A oficina propõe 4 encontros conduzidos por duas oficineiras migrantes, Lama Srour e Reyna Graciela Apaza Cocaico, que compartilharão seus saberes tradicionais sobre o uso de plantas medicinais em suas culturas de origem (Síria e Bolívia) e no Brasil. Durante os encontros, serão realizadas degustações de chás, promovendo reflexões sobre saúde, meio ambiente e cultura. A proposta busca sensibilizar os participantes sobre a importância da preservação ambiental e as consequências da destruição de ecossistemas em contextos de guerra e mudanças climáticas.

O uso de plantas medicinais é um saber milenar presente em diversas culturas e, mesmo com os avanços da medicina convencional, permanece amplamente utilizado. Para muitos migrantes, especialmente aqueles que enfrentam barreiras no acesso aos serviços de saúde, como idioma ou questões culturais, os fitoterápicos oferecem alternativas para cuidar da saúde de maneira doméstica e acessível.

As oficinas irão explorar as propriedades de plantas como hortelã, tamarindo, cúrcuma, canela, erva-doce e anis-estrelado, comuns tanto na cultura brasileira quanto nas culturas de origem das oficineiras. Além dos benefícios medicinais, será discutido o impacto da destruição ambiental, destacando como guerras e mudanças climáticas ameaçam ecossistemas essenciais à preservação desses conhecimentos.

__
Reyna Graciela Apaza Cocaico

Boliviana, formada em Engenharia Agrônoma pela Universidade Mayor de San Andres (UMSA), com especialização em Gestão Ambiental pela Universidade Cruzeiro do Sul, trabalha com temas como contaminação ambiental e têxtil, produção orgânica e educação ambiental.

Lama Srour

Farmacêutica pela Universidade de Damasco/Síria com Mestrado em farmácia pela Universidade de São Paulo (USP) após ter-se mudado no Brasil por consequência da guerra, em 2022. A sua formação em farmácia lhe permite ter pleno conhecimento do uso de ervas, unindo saberes tradicionais e embasamento científico.