Dossiê

Rock nunca é demais
Em abril, o rock ocupou algumas unidades do Sesc São Paulo. O projeto Sábado Rock levou ao Sesc Ipiranga a banda de punk rock Inocentes, criada nos anos 80. No show, o grupo mostrou que não perdeu a forma e agitou a platéia com a apresentação do CD Labirinto, seu mais recente trabalho. Já no Sesc Santo André, o público matou a saudade do grupo Viper, que levou o rock metal ao palco da unidade, com o show Living For The Night - 20 Years of Viper. O grupo, criado em 1985, andou ausente dos palcos brasileiros. O retorno, para alívio dos fãs, aconteceu no ano passado.

Viagem no tempo
Em abril, o palco do Sesc Santana foi ocupado pela intérprete Miúcha. No show Uma Cantora e Três Cariocas, ela revisitou o Rio de Janeiro das décadas de 50 e 60, por meio de composições de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque. Acompanhada pelo pianista Leandro Braga, Miúcha interpretou canções como Pela Luz dos Olhos Teus, Eu Sei Que Vou Te Amar, Samba do Avião, Vai Levando, Anos Dourados e Samba do Grande Amor. Até quem não viveu a época saiu sentindo saudade da atmosfera daqueles tempos.

O melhor do cinema
O Festival Sesc dos Melhores Filmes aconteceu em abril no CineSesc. A mostra levou à tela 46 títulos lançados em 2005, escolhidos pelo público e pela crítica especializada. Na categoria melhor filme nacional, o vencedor foi Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes. Entre os estrangeiros, o mais votado foi Menina de Ouro, de Clint Eastwood. O ator João Miguel (à esquerda na foto), um dos protagonistas de Cinema, Aspirinas e Urubus, e a atriz Alice Braga, destaque de Cidade Baixa, foram eleitos os melhores atores nacionais.

Cultura e cidadania
O pavilhão da Bienal de São Paulo abrigou, em abril, o evento Teia - A Rede de Cultura do Brasil, um encontro que teve como objetivo mostrar a diversidade cultural brasileira. No encontro foram discutidas ações para fortalecer a cidadania na periferia dos grandes centros e em pequenas cidades do interior do país. O Sesc São Paulo esteve presente com um estande onde apresentou as publicações e vídeos produzidos pela instituição ao longo dos últimos anos. Círculo de Dramaturgia, Fiteiro Cultural e os volumes da Coleção E foram alguns dos títulos que estiveram à disposição do público.

Cultura para todos
Como parte das atividades do Sesc São Paulo no encontro Teia - A Rede de Cultura do Brasil, a unidade Vila Mariana realizou o Seminário Cultura Viva, que teve a presença do ministro Gilberto Gil. Os participantes refletiram sobre iniciativas que vêem no acesso a bens culturais um instrumento eficaz de inclusão social. Ainda durante o evento, o selo Sesc Publicações, em parceria com o Senac, lançou o livro Na Trilha de Macunaíma - Ócio e Trabalho na Cidade, de Célio Turino. Na obra, o autor investiga a vida urbana.

Irmandade dos Homens Pretos
Para comemorar os 100 anos da inauguração da Igreja do Rosário, no Largo do Paissandu, o Sesc Carmo realizou em abril o evento Irmandade do Rosário dos Homens Pretos. A programação contou com exposição, aulas abertas de dança e culinária, narração de histórias e cortejo de maracatu. Com quase três séculos de existência, a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos foi criada em 1725 por escravos impedidos de freqüentar as mesmas igrejas dos senhores. Mesmo depois da Abolição, o grupo continuou a se reunir, até 1904, na antiga Igreja do Rosário. Em 1906, a igreja foi reinaugurada no Largo do Paissandu.

Nobel da Arquitetura
Paulo Mendes da Rocha veio se juntar em 2006 a Oscar Niemeyer, até então o único brasileiro a receber o Prêmio Pritzker, considerado a maior premiação da arquitetura mundial, conferida pela The Hyatt Foundation. A qua-lidade de sua obra se destaca, segundo o júri, pelo "profundo entendimento da poética espacial". São projetos de sua autoria, entre muitos outros, a reforma da Pinacoteca do Estado, o prédio do Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) e o estádio Serra Dourada (GO). Ele é o responsável pelo projeto da futura unidade do Sesc na rua 24 de Maio.

Infância sertaneja
Inaugurada em abril no Sesc Pinheiros, a exposição Meninos Quietos, em cartaz até junho, reúne brinquedos e brincadeiras típicas do sertão de Minas Gerais que aparecem na obra do escritor João Guimarães Rosa - autor, entre outros, do romance Grande Sertão: Veredas (1956). A concepção cenográfica da mostra retrata um universo infantil e lúdico, fruto do imaginário das crianças da região.

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Mais que bola
A Copa do Mundo serviu de inspiração para a criação da Copa da Cultura, um intercâmbio entre Brasil e Alemanha realizado com a parceria dos governos e de entidades dos dois países. Na Alemanha, o evento teve início em janeiro com um concerto de música clássica e a exposição Fotografia Brasileira Contemporânea. No Brasil, a divulgação da programação, que deve ter início em junho, foi feita no mês passado na capital paulista durante uma cerimônia que contou com a presença do ministro da Cultura Gilberto Gil e do diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda. As atividades, nas áreas de música, cinema, teatro, dança, literatura e artes plásticas, acontecerão nas unidades do Sesc e em vários outros lugares da cidade.

"É um evento de que a sociedade precisa, pois a nova geração e mesmo a antiga estão sem espaço para mostrar seus trabalhos. Só tenho que parabenizar a iniciativa."

O cantor Jair Rodrigues, umas das atrações especiais do 1º Festival da Nova Canção Brasileira, evento promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e realizado no Sesc Pinheiros em abril, com apoio do Sindicato dos Artistas e patrocínio da Petrobrás.

"(...) No fundo a mente humana e o corpo humano são relíquias pré-históricas subitamente trasladadas para um ambiente de alta exigência de tecnologia, de competição. Isso é complicado."

Eduardo Giannetti, autor de O Valor do Amanhã (Companhia das Letras, 2005) e participante do projeto Terceiras Terças, do Sesc Santos, responde à pergunta "É possível ser feliz e desenvolvido?" em entrevista ao site No Mínimo.

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