O Seminário abordará a classe trabalhadora como uma síntese de múltiplas determinações que lhe conferem concretude histórica. Para aprofundar essa reflexão, serão mobilizados/as autores/as como Karl Marx, Clóvis Moura, Lélia Gonzalez, Heleieth Saffioti, Virgínia Bicudo, Florestan Fernandes, Octavio Ianni, Jacob Gorender, Ruy Mauro Marini, Vânia Bambirra, João José Reis, Marcelo Badaró Mattos, Ricardo Antunes, Sueli Carneiro, entre outros/as.

A partir das categorias classe trabalhadora e luta de classes, o evento discutirá aspectos históricos e contemporâneos do mundo do trabalho, analisando seu surgimento no contexto escravista e colonial, bem como os elementos estruturais que persistem até hoje. Serão examinadas também as determinações de gênero e raça, destacando como racismo e sexismo operam como fatores de opressão, diferenciação e desigualdade tanto dentro da classe trabalhadora quanto em relação às demais classes sociais.

O Seminário será composto por quatro mesas-redondas, cada uma com 3 horas de duração. Cada mesa contará com duas exposições individuais de 1 hora, seguidas de um debate moderado. A última hora será dedicada a perguntas e intervenções do público, promovendo um espaço de diálogo e aprofundamento crítico.

MESA 1 – 10h30 às 12h: História da Formação da Classe Trabalhadora no Brasil: Mitos e Representações
A formação da classe trabalhadora e da luta de classes no Brasil é atravessada por mitos que definem o que é relevante para sua memória e bandeiras de luta. Esta mesa questionará essas representações, explorando as múltiplas determinações históricas ligadas a gênero, raça, imigração e migração. O debate abordará marcos históricos e os sujeitos que primeiro conformaram a classe trabalhadora no país.
Com Marcio Farias (PUC-SP) e Agnus Lauriano (UNICAMP).
Moderação: Gabriel Campos (USP).

MESA 2 – 13h30 às 15h: Questão agrária e a luta da classe trabalhadora brasileira
A questão agrária, marcada pelo latifúndio, monocultura e exportação, é uma das principais contradições da formação social brasileira. O trabalho escravizado sustentou esse modelo por séculos, e setores radicais da luta abolicionista defendiam a reforma agrária como reparação. A Abolição preservou o latifúndio, tornando a terra mercadoria. Esta mesa debate a conexão entre a luta antirracista e a reforma agrária.
Com Cristiane Sabino (UFSC) e Gerson de Oliveira (USP).
Moderação: Tassiana Barreto (UNICAMP).

MESA 3 – 15h às 16h30: Negros e Negras no Pós-Abolição: Livres e Marginalizados
A mesa refletirá sobre a composição das classes sociais no Brasil, do escravismo ao capitalismo dependente, analisando raça e gênero na classe trabalhadora atual. Discutirá se o excedente de força de trabalho é majoritariamente negro e os fatores históricos dessa estrutura. Também abordará a tese da massa marginal, explorando marginalidade e exclusão social na dependência dos países latino-americanos.
Com Taina Silva Santos (Afro-CEBRAP), Renata Falavina (UNICAMP) e mediação de Helena Pontes (USP).

MESA 4 – 16h30 – 18h: Escravizados e Proletários: Espaços e Lutas em Comum
A mesa questiona a visão do escravo dócil e da abolição pacífica, analisando diferentes perspectivas sobre o 13 de Maio e a resistência negra ao longo da história. Discutirá os impactos da abolição incompleta, o racismo estrutural e a disputa por memória e reconhecimento histórico. Também abordará as conexões entre lutas passadas e atuais, destacando o radicalismo negro e sua relação com a luta de classes no Brasil.
Com Elisângela Oliveira Lima (UNICAMP) e Sandra Vaz (UFF).
Moderação: Murillo van der Laan (UNICAMP).