(foto: divulgação)
(foto: divulgação)

Escrever a mãe

com Carolina Rocha (a Dandara Suburbana)

Vila Mariana

16

atividade presencial

R$ 6,00 Credencial Plena
R$ 10,00 Meia entrada
R$ 20,00 Inteira

Local: Espaço de Tecnologias e Artes (3º andar - Torre A)

Inscrições online e presenciais a partir de 29/10, às 14h.

Data e horário

De 07/11 a 07/11

Quinta

10h às 12h30

(foto: divulgação)
(foto: divulgação)

Oficina de escrita de histórias que buscam entender outras formas de feminilidade, comunidade e conhecimento, além de provocar a escrita das memórias pessoais de cada participante.

Na encruzilhada das narrativas sobre maternidade e feminino, temos ainda muito a dizer/escrever. As escritas autobiográficas, as “escritas de si”, aquelas narrativas que nascem no cotidiano de nossas experiências, as nossas “escrevivências” (conceito de Conceição Evaristo), estão totalmente
impregnadas pelo movimento de Escrever a Mãe. Desde a mãe África, que nos foi tomada como território de pertencimento na diáspora forçada e violenta do tráfico negreiro, até as mães negras e não-negras que nos forjam cotidianamente. Mãe é sempre espelho, quando a gente escreve e/ou fala sobre a nossa mãe, está contando muito sobre nós mesmas, mesmos, mesmes. Mãe, além de representar pessoas – diversas e complexas – é um lugar social e político. A maternidade é envolta de estereótipos, que muitas vezes aprisionam as pessoas em ideais inalcançáveis. Por um lado, temos a imagem da Virgem Maria, Mãe de todos, santa, devota, que abdica de quase tudo em nome do amor incondicional pelo filho. Por outro, temos as imagens de um feminino colocado como não-exemplo, sinônimo de maledicência, indecência e luxúria: as tão temidas bruxas. E temos nós, mulheres (cis e trans), humanas, cheias de complexidades, contradições, desejos, escolhas e responsabilidades. Temos ainda as Yabás, energias/forças da natureza/orixás femininas/mães da cultura afro-brasileira, e as entidades da diáspora negra que nos acompanham, tais como pombagiras, pretas-velhas e caboclas, que nos oferecem, com narrativas orais e escritas contadas por séculos, além dos textos de algumas das suas escritoras/herdeiras, novas formas de ver, sentir, ouvir, saborear e exalar a vida. Temos também tantas mães que não são, necessariamente, de nossas famílias, consanguíneas e extensivas, mas são referências em nossa história. Iansã, Oxum, Iemanjá, Obá, Ewa, Nanã, Dona Maria Molambo, Dona Maria Padilha, Cigana, Jurema, Iracema, Vovó Maria Conga, Mãe Joana, Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela, Tia Ciata, Mãe Stella de Oxossi, Mãe Gilda de Ogum, Mãe Beata de Iemanjá, Luisa Mahin e Aqualtune vividas nas histórias que serão propostas nesta oficina, nos ajudam a entender outras formas de feminilidade, comunidade e conhecimento, e também nos provocam a escrever as nossas próprias memórias.

Inscrições online e presenciais a partir de 29/10, às 14h.

Carolina Rocha, também conhecida pelo nome artístico de Dandara Suburbana, é escritora, ativista, educadora e historiadora. Pós-doutoranda em educação pela Universidade Federal de Viçosa – UFV. Doutora em sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – IESP/UERJ. Mestre em história social pela Universidade Federal Fluminense – UFF – e autora do livro: O Sabá do Sertão: feiticeiras, demônios e Jesuítas no Piauí colonial. É idealizadora da Ataré Palavra Terapia, uma comunidade de incentivo à escrita criativa, política e terapêutica, com foco em literatura negra feminina, que já incentivou centenas de pessoas a escreverem suas próprias histórias, publicarem livros/textos e compreenderem o poder das suas narrativas na construção da memória coletiva. Faz palestras, dá aulas e atua como pesquisadora e consultora por todo Brasil dialogando sobre racismo, memória, ancestralidade, escrita, literatura negra, gênero e espiritualidade de matriz africana.

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