Em uma série de oito encontros, o curso busca explorar novas possibilidades de expressão artística no cenário contemporâneo por meio da investigação cênica, construída junto ao público participante. O foco do diretor será uma pesquisa em desenvolvimento da linguagem cênica e seus elementos – corpo, gestos, palavras, sensações e emoções. A atividade acontecerá com a participação on-line do artista, que reside em Nova York, e mediação presencial da atriz Fabiana Gugli. 

As inscrições estão abertas de 22 a 24 de março, a partir das 14h, por meio de formulário online, com envio de uma breve biografia e carta de interesse. 

ATENÇÃO – Apenas os selecionados serão informados por e-mail.

 “A busca de uma linguagem de contra-ataque
Gerald Thomas  

Os tempos nunca mudaram tão rapidamente como em 2025[…] As redes sociais propagam fake news e isso basta para disseminar difamações, medo, instabilidade e tudo aquilo que gera o tremor que faz o mundo reacionário se enfurecer. E nós? E o teatro? E as artes em geral? Não desenvolvemos ainda uma linguagem apropriada para lidar com esse terror. Estamos em estado embriônico e pleno estado de choque. Uso palavras como choque ou horror para poder usar a linguagem (teatral) como “contra-terror ou contra-choque”. É, são termos de guerra. Sim, a linguagem é nossa “arma”. Somos do teatro. Por meio do teatro, vamos tentar entender qual seriam as posturas necessárias para enfrentar essa barra”.  

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Sobre o artista 

Gerald Thomas é diretor de teatro e ópera e dramaturgo que passou sua vida nos Estados Unidos, Inglaterra, Brasil e Alemanha. Depois de se formar como leitor de filosofia no British Museum Reading Room, começou sua vida no teatro em La MaMa E.T.C. de Ellen Stewart em Nova York. Durante esse período, tornou-se ilustrador para a página Op-Ed do New York Times enquanto conduzia workshops em La MaMa E.T.C. onde adaptou e dirigiu estreias mundiais de peças em prosa e dramáticas de Samuel Beckett. No início dos anos 80, Thomas começou a trabalhar com o próprio Beckett em Paris, adaptando novas ficções do autor. Em meados dos anos 80, se envolveu com o autor alemão Heiner Müller, dirigindo suas obras nos EUA e no Brasil, e iniciou uma parceria de longo prazo com o compositor americano Philip Glass. Em 1985, Thomas formou e estabeleceu sua Dry Opera Company, em São Paulo, que se apresentou em 15 países até 2008. Em 2009, ele escreveu um manifesto declarando seu “adeus ao teatro”, mas em 2010 anunciou ao Stage News que iria montar sua Dry Opera Company em Londres. Em 2016, a autobiografia de Thomas “Entre Duas Fileiras” foi lançada pelo Grupo Editorial Record.