No dia 2 de fevereiro, data em que se celebra Yemanjá, o Afoxé Ilê Omo Dadá promove uma imersão nessa tradição ligada ao carnaval. O grupo, com 43 anos de história, inicia a programação com um cortejo e a lavagem das escadarias de entrada do Sesc Consolação. Em seguida, acontece um bate-papo, encerrando com uma apresentação interativa que convida o público a participar.

Fundado em 1980 pela Iyalorixá Wanda de Oxum e pelo Ogã Gilberto de Exu, o Afoxé Ilê Omo Dadá é um dos principais representantes das religiões de matriz africana no Brasil. Há mais de quatro décadas, o grupo abre o desfile oficial das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, mantendo viva a tradição do candomblé e homenageando um orixá a cada ano. Com sua corte, comissão de frente e charanga nos moldes das grandes orquestras africanas, o afoxé preserva e difunde uma das expressões mais antigas da cultura afro-brasileira.

A palavra “afoxé”, que no Brasil designa um tipo de bloco carnavalesco, tem origem no idioma iorubá, falado por povos da Nigéria. Segundo estudiosos, seu significado pode ser interpretado como:

• N’fo asé: força lavada ou força renovada
• N’fosé: o encanto que faz acontecer

O cortejo de afoxé é definido por seus elementos essenciais, que incluem o ritmo ijexá, cânticos, indumentárias, instrumentos musicais e rituais. A combinação desses itens dá forma ao Desfile de Afoxés, uma manifestação cultural que transforma as ruas em um espaço de celebração e resistência durante o carnaval.