Fotos: Carol de Freitas/ Venâncio Cruz
Fotos: Carol de Freitas/ Venâncio Cruz

Entrelinhas [Jaqueline Elesbão] + UMA [Ymoirá Micall]

Confrontos Coreográficos

24 de Maio

18

atividade presencial

Local: Tecnologias e artes - 4º andar

Ingresso único dá acesso à sessão completa, com dois espetáculos e bate-papo

Fotos: Carol de Freitas/ Venâncio Cruz
Fotos: Carol de Freitas/ Venâncio Cruz

O projeto Confrontos Coreográficos apresenta sessões duplas, com intervalo, seguidas de conversas com artistas. Neste último fim de semana, serão apresentados os espetáculos Entrelinhas, de Jaqueline Elesbão, e UMA, de Ymoirá Micall.

Entrelinhas é um espetáculo de dança cujo tema central é a violência contra mulheres negras. A obra é atravessada por um diálogo tridimensional entre espaço (interno e externo), tempo (passado e presente) e ideologia (machista e feminista). Sua construção cênica é resultado de uma sincronia entre corpo, movimento e som, expondo deste modo as violências de ordem psicológica, emocional e sexual. Ao longo do espetáculo, propõe-se um mergulho reflexivo nas feridas e cicatrizes causadas por um sistema social que não leva em conta as mulheres negras. Em suma, denuncia o processo cultural de silenciamento dessas mulheres, por meio de um manifesto dilacerante, empoderador e urgente, que coloca o público dentro da trama como cúmplice da artista ou de uma sociedade conservadora e hipócrita.

Jaqueline Elesbão é mãe, negra, bailarina, drag king, produtora e ativista das questões femininas, étnicas e causas LGBTQIA+. Atua há mais de 22 anos junto a grupos de teatro, dança, companhias, projetos e montagens coreográficas nacionais e internacionais.

Ficha técnica
Direção, coreografia e interprete: Jaqueline Elesbão
Produção executiva: Inaíra Meneses
Produção: Anderson Gavião
Iluminação: Décio Filho

Duração: 30 minutos

UMA é um solo coreográfico no qual texto, corpo y música se fundem, mediando percepções sobre SER. A movimentação não linear fortalecida pela investigação de danças desapropriadas da forma clássica apresenta sensações do não pertencimento, ruptura de silêncio, autoconhecimento y permissividade de afeto. UMA é o caminho para a desconhecida, um corpo sinuoso y elétrico, tomado à cena reverberado no espaço vazio. “Fagulha, fogaréu y explosão”. Esse trecho revela as propriedades de expansão trazidas à cena por Ymoirá Micall, repelindo ideias de contração para o seu corpo perante o ambiente coletivo. A necessidade de estabelecer um posicionamento é o que impulsiona a prática de “guerra” aos que desejam a destruição de sua existência.

Ymoirá Micall é artista multidisciplinar, travesti, fundadora da Cia. Sacana. Nasceu na cidade de Guarulhos, onde iniciou carreira desenvolvendo seus primeiros trabalhos em teatro e dança com grupos locais. Sem formação acadêmica completa, a artista reorganizou as experiências profissionais para fundir corporeidade e sonoridades experimentais. Como atriz, já trabalhou com as companhias Fuerza Bruta (Buenos Aires) e Barca Cênica (Guarulhos).

Ficha técnica
Intérprete: Ymoirá Micall
Produção geral: Carmen Mawu Lima
Assistentes de produção: Jota Vilar, Vick Nefertiti
Direção criativa: Mauro Pucci
Iluminação: Verena Teixeira
Trilha sonora: Maia Caos
Figurino: Studio Elias Kaleb
Beauty: Kyra Reis
Fotos divulgação: Venâncio Cruz, Guto Muniz

Duração: 40 minutos

Confrontos Coreográficos

Em sua primeira edição, o projeto propõe encontros de trabalhos em dança e performance, entre os quais se possam estabelecer diálogos, por meio de fricções conceituais, estéticas e políticas, permitindo ao público assistir a dois trabalhos de artistas/coletivos diferentes em sequência e, em seguida, acompanhar desdobramentos dessa aproximação por meio de bate-papos entre artistas.

O recorte curatorial transversal visa instigar a reflexão crítica e provocar o surgimento de novos contextos para o pensamento das obras e artistas participantes. Por outro lado, os trabalhos selecionados apropriam-se das práticas coreográficas enquanto dispositivos de confronto e autodefesa, desestabilizando fronteiras das linguagens artísticas, e revoltam-se contra a violência instituída que afeta corpos e populações marginalizadas, rejeitando hierarquias sociais historicamente estabelecidas.

Outras apresentações do projeto:

19 e 20 de outubro, sábado, às 18h, e domingo, às 17h: Eunucos [Irmãs Brasil] + Repertório N.3 [Wallace Ferreira e Davi Pontes]

25 e 26 de outubro, sexta e sábado, às 18h: Erupção – o levante ainda não terminou [ColetivA Ocupação] + Refúgio [Núcleo Menos 1 Invisível]

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