Entre os dias 23 e 30 de abril de 2024, o Centro de Pesquisa e Formação apresenta a quinta edição do Ciclo de Reflexões Ética no Turismo, com palestras, debates e cursos com o tema “Reorientar a bússola, descolonizar a viagem”.
O turismo é uma atividade que se realiza a partir da relação com o outro, sejam visitantes, trabalhadores diretos e indiretos, seja pela população local que constitui e é constituída por aquele território. Neste sentido, é fundamental refletir, sobre as responsabilidades e implicações de cada envolvido nesta atividade.
Este compromisso ético na operacionalização da atividade turística é um dos princípios orientadores do programa de Turismo Social realizado no Sesc e, na perspectiva de ampliar um compromisso responsável nessa área, no ano de 2015, o Sesc São Paulo foi a primeira instituição brasileira a assinar o Código Mundial de Ética do Turismo da Organização Mundial do Turismo da ONU [UNWTO – United Nation World Travel Organization]. No ano seguinte, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc iniciou o ciclo anual com objetivo de refletir sobre questões presentes nas viagens e no turismo, do ponto de vista de turistas, de profissionais, de acadêmicos e de comunidades anfitriãs, em uma ação que visa o fomento de cadeias produtivas responsáveis no setor.
Na quinta edição, o ciclo de debates torna o olhar para os movimentos e proposições que questionam a colonialidade presente na base dos trânsitos turísticos, e promove encontros para amplificar práticas, pesquisas e modelos de organizações locais, com o tema “Reorientar a bússola, descolonizar a viagem”. Durante os dias 23 a 30 de abril, acontecerão uma série de debates e formações com intelectuais e representantes de comunidades tradicionais abordando temas como o direito e privilégio do “ser turista”; a viagem na filosofia de povos originários; a resistência, os desafios e proposições no turismo de base comunitária; além de perspectivas afrodescendentes sobre o turismo; entre outros.
As inscrições abrem dia 28/3, quinta, a partir das 14h, no portal do Sesc SP, nos links abaixo. Confira a programação:
“Descolonizar a cultura de viagens”
A partir de uma perspectiva Queer e do questionamento “O que significa descolonizar a cultura de viagens?”, Bani Amor apresenta uma cartografia que leva em conta as relações do público viajante com aspectos históricos do lugar. Curso on-line, com tradução simultânea, via plataforma Zoom.
Com Bani Amor (ECU/EUA), que escreve sobre viagens Queer e de gênero que explora as relações entre raça, lugar e poder. Seu trabalho apareceu na CNN Travel, Fodor’s, Condé Nast Traveller e Teen Vogue, entre outros veículos.
Dias 23 e 30/4, terças, das 16h às 18h
R$50 / R$25 / R$15
A partir de 16 anos
“Ciclo Ética no Turismo: Reorientar a bússola, descolonizar a viagem”
Dia 24/4 (Quarta)
18h Conferência de abertura – Reorientar a bússola, descolonizar a viagem: olhares do sul global
Com Bel Santos Mayer, educadora social, mestra em Turismo (PPGTUR/EACH/USP), coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – IBEAC e co-gestora da Rede LiteraSampa.
19h Mesa 1 – Quem é viajante? Entre direito e privilégio do “ser turista”
Com Flavio Daiji Kishigami, mestre e doutor em Turismo (EACH-USP), bacharel em Geografia (FFLCH-USP e FE-USP), professor do curso superior de Tecnologia em Gestão de Turismo no Instituto Federal de São Paulo, e com Cosme Vinicius Felippsen, guia de turismo e ativista de direitos humanos. Criador do Rolé dos Favelados, trabalho reconhecido pelo departamento de turismo da UNIRIO como um novo modelo de guiamento pela cidade. Criador do Samba Providência.
Dia 25/4 (Quinta)
15h A ética e a viagem na filosofia de povos originários e tradicionais
Com Leonardo Wera Tupã, estudante da Licenciatura Intercultural (Unifesp). Nascido na Terra Indígena do Ribeirão Silveiras, entre os municípios de Bertioga e São Sebastião, atuou como professor na Escola Estadual Indígena Txeru Ba’e Kua-i e atualmente como tradutor da língua guarani.
16h Mesa 2 – Resistências, desafios e proposições no turismo de base comunitária
Com Alex Aguiar, residente do Quilombo Cafundó, em Salto de Pirapora, é agricultor e dedica-se ao desenvolvimento sustentável, Gasodá Paite Surui, indígena do povo Paiter Surui (RO), graduado em Turismo pelo Centro Universitário São Lucas (Porto Velho – RO), mestre e doutorando em Geografia (UNIR), fundador e coordenador do Centro Cultural Indígena Paiter Wagôh Pakob e Aline Bispo, mestra e doutoranda em Estado e Sociedade (UFSB), bacharel em Turismo e Hotelaria pela UNEB, assessora técnica voluntária da Rede BATUC – Turismo Comunitário da Bahia eprofessora dos cursos técnicos em Guia de Turismo e em Hospedagem no Colégio Central (SEC-BA). Mediação: Leonardo Wera Tupã (Ribeirão Silveiras, SP).
intervalo
18h Quilombos urbanos e memória viva na voz das ruas
Com Isabella Santos, guia de turismo credenciada, bacharela em Turismo, pós-graduada em Educação, Relações Étnico-Raciais e Sociedade, mestranda em Turismo (EACH-USP), integrante do Grupo de Pesquisa MOBTUR e idealizadora da iniciativa Sampa Negra, e Aloysio Letra, cantor e compositor.
19h Mesa 3 – Perspectivas afrodescendentes sobre o turismo e o direito à memória
Com Ana Mumbuca, integrante do Quilombo Mumbuca, no Jalapão (TO), graduada em Serviço Social e mestre em Desenvolvimento Sustentável pela UnB, Solange Barbosa, turismóloga, CEO da Rota da Liberdade – Programa Cultural e Turístico de Mapeamento da Diáspora Africana no Estado de São Paulo, Conselheira Nacional de Turismo pelo Coletivo Muda e Diretora de Planejamento, Gestão e Turismo da Estância Turística de Paraibuna (SP) e Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, geógrafo (UFBA), com pós-doutoramento em Cartografia Étnica junto ao Africa Museum, em Tervuren (Bélgica), professor pesquisador sênior do Departamento de Geografia da UnB, colaborador do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA e autor-gestor do Projeto GEOAFRO. Com mediação de Isabella Santos (Sampa Negra).
Dias 24 e 25/4, quarta e quinta. Presencial.
R$50 / R$25 / R$15 (valor para os dois dias)
A partir de 18 anos
“Mulheres Negras em Cena – saberes e legados na construção da cidade”
A proposta desta formação é oferecer subsídios para repensar a história da cidade em perspectiva negra e auxiliar na construção de roteiros comprometidos com a garantia da cidadania e do direito à cidade. Para atingir esse objetivo, será problematizado de quais formas a estruturação da cidade de São Paulo está intimamente relacionada ao trabalho de mulheres pobres, escravizadas, africanas e afro-brasileiras. Tomada como pano de fundo, a cidade será apresentada pela agência histórica de pessoas negras, evidenciando seu potencial educativo por meio de atividades turísticas comprometidas com a descolonização dos sentidos.
Com Thais Fernanda A. Avelar é turismóloga, especialista em Cultura, Educação e Relações Étnico-raciais e doutoranda em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades – USP. Integrou o Núcleo de Educação Étnico-Racial da Secretaria de Educação de SP. Coordena o ANGANA – Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros de SP.
Com Marcelo Vitale T. da Silva é historiador e doutorando em História Social pela USP, pesquisador colaborador no NEAB – Núcleo de Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade Federal do ABC – UFABC e integrante do ANGANA – Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros de São Paulo.
Dia 27/4, sábado, das 10h às 17h
R$50 / R$25 / R$15
A partir de 18 anos
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O Centro de Pesquisa e Formação – CPF é um espaço do Sesc SP que articula produção, formação e difusão de conhecimentos, por meio de cursos, palestras, encontros, estudos, pesquisas e publicações nas áreas de educação, cultura e artes.
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar
Horário: De terça a sexta, das 10h às 21h. Sábados, das 10h às 18h30
Tel: 11 3254-5600
centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br
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