O Selo Sesc lança o álbum duplo Integrais do violonista Edelton Gloeden. O repertório traz, pela primeira vez reunidas em um mesmo disco, as obras completas para violão solo de alguns dos mais destacados compositores brasileiros: Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Osvaldo Lacerda, Edino Krieger e César Guerra-Peixe. É possível encontrá-lo no Sesc Digital, nas principais plataformas de streaming e, em CD, nas Lojas Sesc.
O lançamento será marcado com três recitais de Edelton, tanto na capital paulista quanto no interior: Sesc Pinheiros em 27 de março, Sesc Ribeirão Preto em 28 de março e Sesc São José dos Campos em 06 de abril. No repertório, um alto grau de elaboração, expressividade, texturas, diversidade estilística. Elementos que apresentam a riqueza da música brasileira tanto em suas particularidades históricas e culturais quanto em seu diálogo com as tendências estéticas de criações internacionais.
Para entender o tamanho da empreitada do violonista nesse projeto, o álbum físico é acompanhado por um livreto com 80 páginas que contém textos de Lutero Rodrigues, Marcelo Fernandes, Clayton Vetromilla e Felipe Garibaldi, além do próprio Edelton Gloeden. Cada um deles analisa a trajetória de cada compositor com o violão, com tradução para o inglês. O conteúdo pode ser acessado aqui, na íntegra.
O violão, o mais paradoxal dos instrumentos musicais, está presente tanto nas manifestações de culturas espontâneas de vários povos como nas mais elaboradas criações de compositores de música de concerto. É um dos elementos fortes e vivos da cultura brasileira, porém essa constatação não parece tão óbvia e natural, quando examinamos a disseminação da produção de concerto de nossos mais importantes compositores – exceto, naturalmente, a de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).
De fato, Villa-Lobos exerce enorme fascínio entre os violonistas. Sua importância para a arte brasileira é incontestável e sua posição no cenário internacional continua sendo de crescente afirmação, o que, por vezes, coloca a produção de alguns de nossos grandes compositores em um plano secundário.
A partir da década de 1950, houve no Brasil um crescimento significativo e praticamente ininterrupto na criação de obras para violão solo, e também sua inserção na música de câmara para diversas formações e para violão e orquestra. Pela excelência, algumas destas obras tiveram boa repercussão, atraindo a atenção de intérpretes internacionais, enquanto outras estão ainda por merecer um olhar mais atento.
Pelo fato dessas obras serem, em sua maioria, de compositores que não tocavam o instrumento, elas apresentam grandes desafios aos intérpretes, tanto de ordem técnica quanto musical. Outros fatores estão ligados à atuação desses criadores, como a defesa intransigente de princípios estéticos, a desinformação por parte dos intérpretes e ao difícil acesso às partituras, com edições esgotadas ou mesmo pela falta de publicações. Mais recentemente, a inserção do ensino do instrumento em cursos de Graduação e Pós-Graduação vem possibilitando estudos aprofundados que propiciam a disseminação e preservação da memória musical do violão brasileiro.
Assim sendo, apresentamos as primeiras gravações em CD das obras completas para violão solo de grandes compositores brasileiros: Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Osvaldo Lacerda e Edino Krieger, e um novo registro da obra de César Guerra-Peixe. Apesar das obras para violão serem voltadas predominantemente à pequena forma, estas se destacam pela grande expressividade, muitas delas de um virtuosismo intimista, ricas em texturas, e impregnadas de elementos que vão da musicalidade do Brasil profundo ao diálogo, a seu tempo, com diversas tendências do repertório internacional.
Integrais está disponível no Sesc Digital, nas principais plataformas de streaming e, em CD, nas Lojas Sesc
Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.