Será trabalhado um repertório que remete às viagens promovidas pela equipe de Mário de Andrade no final da década de 1930, ao que foi chamado de “Brasil Profundo”, na qual foram registradas canções da tradição popular de diversos cantos do brasil. O Maestro Raimundo Damasceno arranjou uma série de músicas desse repertório para grupos de cordas friccionadas.

O objetivo desses encontros é promover uma prática de conjunto tendo como foco o repertório tradicional e através dos instrumentos de cordas friccionadas buscar uma sonoridade que seja nossa. Todos os encontros serão conduzidos de forma que acolha todas e todos os participantes, desde a linguagem à adaptações necessárias no repertório.

Encontro 1 – A leitura à primeira vista: parâmetros de uma leitura musical
Apresentação do repertório aos participantes e aspectos da leitura à primeira vista. Foco em quais elementos podem ser observados e colocados em prática que aprimoram nossa leitura musical.

Encontro 2 – Os desafios da rítmica da música popular brasileira: muito além da síncope
A reflexão nasce de uma provocação de um pensamento em que o repertório nacional por muito tempo foi estigmatizado pela síncope. Porém, ao se deparar com a vastidão rítmica da música tradicional como a ciranda, congada e aboio, nos deparamos com uma música complexa, muito além da síncope. Assim, o encontro retoma as leituras anteriores para trabalhar os desafios rítmicos a serem superados.

Encontro 3 – Escuta
Abordagem sobre os trechos mais críticos de cada naipe com atividades interativas empregadas a fim de estimular uma escuta ativa ao que acontece no coletivo como um todo.

Encontro 4 – Agir, sentir e pensar: tudo ao mesmo tempo
Recapitulação de todo o repertório assim como das etapas anteriores com vistas à prática. Qual a sonoridade “deve ter” uma orquestra de cordas friccionadas que existe no Brasil e que faz música brasileira? Como os corpos que experienciam as peculiaridades de se viver em nossas cidades se relacionam com esses instrumentos?

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Raimundo Damasceno
Natural de Salvador e criado nas periferias de São Paulo, atua como maestro, compositor e arranjador. Iniciou seus estudos musicais na igreja de Vila Terezinha, na Brasilândia, inicialmente como clarinetista e posteriormente como violinista. Bacharel em Regência pelo Instituto de Artes da UNESP realizou trabalhos como regente coral no Instituto Encantus e pelo Instituto Agires na Casa de Cultura e Cidadania em São Paulo. Em 2019, fundou a Orquestra de Formação Alberto Nepomuceno, onde atua como diretor artístico e maestro.