A invenção da política cultural

Com lançamento marcado para 15/03 no Centro de Pesquisa e Formação Sesc São Paulo, livro de Philippe Urfalino apresenta trajetória e desdobramentos do Ministério da Cultura na França
A invenção da política cultural, do sociólogo e professor na Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais (EHESS), Philippe Urfalino, apresenta um estudo sobre a criação do Ministério da Cultura na França e o desenvolvimento de um repertório técnico para a administração da cultura no âmbito do Estado. Fazendo uso de uma extensa documentação histórica e, especialmente, por meio de entrevistas, Urfalino acompanhou o processo de afirmação do Ministério e a tentativa de consolidação da política cultural francesa.
O livro relata a criação do Ministério da Cultura, com André Malraux em 1959 e a história do quadro normativo e conceitual deste órgão, referente ao mesmo período, a partir de sua construção até a formação de uma nova filosofia de ação sob o impulso de Jacques Duhamel, Ministro da Cultura de 1971 a 1973, até a gestão de Jack Lang, também Ministro da Cultura durante a gestão do presidente François Miterrand.
A primeira parte do livro apresenta a filosofia de ação da gestão Malraux, de 1959 a 1969, e as etapas que serviram à definição da política de implantação das Casas de Cultura e de sua exemplaridade. Para o autor, Malraux não só inaugurou o Ministério, mas desenvolveu o primeiro modelo de políticas culturais com grande repercussão nos países ocidentais. A segunda parte mostra que o modelo de ação criado pelo Ministério, através das Casas de Cultura fundou-se sobre a excelência artística e sobre a exclusão das práticas e experiências culturais não reconhecidas pelo órgão. A terceira relata os dois pilares do funcionamento das Casas de Cultura: sua arquitetura e a autoridade dos homens de teatro que as dirigiram. Já a quarta parte tem como tema a desestabilização da filosofia de ação do Ministério pelos acontecimentos de maio de 1968 e sua reformulação pela equipe de Jacques Duhamel. A quinta e última parte examina a transformação nos referenciais definidores da arte e a diversificação de obras, espaços e públicos da política cultural, em 1981, sob o impulso de Jack Lang.
O autor se dedica a mostrar ao longo do livro que as políticas culturais são constituídas por projetos estéticos, ideológicos e reformadores que, muitas vezes, excluem outras formas de percepção da cultura e de compreensão dos contornos e do lugar da arte na experiência humana.
Serviços:
o que: | |
onde: |
Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo | Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar – Bela Vista. São Paulo / SP |
quando: |
15 de março de 2016. Terça-feira, a partir das 19h30 |
quanto: |
Grátis |
Veja também:
:: Trechos do livro