Foto: Sesc Ipiranga
Foto: Sesc Ipiranga

Contra Xawara: Deus das doenças ou troca injusta

Com Juão Nÿn

Agosto Indígena

Birigui

Duração: 60 minutos

A14

atividade presencial

Grátis

Local: Teatro Sesc

Ingressos 1 hora antes.

Data e horário

De 22/08 a 22/08

Quinta

20h

Foto: Sesc Ipiranga
Foto: Sesc Ipiranga

Criado para manifestar uma crítica às primeiras colonizações europeias (virulentas e bacteriológicas), que também mataram tantos indígenas desde 1492, Xawara, deus das doenças na cosmovisão indígena Yanomami, é representado nesta performance por um cocar com mais de 120 seringas feito pelo artista Juão Nÿn, retratando essas violências que, vez ou outra, voltam. Ao fim do espetáculo, haverá um bate-papo com o ator.

Os relatos orais das pessoas indígenas mais velhas de diversos povos nativos, principalmente litorâneos, afirmam que cerca de um terço das populações originárias foi dizimada apenas pelo contato. As areias das praias ficaram vermelhas de sangue. Em 2021, esse cocar passou a representar também a ciclicidade das pandemias, o eterno retorno das precauções que precisam existir nas decisões de contato: “O incômodo necessário”. A performance trata do conceito inverso de “boa distância”, a má e irresponsável aproximação.

Não estávamos todos nus, não cultuávamos os mesmos deuses, não falávamos as mesmas línguas, por que reagiríamos todos iguais ao nos oferecerem um espelhinho? O corpo é terra, mas também pode ser Caravela.

Em “Contra Xawara”, o ano é 2024, mas poderia ser 1492. O colonizador tem a chance de se rever no espelho que abandonou e descobrir se o próprio reflexo é igual ao de todos os outros que vieram dentro das Caravelas que são. “Contra Xawara” significa contra a epidemia para o povo Yanomami. Na história do Brasil e da América Latina, indígenas morreram ao primeiro contato com o homem branco, devido às novas bactérias e vírus. Inspirado no mito do espelhinho trocado por ouro, em uma travessia com um cocar feito com 200 seringas, o artista propõe um escambo entre as agulhas do cocar por peças de roupas ou acessórios do público.

Todo o material trocado é primeiro exposto no corpo do performer, em um acúmulo que soterra sua imagem, mas que continuará circulando pelos espaços de diálogo como uma assombração consumista, e depois colocado em uma mesa expositiva, revelando a farsa, para quem quiser pegar de volta seu pertence, desequilibrando ainda mais a dita troca.

A performance começa com uma entrada/aparição da figura do performer, numa caminhada lenta, em encontro com seu outro, um tambor-boneco em forma de humano, mas que logo em seguida se mistura com o público e seu cocar de seringas, que já está no palco, à vista do público sob um foco de luz.

Ficha Técnica:
Manifesto e Performance: Juão Nÿn
Contrarregragem: Mara Carvalho
Paramentação: Mbodjape
Iluminação: Rodrigo Silbat
Trilha Sonora: Malka Julieta
Cantos em Tupi: Juão Nÿn – Nhe’etimbó
Vídeo Arte: Daniel Minchoni e Flávio Alziro
Projeção Mapeada: Flávio Alziro
Operação de Áudio: Jo.mo Faustino
Roadie: Matheus Rocha
Cenotécnico: Enrique Casas Produção Executava: Wemerson Nunes – WN Produções

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