Tricampeã olímpica de vôlei, cubana Mireya Luis Hernández desafia estereótipos ao longo de uma premiada carreira dedicada ao esporte
Por Maria Júlia Lledó
Colaborou: Adriana Reis Paulics
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Ela simplesmente voava. Com o corpo a mais de três metros do chão, deixava o público boquiaberto cada vez que defendia seu time ou enfrentava um adversário nas quadras. A potência desse salto permitiu à jogadora de vôlei cubana Mireya Luis Hernández, de 1,75m de altura, provar sua capacidade para todos que um dia disseram que ela era “muito baixa” para jogar profissionalmente.
Tricampeã olímpica (Barcelona 1992, Atlanta 1996 e Sydney 2000) e bicampeã mundial (Brasil 1994 e Japão 1998), Mireya não imaginava que o esporte pelo qual havia se apaixonado na infância poderia mudar sua vida. Ela tinha apenas 11 anos quando Mirta, sua irmã, a acompanhou para um teste de admissão na Escola de Iniciação Esportiva da cidade de Camaguey, onde morava com os sete irmãos e os pais. “Eu simplesmente parei em frente à professora, dei um salto e toquei o teto do lugar. Foi uma surpresa para ela, que logo pediu que me colocassem como a primeira da lista”, recorda Mireya, considerada por alguns críticos a melhor jogadora de voleibol de todos os tempos.
Depois de uma carreira brilhante, marcada também por famosas alfinetadas da mídia brasileira – que a considerava o grande obstáculo da seleção nacional feminina de vôlei –, Mireya anunciou sua aposentadoria em 2001, um ano depois da terceira medalha de ouro, nos Jogos Olímpicos de Sydney (2000). Fora das quadras, ela integra o Comitê Olímpico Internacional (COI), é comentarista esportiva e atua no desenvolvimento do vôlei de praia da Federação Cubana. Grande parte dessa história é contada pelo jornalista Oscar Sánchez na biografia Entre cielo y tierra (sem edição no Brasil), publicada em 2016.
Neste mês, a campeã olímpica pousa no país que já foi seu maior adversário nas quadras para participar de 12 encontros durante a programação do Sesc Verão 2024, entre os dias 6 e 21 de janeiro [Leia mais em Saque campeão]. Nesta Entrevista, ela compartilha sua história e os ensinamentos das quadras, o legado que pretende deixar para as futuras gerações e a expectativa para esse reencontro com os brasileiros.
Você é um dos grandes destaques do vôlei de sua geração e até hoje seu nome é lembrado como um dos ícones desse esporte. Como o voleibol surgiu na sua vida e em que momento você sentiu que se tornaria uma jogadora profissional?
O voleibol chegou à minha vida por meio de uma irmã que já jogava na seleção da província onde eu nasci, em Camaguey [localizada no centro da ilha cubana]. Ela levava uma bola da escola, nos finais de semana, e no pátio de casa aprendi as primeiras técnicas de voleio e recebimento. A partir daí, fiquei motivada para entrar na chamada Escola de Iniciação, que existe em todas as cidades e províncias do meu país. Ali eu comecei com um pouco de dificuldade, já que era uma menina de estatura baixa e não tinha as exigências físicas para fazer parte da equipe que estava se formando. Graças à minha vontade de jogar voleibol, pude demonstrar pelo salto que, sim, eu era capaz de ser integrante da escola. Lembro do dia em que eu fui fazer as provas para integrar a equipe e muitas garotas estavam fazendo uma série de testes, mas não pediam nada a mim. Então, eu simplesmente parei em frente à professora, dei um salto e toquei o teto do lugar. Foi uma surpresa para ela, que logo pediu que me colocassem como a primeira da lista. Nessa escola, eu permaneci por cinco anos participando dos jogos nacionais escolares. Lá o treinador da seleção nacional decidiu me levar e testar se eu, apesar de ser uma jogadora de baixa estatura, poderia ingressar na equipe da seleção nacional. A partir daí, fui chamada para participar dos jogos de inverno e pude demonstrar meu rendimento e a capacidade que eu tinha para atacar. Desse momento em diante, soube que poderia me tornar uma profissional. Foi aí que me dei conta de que eu me diferenciava das demais jogadoras, mesmo não sendo alta.
Como todo esporte coletivo, os bons resultados no voleibol são fruto de um trabalho colaborativo que representa a soma de talentos e esforços. Quais as singularidades presentes no grupo do qual você fez parte que formaram uma combinação perfeita para o sucesso do trabalho realizado por vocês?
Nossa equipe era formada por jogadoras que vinham de famílias humildes. Vínhamos de famílias de agricultores, de trabalhadores, e conseguimos integrar essa equipe principalmente por causa do nosso rendimento demonstrado e dirigido pelo treinador Eugenio George Lafita [(1933-2014) eleito o melhor técnico de equipes femininas do século 20 pela Federação Internacional de Vôlei]. O fundamental para nossa equipe sempre foi aquilo que nossos treinadores nos ensinaram: encontrar formas para atingir um rendimento e sustentá-lo com o tempo. Eu acredito que a disciplina e a constância nos mantiveram num alto nível e foi o que nos levou ao êxito. Foi o que nos deu concentração e um “estresse esportivo”, como dizia nosso treinador, algo que precisamos ter em um nível muito alto para alcançar nossas metas. Tínhamos um coletivo muito bem preparado e respeitado, integrado por médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nossas famílias e nosso povo, que sempre nos estimulou a manter nosso rendimento e, assim, nos acostumamos a levar conosco essas vitórias. O eixo fundamental foi manter esse coletivo, essa união que sempre nos manteve como uma fortaleza. Treinávamos por até oito horas e meia, todos os dias, e ficávamos fora de casa por muito tempo, viajando por diferentes países do mundo, como China, Japão, Rússia… Graças a tudo isso, conseguimos nos manter, por longas etapas, muito concentradas e como uma família, pensando, todas, de maneira coletiva. Atingir esse objetivo não foi fácil, porém, eu acredito que foi a meta e a vontade de todas as jogadoras que nos ajudaram. Ninguém nunca nos disse que tínhamos um compromisso com isso ou aquilo, ou mesmo com o país, porque nós já nos sentíamos comprometidas com nosso país e com a nossa gente. Esta foi a linha que seguimos: o trabalho, a perseverança, a seriedade, o compromisso e a fé, tudo que sempre levamos às quadras.
E que ensinamentos essa experiência trouxe para sua vida fora das quadras?
O voleibol é um esporte que requer antecipação, pensamento tático, disciplina tática, preparação física e psicológica. Todos esses elementos são fundamentais para a vida. Eu acredito que se os jogadores e jogadoras de voleibol pudessem levar para a vida o que fizeram em um determinado momento nas quadras, seríamos vencedores. Hoje eu posso dizer que sou uma pessoa que faz o seu melhor, levando o voleibol para a vida, colocando em prática tudo o que aprendi nas quadras.
Atletas cubanos se destacaram mundialmente na época em que você competia, não somente no vôlei, mas também em outras modalidades. A valorização do esporte no âmbito educacional e por meio de políticas públicas permanentes também foram um marco desse período. A que você atribui essa campanha bem-sucedida de atletas cubanos nas mais importantes competições internacionais?
Meu país, no esporte, é um exemplo de educação e de políticas públicas que contribuíram para o seu desenvolvimento. Em Cuba, a pirâmide de desenvolvimento do esporte fez com que mantivéssemos um rendimento sem comparação, desde crianças até jovens de alto rendimento. O primeiro incentivo que recebemos no país é a educação, tudo o que necessita um ser humano para ter êxito. Educação, atenção, apoio e exemplo. Posso falar desse tema, particularmente, porque meu esposo, Humberto Rodríguez Gonzalez, foi ministro do esporte em Cuba [entre 1997 e 2005] e aperfeiçoou a pirâmide do esporte e seu desenvolvimento. Ele colocou em prática políticas públicas para que Cuba se mantivesse entre os primeiros países em nível olímpico, em mais de 14 esportes. Esse foi um trabalho árduo que possibilitou nos destacarmos em competições internacionais. Outra coisa que poderia ressaltar é que para os atletas cubanos é obrigatório estudar. Não há um atleta cubano que não estude de acordo com sua idade. Isso é um compromisso do país consigo mesmo. Assim, ele garante seu desenvolvimento e a continuidade do trabalho desse atleta, que depois acaba se tornando um exemplo. Isso sempre foi uma preocupação, um projeto do país, que começou com Fidel [Castro (1926-2016), primeiro-ministro de Cuba, entre 1959 e 1976, e depois presidente do país de 1976 a 2008] e segue até os dias de hoje. Eu me sinto orgulhosa de ter praticado esporte em Cuba, de ser cubana, de ter pessoas tão preocupadas com esse alto rendimento que tanto êxito deu ao nosso país.
As seleções femininas de vôlei do Brasil e de Cuba disputaram partidas antológicas na época em que você integrava o time cubano. Que lembranças você traz daquele período e dessa “rivalidade” bem-vinda do esporte como um combustível para as jogadoras?
Tenho ótimas recordações das partidas entre Brasil e Cuba. Um sentimento muito especial pela equipe brasileira, por seus treinadores e todo o coletivo. Demonstramos o que era patriotismo e o que era querer conquistar uma medalha, e todas as coisas que se podem fazer para conquistar uma premiação. Eu me lembro de Atlanta, em 1996, quando tivemos uma partida espetacular, por ambas as seleções, e a equipe cubana estava impressionada com a tática esportiva da equipe brasileira: como estavam jogando, como estavam concentradas e focadas em ser campeãs olímpicas. Nós também estávamos, mas as brasileiras estavam demonstrando algo mais do que havíamos notado em competições anteriores. E o combustível era chegar ao máximo, era tocar a glória com as mãos. Fizemos todo o possível para levar para casa essa medalha, e essa foi uma mostra do que uma equipe é capaz para alcançar grandes conquistas. Não acho que houve nada desagradável ou grosseiro [nessa rivalidade], foi simplesmente uma demonstração do que é querer, da vontade de ficar na história e de querer alegrar seu povo, que é o que mais se busca quando se sobe ao pódio mais alto e se canta o hino nacional.
Dentre os tantos prêmios conquistados ao longo de sua carreira, sua participação nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, foi especialmente memorável, por seu protagonismo na conquista do ouro inédito cubano. Qual o significado dessa medalha e de que modo ela consolidou sua trajetória no esporte?
Os Jogos Olímpicos de Barcelona foram, para mim, a consolidação da minha carreira. Em 1992, eu já estava há quase dez anos na seleção nacional, depois de ter entrado muito jovem e não poder participar dos jogos de 1988 [em Seul, na Coreia do Sul]. Quando eu cheguei a Barcelona, estávamos ansiosas para participar e ver os outros atletas, essa manifestação tão bonita e única [que são as Olimpíadas] e, claro, já com uma visão mais centrada e focada numa possível medalha de ouro. Lembro que durante a preparação alguém perguntou ao Eugenio George [Lafita] o que era preciso fazer para ganhar os Jogos Olímpicos. E ele respondeu: “Treinar todos os dias num nível alto, 365 dias por ano, durante um período de quatro anos”. Nós nos olhamos e dissemos: “Como vamos fazer isso?”. Mas já era isso o que estávamos fazendo. Nossa preparação nos permitiu conquistar essa medalha. Depois desses Jogos foi que eu realmente entendi que, sim, estávamos preparadas para ganhar. Foram os Jogos mais bonitos de todos os que eu participei. E a partir deles, eu me senti uma jogadora consagrada. Eu havia ganhado tudo, ou quase tudo. Minha esperança cresceu, e meus projetos pessoais também. Já tinha mais experiência, queria ver mais e já sabia como me direcionar para as próximas conquistas. Foi como começar a viver uma nova vida.
E como você avalia a presença crescente das mulheres nos Jogos Olímpicos, uma vez que neste ano em Paris, pela primeira vez, haverá paridade de gênero? Os avanços são reais?
É indiscutível que houve um crescimento do protagonismo das mulheres no esporte. Em 2024, pela primeira vez, vai haver uma paridade de gênero, e isso demonstra todo o esforço das mulheres ao longo de tantos anos, tudo o que elas tiveram que vencer, tudo o que tiveram que estudar, trabalhar, destacar-se para igualar esse rendimento. Demonstramos ao mundo que isso, sim, é possível. Tenho certeza de que foi um verdadeiro avanço porque, por exemplo, nos Jogos Olímpicos de 1984 e 1988, não existia essa mentalidade e a mulher seguia sendo uma minoria. Nesse momento, vamos eliminar essa palavra, essa expressão, porque a mulher pratica o que quer, não há distinção de esporte – esporte feminino e esporte masculino –, a mulher pode praticar quase todas as modalidades.
Isto é o que me inspira: ter sido esportista, ter conquistado tantas coisas e poder compartilhar com crianças e jovens
Foto: Pisco Del Gaiso / Folhapress
Apesar de não mais competir, você continua totalmente ligada ao esporte, inclusive integrando o Comitê Olímpico Internacional (COI). Como sua atuação hoje pode contribuir para inspirar crianças e jovens por meio do esporte?
Depois de ter terminado minha carreira ativa no esporte, e de ter sido, por três vezes, campeã olímpica, fui selecionada como membro do Comitê Olímpico Internacional, e com muito orgulho participo dessas jornadas no COI representando meu país e todos os atletas olímpicos do mundo. Isso é mais do que um trabalho, é uma paixão que eu tenho por devolver tudo aquilo que recebi quando eu era uma criança até me tornar uma mulher profissional no esporte. Penso que todos os seres humanos que passam por esse mundo devem deixar algo. Isso é o que me inspira: ter sido esportista, ter conquistado tantas coisas e poder compartilhar com crianças e jovens, deixando para eles mensagens como a de que o esporte é uma das manifestações mais bonitas que existe porque nos educa, nos faz ser melhores seres humanos. Quero, até o último momento da minha vida, ensinar, trocar, dar e promover sorrisos e lágrimas de alegria de crianças e jovens que tanto necessitam.
Quando esteve no Brasil, em 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio, você lançou uma biografia: Entre cielo y tierra. O que motivou você a publicar suas memórias em livro? Você acredita que essa obra possa contribuir para as futuras gerações do esporte?
Entre cielo y tierra [Entre céu e terra] é uma vida em forma de livro, mas eu não o chamo de “minha história de vida”, e sim, a história de vida da família de Mireya, especialmente da minha mãe, Catalina. A sensação que eu sentia quando via as pessoas publicando suas memórias era a de que essas pessoas pensavam que já iam morrer ou que tinham pouco tempo de vida. E Humberto, meu esposo, me disse algo tão bonito: “A juventude precisa de exemplos, de histórias de vida reais, de gente viva que possa falar, transmitir e responder”. E assim surgiu a ideia do livro. Fizemos um planejamento, escolhemos uma pessoa para escrever, que foi Oscar Sánchez, “meu oitavo irmão branco”, como digo a ele. O primeiro que ele fez foi entrevistar a minha família, porque eu não queria que fosse um livro contando quantos remates eu fiz. Teria de ser um livro que contasse onde nasci, minhas origens e as origens dos meus pais, que são os autores de toda essa obra. Sem eles, nada disso seria possível. Eles que foram grandes educadores, pessoas que não tinham um “nível cultural alto”, mas tinham um sentido de vida muito importante e uma educação inigualável. Graças a eles, hoje eu me encontro onde estou. Toda essa homenagem é para meus pais e, em especial, para minha mãe, Catalina.
Neste mês, você estará no Brasil para integrar a programação do Sesc Verão. Quais são suas expectativas para esse reencontro com o público brasileiro?
Minhas expectativas são grandes. Gosto de estar entre as crianças e os jovens, e de poder estar com esse público brasileiro que tanto ama o voleibol, que são fanáticos por nossas equipes e jogadoras. Eu me sinto parte desse grupo. Poder trocar com as pessoas, dizer que nós nos admiramos mutuamente, que podemos nos escutar e aproveitar um momento bonito. Tudo isso nos faz aprender e viver. Vai ser muito especial estar com esse público. Também quero muito encontrar com minhas amigas das quadras, dos Jogos Olímpicos, de lágrimas e sorrisos. Quero deixar algo a mais. E vou com o coração aberto.
Durante o Sesc Verão 2024, Mireya Luis Hernández circula pelas quadras de 12 unidades do Sesc SP na capital e interior
Mireya Luis Hernández, tricampeã olímpica e bicampeã mundial de vôlei (entre 1992 e 2000), desembarca no Brasil neste mês para uma série de 12 encontros nas unidades do Sesc na capital e interior do estado de São Paulo. Entre 6 e 21 de janeiro, Mireya conduz vivências práticas e bate-papos com o público, ao lado de atletas brasileiras, como Karin Rodrigues, Virna Dias, Fofão, Fátima Santos, Ana Moser e Spencer Lee. Os encontros com a ex-jogadora fazem parte da programação do Sesc Verão 2024, promovido pelo Sesc São Paulo até 18 de fevereiro, em todas as unidades do estado.
Circuito de voleibol com Mireya Luis Hernández
Dia 6/1. Sábado, das 13h às 15h30, no Sesc Santo Amaro.
Dia 7/1. Domingo, das 15h30 às 17h30, no Sesc Pinheiros
Dia 9/1. Terça, das 18h às 21h, no Sesc 24 de Maio.
Dia 10/1. Quarta, das 18h30 às 21h30, no Sesc Belenzinho.
Dia 11/1. Quinta, das 19h30 às 21h30, no Sesc Campo Limpo.
Dia 12/1. Sexta, das 19h30 às 21h30, no Sesc Mogi das Cruzes.
Dia 13/1. Sábado, das 14h30 às 17h30, no Sesc Guarulhos.
Dia 14/1. Domingo, das 10h às 12h30, no Sesc Ribeirão Preto.
Dia 17/1. Quarta, das 19h30 às 21h30, no Sesc São Carlos.
Dia 18/1. Quinta, das 19h às 21h, no Sesc Piracicaba.
Dia 20/1. Sábado, das 16h às 18h30, no Sesc Taubaté.
Dia 21/1. Domingo, das 15h30 às 18h, no Sesc São José dos Campos.
GRÁTIS
Programação completa: sescsp.org.br/sescverao
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