores estiverem capacitados, melhor será para eles e para os alunos”, ressalta. Nas páginas a seguir, algumas das obras presentes na publicação.
Em sua segunda edição, projeto Trocas e Olhares marca os mais de 30 anos da Bienal Naïfs do Brasil, promovida pelo Sesc São Paulo
Em celebração à Bienal Naïfs do Brasil, realizada desde 1986, a segunda edição do projeto Trocas e Olhares dá continuidade à proposta de aprofundar as colaborações do Sesc com instituições formais de ensino, propondo um recorte do Acervo Sesc de Arte sobre poéticas oriundas de diversos contextos e de espaços para aprendizado de arte. Desenvolvido prioritariamente para uso em encontros presenciais de formação de professores e educadores em artes visuais, realizados nas unidades do Sesc, o material gráfico, com textos de mediação e propostas pedagógicas, foi produzido para que os participantes possam aplicá-lo em ações educativas.
A publicação reúne obras de artistas provenientes de diferentes territórios, com distintos repertórios e perspectivas, que, em diálogo, dão a ver a pluralidade da produção nacional em artes visuais. Segundo Juliana Braga de Mattos, gerente da Gerência de Artes Visuais e Tecnologia do Sesc São Paulo, Trocas e Olhares une a perspectiva da ação educativa da instituição ao Acervo Sesc de Arte, uma importante coleção de artes visuais, com mais de 70 anos de existência, e um olhar voltado principalmente à produção contemporânea brasileira. “Com uma nova curadoria de obras de artes – todas derivadas da longeva Bienal Naïfs do Brasil –, esta segunda edição do material vem refrescar e fortalecer o nosso diálogo com educadoras e educadores, a fim de contribuir com a sensibilização artística praticada em escolas e outras instituições com viés educativo”, destaca.
Trocas e Olhares (2024, 2ª edição)
Publicação do Sesc São Paulo | Coordenação editorial: JA.CA | 78 páginas
Disponível no Sesc Digital
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